Últimos dias sabáticos

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 Antes de começar as aulas eu quis fechar com chave de ouro que foi viajar para o lugar que tem um espaço no meu coração, não por conta do seu clima agradável, suas praias, seus pontos turísticos, tudo isso é muito bom, mas o que me ganha são meus amigos de lá.

 Decidi passar o fim das minhas "ferias" lá sozinha com meus amigos, com quem cresci, uma pitada de aventura e liberdade, tudo que eu mais amo. Mas em uma noite eu e minhas amigas resolvemos fazer um jantar para nossos amigos e chamar cada um para ter como par e poder conversar mais profundamente, mas tudo isso para crescermos em amizade. Praticamente todos os meninos eu já era muito próxima, mas tinha um que eu nunca tinha me aproximado muito, Daniel, um menino alto, cabelos lisos e pretos, a pele bem clara e o rosto de um garoto revoltado, com piercings e roupas de rock, paramore, que era apaixonado e tocava sempre que podia. O que me intimidava um pouco, mas como ele era o único que eu não conhecia de fato do grupinho, resolvi chamar. No dia fizemos macarrão, na verdade elas fizeram, eu fiz suco que é a unica coisa que esta a altura das minha habilidades culinárias.

Pegamos emprestado o apartamento de um amigo deles e convidamos todos, o apartamento era espaçoso possibilitando colocar cadeiras com mesas na sala e na sacada tendo lugar para todo mundo se acomodar. Eu me vesti de uma maneira bem simples, como de que iria ao shopping, até ver minhas amigas se produzindo com salto, vestidos e maquiagem, eu só estava com camiseta, shorts e chinelo, me senti pressionada e corri para o quarto para me trocar, sorte que estava dormindo lá e tive essa chance de trocar. Como foi de ultima hora essa mudança eu me atrasei no preparo, os meninos ja estavam chegando e nós ainda estávamos preparando o molho. Varias meninas em uma cozinha correndo contra o tempo, e eu ali cortando limão para a limonada, no meu tempo, até lembrar "ele disse que tava com vontade de chantili né?" corri para o armário e ali tinha "chantili pronto" abri a caixa e bati, fazendo um chantili branquinho e aerado, quando peguei a colher e lambi a ponta, o gosto dançou na minha boca "ele vai amar" pensei animada. Coloquei em cima do brownie dele e deixei separado na geladeira, queria causar uma boa impressão, "ele não pode me odiar, quero ser amigas de todos então vou me esforçar para ser perfeito" conclui enquanto terminava de arrumar os adornos nas mesas.

 Todos os meninos chegam ao apartamento, alguns vestidos tão formalmente quanto minhas amigas e alguns de chinelo, respirei aliviada, já que nem calcada eu estava, tinha perdido meu chinelo na correria dos preparos e só percebi quando era tarde demais. Cada um foi escolhendo a mesa que queria sentar, Daniel escolheu a mesa que teria mais gente conosco, uma mesa redonda que conseguiria acomodar mais meia duzia de pessoas, ainda bem, não saberia como fazer se fossemos só nós dois, não saberia como conversar.

 Daniel se senta e se acomoda, vou até ele nervosa segurando minhas mãos para tentar conter o nervosismo "como vai ser nossa primeira conversa, ainda mais nessa situação?" minha mente estava acelerada e o coração ainda mais, ao chegar nele perguntei:

- O que você vai querer? vou fazer seu prato.

Ele sorri frouxo, meio debochado e diz:

- O que tem? eu to com fome, vou comer bastante.

- Tem macarrão normal e penne. Com molho branco ou a bolonhesa. Com acompanhamentos de azeitona, milho, bacon, ervas e queijo ralado.

- Nossa! mas vocês se empenharam em? - ele falou debochado - Vou querer o "normal" com molho branco, bacon e queijo por favor.

- Ok. A quantidade mais ou menos seria qual?

- Ah, bastante, mas não precisa transbordar - ele fez um gesto com as mãos para mostrar mais ou menos a altura de que estaria o macarrão, era bastante, como alguém conseguiria comer tudo aquilo? mas lembrei que ele tinha por volta de 1,90m

- Tá, já venho tá? - ainda contida pela adrenalina atropelava minhas próprias palavras

Deixei ele na mesa com os outros meninos e fui pegar os pratos, o meu e o dele. Cheguei com os pratos e sucos, em duas viagens para poder trazer tudo. Um prato do jeito que ele queria, e o meu, menorzinho, mas mesmo assim cheio, eu estava com tanta fome só de olhar as meninas cozinhando, e o cheiro estava maravilhoso.

 Conversamos todos a noite inteira, foi uma noite muito agradável, temperatura estava ótima, nem muito frio nem muito calor, uma noite estrelada com um pouco de vento. Conversei um pouco com Daniel e vi que ele não era quem eu sempre achei que fosse, ele era mais divertido, gentil e alegre, uma companhia bem melhor que imaginava, ele fez com que a noite passase rápido, entre historias, teorias da conspiração e piadas, o que me fez dar um estalo de "ele é mais interessante do que eu pensava, quero conhece-lo mais".

Noite chegou ao fim, mas não antes da sobremesa, dei o brownie para ele sem dizer nada, quando ele reparou que só o dele tinha chantili ele disse emocionado:

- Awn, pra mim? - colocando a mão sobre o peito e com a voz amolecida - Obrigado Ana, fiquei feliz.

Todos comeram e foram embora, já que não poderiam ir muito tarde já que é perigoso.

 No dia seguinte entreguei uma carta de agradecimento pela companhia na noite anterior, e ele me deu uma também, com uma dobradura feita por ele. Achei fofo e guardei com o maior cuidado a carta entre meus livros e diários. Mal sabia eu que ali meu coração já estava sendo fisgado numa especie de comodidade, animação e curiosidade.


Quem é esse Daniel que todos falam afinal?

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⏰ Last updated: Jun 19, 2019 ⏰

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