Os dois lobos

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A bondade habita em mim, numa condição condicional de partes e afins. Pois o mal tem seu pedaço, seu passado, seu presente e mui certamente um futuro, onde a luta aflui em um campo espiritual, pessoal, movida pelo interpessoal, que banal faz a miséria vencer, o nobre perder e o destino esmorecer anti a vaidade da perda, mas o que é a perda? Se não uma condição de nossa mente? Onde o consequente se fixa velado em uma opinião vertente impulsionada por um querer.
O que é perder?
Conheço um homem que tudo perdeu, julgado foi como miserável, abandonado por amigos e partidarismo, sem ele ser militante, acharam que fazia parte de um levante, e o povo gritante pediu sua morte num instante, atendido por outro levante motivado por poder.
E o que é poder?
Andando no mundo demarcado, com cercas de arame farpado, muros vigiados, fronteiras divididas, homens lutam sem porquê, por que? Porque nada vai trazer poder! Ele não pertence a raça dos homens, que mortais cambalearão para a morte, como uma bússola aponta para o norte, o final de todos nós está marcado, com dia, hora e atestado.
Não há legado, não há nome, nem passado, pois a sombra do esquecimento abaixará inevitavelmente, trazendo a penumbra e o falecimento.
O que é legado? Por que buscá-lo? Por que há vaidade?
Na luta do meu eu com ele mesmo, brigamos com o semelhante, derrotando no mesmo instante o próprio ser. Pela vitória ou pela derrota, o mal que habita em nós vencerá, sobrepujando a condição condicional, de partes e afins. Contudo há um caminho excelente, numa contrição vertente, alimentando a bondade latente que precisa sobreviver, para a humanidade sobreviver e a paz reinar.

Jbbrown

Café, poesias e crônicasWhere stories live. Discover now