☆Especial Brasil_Pt 8☆

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Mel acabou indo dormir mesmo, Austin foi visitar uns amigos que ele tinha aqui, Jully e Alex ficaram na sacada e eu e Cold fomos para o meu quarto.

Estava deitada na cama e Cold em pé na janela falando ao telefone, acho que com o pai dele, que por a caso eu não sei nem o nome já que ele não gosta de falar dele.

- Ta... ta tudo bem sim... - Cold falava meio seco com seu pai. - Não sei... talvez uma semana... por que o interesse? ... NÃO! CLARO QUE NÃO! .... eu não quero isso! Se o senhor pisar um pé na minha casa com alguma dessas mulheres o senhor vai se arrepender. - Ele finaliza desligando o celular. Me sentei no sofa e o fiquei encarando preocupada.

Ele se sentou ao meu lado e jogou o celular de lado.

- Ta tudo bem? - Pergunto segurando sua mão.

- Ta. - Ele fala e põe as mãos no rosto.

- Não parece. - Ele não me responde. Eu nao aguento mais isso! Entendo que ele não goste de falar do pai, mas eu preciso saber o que esta acontecendo, sinto como se não conhece uma grande parte da vida dele. - Cold, sei que não gosta de falar do seu pai, mas eu preciso saber! Parece que está me escondendo uma parte de você. - Ele me olha e respira fundo.

- Como a maioria dos filhos, eu sempre fui mais apegado a minha mãe. Eu amava o meu pai também, mas ele não dava o devido valor a minha mãe, eu percebia isso. Minha mãe fazia de tudo para agrada-lo e ele agia como se ela fosse um nada dentro de casa. Chegava tarde em casa, saia constantemente para viagens de negocios e minha mãe ficava ansiosa pela volta dele, mas quando ele chegava, a tratava muito mal. Eu tava cansado de ver minha mãe chorar por ele todas as noites que ele passava fora. Eu... só não sabia que ele a traía. - O olho preocupada. - Um dia meu pai disse que teria uma viagem muito importante para uma cidade onde um amigo meu morava, ele só não sabia. Antes que ele fosse, eu mexi nas coisas dele para saber em que hotel ele ficaria e contei para o meu amigo para ele vigiar o meu pai. Ta! Era errado bancar o espião, mas eu tinha certeza que meu pai aprontava nessas viagens dele. No terceiro dia da viagem dele, meu amigo me mandou uma foto do meu pai com uma mulher, só que era no computador, e minha mãe passou pela porta do meu quarto e viu a foto estampada na tela. Eu só ouvi ela derrubar tudo que tinha nas mãos e sair pro quarto chorando. - Era nítido nele que ele odiava lembrar e falar disso, já havia uma lágrima saindo de seu olho direito. - Tentei fazer ela sair do quarto, mas ela não abria a porta. Fui por fora e olhei pela janela, ela estava no chão com um monte de remédios na boca. Gritei por ela e joguei qualquer coisa que vi ali fora na janela para quebra-la. Entrei e corri desesperado até ela, ela nao respondia, mas ainda respirava. Liguei para a emergência e eles rapidamente chegaram. No hospital, minha mãe ficou internada e acabou pegando uma infecção que a deixou muito debilitada. Eu não sabia o que fazer, andava de um lado para o outro do corredor do hospital aguardando resposta de algum médico. Até que meu pai apareceu lá com semblante " preocupado ". Eu nao aguentei, parti para cima dele com tudo gritando que era culpa dele a minha mãe estar a beira da morte, ele não discordou, apenas abaixou a cabeça, ele sabia que a culpa era dele. - Ele da uma pausa e eu seco sua lágrima. - Antes.... antes que ela morresse, ela me fez prometer que continuaria pelo menos falando com o meu pai, por isso ainda tenho contato, mas se nao fosse por isso, eu não sei o que eu teria feito com ele. - Ele me olha e tenta forçar um sorriso, o que acaba saindo meio torto.

- Eu sinto muito meu amor! - Falo ainda segurando sua mão. - Deve ser difícil ter que ainda falar com ele. Eu entendo porque nunca quis falar dele.

- O pior é que mesmo depois disso, ele não mudou! Nao mudou merda nenhuma da pessoa que ele era. Agora mesmo estava me ligando pedindo para poder usar minha casa para ficar com uma mulher ai que ele conheceu. Ele continua sendo um babaca! - Ele fala irado.

- Eu sinto muito mesmo. - Ele sorri ladino.

- Não se preocupe, um dia ele vai ter o que merece. - Ele se joga pra trás deitando na cama, faço o mesmo.

- Não faça besteira, Cold. - Ele ri.

- Não vou. - Ele se vira para mim. - Só continuar comigo. Você é o motivo por eu ainda querer ser uma pessoa boa. - Dou-lhe um beijo e ouço alguém bater na porta.

Ele se levanta e eu vou até a porta, a abro e vejo que é meu pai.

- Oi pai! - Sorrio ao ver que ele já voltou.

- Oi minha filha! Desculpa eu ter saído, mas é que... - O interrompo.

- Eu sei. A Mônica já me explicou. - Sorrio.

- Ah.. que bom. - Ele sorri aliviado.

- Mas o moço ta bem?

- Ta! Ta sim, a familia ja foi busca-lo. - Ele fala. Meu pai olhou para o meu quarto e viu Cold sentado na minha cama. - Ele... concordou em ir jantar conosco amanhã? - Meu pai pergunta meio baixo, acho q nao queria que o Cold ouvisse.

- Sim. - Falo sorrindo.

- Ah ta bom! Eu já reservei a mesa do restaurante.

- Em qual nós vamos?

- Surpresa. - Ele sorri.

Depois disso meu pai foi almoçar e eu  fechei a porta novamente.

Assim que me sentei ao lado Cold alguém abriu a porta com tudo. Olhamos assustados e obviamente era a Mel.

- Pai da Fernanda bateu na porta com todo cuidado do mundo, Mel já entra arromabando! - Cold fala rindo.

- Cala a boca Cold. - Ela fala vindo em minha direção toda animada. - Fernaaandaaaa!!! Lembra de Samara??

- Que Samara?

- Como assim " que samara " ?? A garota era grudada com você no ensino médio. - Ela fala e eu me lembro.

- Ahh sei! - Samara era minha melhor amiga na época da escola, me ajudou bastante no terceiro ano. - O que tem ela?

- Ela nos convidou para ir numa festa hoje! - Paro de sorrir.

- Que festa Melissa? - Pergunto já tentando inventar um motivo para não ir.

- Não me olha com essa cara Fernanda! Eu não sei onde é e nem de quem é, mas ela insistiu e você vai!

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Meu VizinhoWhere stories live. Discover now