2.3 O que houve contigo?

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Lili

Parece que meu mundo caiu, essa notícia me desestabilizou por inteira.

Por mais filho da mãe que seja meu pai, tudo que ele tenha feito de mal a mim, ele ainda continua sendo meu pai.

Ou.. continuava agora.

-Lili, sei que é meio insensível dizer isso agora, mas você precisa ir até Clevelândia para analisar o testamento e..

-Ta doida, Austyn?-a interrompo antes que termine a frase absurda na qual ela estava prestes a dizer.

-olha, sei que é difícil retornar a sua cidade natal depois de tantos anos, rever sua família. Mas você precisa fazer isso, por lei.

-não quero nada que seja de minha odiosa família, Austyn. A única coisa que quero é distância de todos.

-Lili, imagina como será se você não for atrás de seus 'direitos'. Eles vão atrás de você, vão te investigar e vão descobrir sobre seu trabalho, sobre o Kendall.

Droga. Ela está certa. Eu realmente preciso ir até Clevelândia para resolver isso. Se tem uma coisa que eu realmente não quero, é dar mais motivos para minha família me chamar de ovelha negra.

-e outra.. imagine como não deve estar Tess.. a coitadinha não te vê a anos, e deve ter sido devastador pra ela a morte do pai. Ela, mais do que nunca, precisa de você. Por favor, Lili. Repense sua decisão.

Ela me abraça e eu me permito chorar. Mas não pela morte de meu pai, ou por ter de ir a Clevelândia, mas sim porque me sinto complementarmente sozinha nessa.

Sei que Austyn está aqui e tal, mas não é por conta disso. Apesar de Austyn ter vivido comigo a minha vida toda, ela não iria me entender.

E outra que terei de ir até aquela droga de cidade sozinha. Austyn tem seu trabalho e sua vida para cuidar, não pode ficar de babá para mim.

Depois de um tempo, minha amiga me diz que tem de ir trabalhar, mas que volta mais tarde para me ajudar a fazer as malas, caso eu decida ir.

–vai me mandando mensagens. Qualquer coisa me ligue, venho correndo para socorre-lá. E nada de fazer besteira, Lili. Você é adulta, lide com seus fardos como tal.

Depois de prometer que irei ficar bem, embora eu sei que não, abraço minha amiga. Nos despedimos e ela se vai, me deixando sozinha em meu enorme apartamento.

Coloco um pijama mais quente por conta da manhã fria que faz em Las Vegas, frio esse no qual eu amo. O inverno é sem dúvidas a minha época favorita.

Me deito mas não consigo pegar no sono. As lembranças de papai me tomam e nesse momento eu só queria o seu abraço.

Mas não o carinho do pai violento e insensível de 5 anos atrás. Sinto falta do pai amoroso da minha infância, que fazia de tudo para me ver sorrir, odiava me ver triste e estava sempre feliz.

Infelizmente as coisas nunca saem como nós desejamos ou queríamos, e é sempre assim, tudo tão vago e sombrio.

Pelo menos para mim, a garota problemática da família Reinhart.

A Bad Bitch For You, Baby - SprousehartOnde as histórias ganham vida. Descobre agora