Capítulo 72- Revelações.

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Layna

Coloquei a minha mão sobre o seu peito e travei o que quer que fosse que ele ia fazer.
- Tu não percebes. - Disse-lhe. - Tu não consegues perceber.
- Mas o que há para perceber? - Ri ironicamente.
- Vês como não percebes, nem o sabes.
- Então diz-me para eu o perceber. - Ele empurrava a minha mão que ainda se insistia por cima do seu casaco de couro.
- Que eu não posso viver sem ti.
- Então...
- E tampouco contigo. - Interrompi.
- O que te dificulta tanto a tarefa?
- Eu...
- Exatamente. - Desta vez fora ele a interromper-me.
- Não me deixaste acabar.
- Não o precisei.
- Não és uma garantia e... - Arfei. - Tu vais e vens e eu estou cansada. - Sentei-me sobre a cama com as mãos sobre a cara.
- E se...
- Não. - Interrompi. Ele sentou-se do meu lado em silêncio.
- Posso ver? - Disse minutos depois, quando o silêncio já se tornava confortável e todas as emoções acalmaram.

Suspirei e coloquei a caixa cinza por cima das suas pernas, sabia que não lhe devia mostrar aquilo mas também não lhe queria esconder mais.

Ele retirou a tampa e sorriu ao ver uma foto com os meus pequenos 4 anos com o meu avó.
Colocou todas as fotos para o meu colo após verificar todos os cantos da sua memória e parou, qualquer movimento que fazia notar que estava vivo parou.
- Deixa-me ver. - Pediu olhando-me tão profunda e pesadamente com o que temia na mão.

Neguei com a cabeça.
- Não foi um pedido.
Suspirei e olhei as mangas da minha camisola para as levantar sem pensar uma segunda vez no que me estava a meter.
- Nunca mais... - Parei de falar depois de ver a caixa sobrevoar o meu quarto e Zayn se levantar com toda a fúria.
- Fui eu?
- Foste tu? - Anuiu. Engoli em seco, não queria dizer que sim mas não lhe queria mentir, a voz ficara presa na garganta e sabia que aquilo servia como resposta para si.
Zayn desapareceu após esmurrar a parede perto da porta.

Deitei a cabeça sobre a almofada. Zayn nunca percebera a magnitude do mal que ele me fizera e talvez tenha exagerado na mesma mas a minha vida emocional não estava a melhor.

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Sentia-me tão ou mais cansada do que quando adormecera e todo o meu corpo era possuído por arrepios frio que fazia do lado de fora da casa. Olhei o telemóvel que jazia por cima da minha mesa ao lado de um dos candeeiros azulados que dava alguma cor ao quarto menos acinzentado que a caixa.
Olhei o relógio digital enquanto a minha boca emitia um bocejar ensonado. Desci para a cozinha com os meus pés em cru com o frio do chão, sabia melhor do que conseguia admitir e bebi um copo de água para libertar a sede que dilacerava a minha boca. O grande relógio que ocupava a parede por cima das grandes portadas de entrada da cozinha emitiam as 4 da madrugada e todo o meu sono assolou mais a vontade de dormir. As revelações que confiei a Zayn circularam a minha mente como sangue que circula nas veias, sentia-me cheia, stressada e pressionada, não sabia o que fazer e não sabia o que dizer.

Tinha sido por sua culpa mas também o tinha sido deixar.

Tinha que lhe dizer...

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Não sabia como tinha chegado ali ou como tinha sequer pensado em vir aqui mas a minha mão batia irregular e freneticamente na porta de entrada daquela pessoa.
- Layna? Que...
- Preciso de falar contigo. - Ele ainda se encontrava em roupa interior, provavelmente tinha acabado de se levantar.
- O que te fez levantar a esta hora? - Disse quando fechou a porta e se aqueceu do frio que fazia na parte exterior da casa.
- Eu... - Suspirei e soluços de choro soltaram sem que qualquer lágrima caísse. - Eu só faço... - Senti os seus grandes braços rodearem-me e senti-me apoiada sem que ele precisasse de dizer alguma coisa.

Sabia que estávamos ali pelo menos à 10 minutos sem que qualquer um se mexesse.
- Desculpa... - Pedi, por fim.
- Não o tens de fazer.
- Sim, são quase 5 da madrugada.
- Eu disse que estaria aqui em qualquer altura, a qualquer hora. - Sorri. Sabia que em Harry tinha sempre um ombro em quem me apoiar mas esse ombro não era o suficiente para me sentir de todo amparada mas neste momento não podia pedir por outro.



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