Capitulo 10 - Curiosidade.

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Curiosidade (nome): qualidade do que é curioso; desejo de saber ou ver.

Layna

Adormeci a pensar naquele ser interessante e que teimosamente dançava nos escombros da minha mente. A minha vida estava a tornar-se em algo que desconhecia, temo dizer que em algo interessante.

O despertador pregou uma das suas várias partidas acordando-me de um sono quase perfeito.

Coloquei por fim o meu perfume e desci bebendo o melhor sumo de laranja natural que conhecia para fazer caminho até a um dia de aprendizagem. Espero ver Liam, será que ele era diferente do que vira ontem, a luz da lua tornara-o misterioso e espero que a luz artificial dos candeeiros ridículos da escola não estraguem o que me cativou.

Abri uma das duas grandes portas de entrada do edifício educacional a meio do primeiro toque e corri para junto da porta onde iria ter a primeira aula. Entre a corrida frenética não vi Liam e muito menos Zayn. Andrew e Nally já enfeitavam os corredores daquele local mas Zayn não nos presenteava com a sua presença. Tinha vontade de lhes perguntar pelo seu paradeiro mas não o farei.

Tal como no corredor, Zayn não aparecera na aula o que a tinha tornado num sossego extremo para o meu lado. Andrew tinha a oportunidade de dar em cima de Nally sem que tivesse o olho de Zayn em cima dele. A disputa daqueles dois por aquela garota era inigualável e sem sentido mas, apesar do sossego adorável sentia-me incompleta.

O som ensurdecedor da estúpida campainha escolar tocou para o intervalo gigante da hora de almoço. Evitei colocar-me na fila com possíveis candidatos a humilhação e com sucesso cheguei até ao final sem um único comentário. Comi um pouco do que me tinham servido e coloquei o tabuleiro no lugar indicado para fazer caminho até à biblioteca para ler um pouco do livro requisitado mas assim que abri as portas daquele lugar silencioso dei por mim a caminhar até ao meu lugar sagrado, já não tão só meu.

Sentei-me com as costas encostadas à prateleira desconfortável e dei por mim a fechar os olhos múltiplas vezes.
- Já está ocupado. - Disse desiludido. A voz não me era estranha mas quando o olhei vi a quem pertencia nada respondi. Que fazia ele aqui?
- Se quiseres eu vou embora. - Disponibilizei.
- Não, podes ficar. - Sentou-se perto de mim enquanto soltava um suspiro. - Importaste de não falar?
- Não o tencionava fazer.
- Ótimo. - A voz de Zayn soava ríspida e gelada e eu em nada queria me envolver numa conversa com esta versão dele.
O silêncio abominou-nos e como à pouco lutava com as minhas pálpebras para me entreter entre o abrir e o fechar prolongado delas. 

- Os meus pais pediram os papéis do divórcio. - Contou por fim e eu assustei-me com a notícia repentina.
- Pode ser só uma fase. - Disse sem pensar muito bem no que haveria de dizer para o acalmar.
- Como também definitivo.
- Não será melhor para ambos?
- Provável mas não para nós.
- Nós?
- Sim, eu e as minhas irmãs. - Não sabia que Zayn partilhava os mesmo pais com alguém.
- Mas para os teus pais será, não achas que eles merecem viver em paz e felizes?
- E separados não vão ser felizes.
- Como sabes?
- Porque eles gostam realmente um do outro.
- Então se gostam não precisas de te preocupar. - Nunca pensei que chegasse ao ponto de dar conselhos a Zayn.
- Espero que sim. Acho que mereço algo em troca.
- Como assim? - Que raio de tema desviou ele?
- Eu disse-te quem era. Tenho curiosidade em saber quem és.
- Até gosto de te ver curioso. - Ele sorriu. Que raio disse eu? Este meu lado amoroso não me assenta bem.
- Então se gostas eu fico. - Disse e ambos ficamos novamente em silêncio, tinha vontade de deitar a minha cabeça sobre o seu pescoço mas sentia os seus dedos a tamborilar sobre a sua perna e isso já me aconchegava.




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