Capítulo 41 - Just do it.

2.9K 189 0
                                    

Coloquei a minha cabeça sobre o ombro dele para puder tê-lo mais perto de mim e senti a sua cabeça repousar perto da minha.
- Obrigada. - Disse num fio de voz e ouvi um soltar de um sorriso.
- Ficas a dever-me uma. - Brincou.
- Não queres que diga à escola inteira que viste crepúsculo, pois não? - Ele engoliu em seco e eu sorri.
- Não tinhas coragem.
- Não me coloques à prova. - Ele trocou a direção na qual dançávamos. - Zayn? - Chamei-o e ele respondeu com um murmúrio. - Esquece.
- Não tenhas medo em dizer-mo. - Suspirei.
- Não é nada. - Ele afastou a sua cara da minha e eu fiz o mesmo com o intuito de o olhar nos olhos.
- Diz Lay.
- O Liam! - Gritei e apressei-me a sair de cima dos pés dele na qual me arrependi pois soltei um pequeno silvo de ardor e ele logo ajudou-me, embora embaixo.
- Queres que te leve?
- Se não te importares...
- Claro que não. - Fechou o zíper da mochila e atirou-ma na qual apanhei por mero reflexo e chegou perto de mim, desta vez perto de mais e senti o seu perfume invadir-me e colocou suavemente a sua mão sobre a minhas costas, o que me arrepiou e baixou-se para puder levantar os pés para me colocar sobre os seus braços.
- Que hábito. - Reclamei.
- Admite que até gostas que te pegue. - Ia responder mas ele tem uma certa razão e ele sorriu pela minha falta de palavra e eu coloquei o meu braço em redor do seu pescoço e, talvez pela confiança que lhe tinha ganho, deitei a minha cabeça, mais uma vez, sobre o seu ombro.
- Gosto do teu perfume. - Soltei sem intenção.
- E eu desta tarde.
- Eu também. - O silêncio, embora agradável, apoderou-se de ambos e ele colocou-me sobre o banco do carro.

POV Zayn.

Posicionei ambas as mãos sobre o volante e ela ligou a rádio numa estação calma e pacífica e encostou-se para trás, colocando-se confortável. Liguei a ignição do carro e tracei caminho até casa dela para a entregar a alguém que eu gostaria de ser.
Embora nenhum de nós tenha dito algo durante toda a viagem eu senti que aquela foi a conversa mais agradável que tive com ela, talvez pela sua presença ser uma fonte de paz para o meu coração mas de agonia para todo o meu resto.
Olhei-a para me puder despedir dela mas o seu corpo estava adormecido e eu suspirei pesarosamente e por instinto levei a minha mão a afastar uma mecha de cabelo que lhe cobria um pouco do rosto e eu queria-o ver a 100%.
Mais uma vez coloquei-a sobre o meu colo e posicionei-a de uma maneira a que ela coloca-se a sua cabeça sobre o meu ombro, até gostava de a ter sobre ele e toquei à campainha.
- Quem é? - Ouvi do outro lado para depois abrirem a porta.
- Zayn?
- Liam. Encontrei-a no cemitério a dormir. - Coloquei-a sobre os seus braços cuidadosamente com um pouco de despreocupação e nojo para disfarçar. - Tem cuidado com ela.
- Como se tu quisesses saber.
- Por acaso não mas és meu amigo e avisei-te.
- Meu amigo. - Troçou mas não lhe dei a mínima importância e sai de perto da casa dela.
Dirigi até casa e sentei-me no sofá enquanto liguei para um canal qualquer de desporto e deitei-me sobre o sofá.
- Qual é a tua cena? - Disse-me.
- O quê?
- Eu estava a ver isso.
- E agora eu estou a ver isto.
- És mesmo irritante.
- Deixa-te de ser assim, tu adoras o teu irmão mais velho. - Ia aproximar-me para a chatear mas ela afastou-se e eu desisti devido à falta de vontade de me movimentar mais um milímetro.
Após alguns segundos ela olhou-me intensamente.
- Que queres? - Perguntei.
- Nada. - Resmungou e eu calei-me e prestei atenção ao jogo que simplesmente não me apetecia ver mas ela continuava a olhar-me intensamente.
- Que se passa?
- Andas a usar perfume de menina?
- Não. - Olhei-a com a pergunta ridícula.
- Então tiveste com alguma rapariga.
- Como se tu tivesses alguma coisa a ver com isso.
- Gostas dela? - Olhei-a e nada respondi mas será que gosto? - Olha...
- Diz.
- Umas amigas minhas estão no parque e...
- Não. - Respondi rudemente.
- Mas nem sabes o que ia pedir...
- O que quer que seja é não.
- Oh vá lá maninho. - Insistiu.
- Não. - Ela saiu do sofá cabisbaixa e eu senti a vitória a fervilhar mas um pouco de culpa.

Sentimento de culpa? Eu? Ando doido.

Levantei-me e dirigi-me até ao quarto dela e via deitada sobre a cama.
- Veste-te então.
- Ah?
- Não queres ir?
- Como sabias que era isso?
- A mãe falou-me ontem. Despacha-te antes que me arrependa. - Ela levantou-se rapidamente e calçou as botas que estavam perto da cama.
- Já estou. - Caminhou em passo apressado para o carro e eu caminhei atrás dela e levei-a até lá.
- Pega. - Entreguei-lhe uma leve quantia de dinheiro. - Depois não digas que não sou bom irmão.
- Não vais ficar, pois não?
- Claro que n... vou. - Disse após ver uma companhia que me agradava e a minha irmã arfou. Sai do carro e dirigi-me até ela.
- Já não te via a algum tempo. - Disse.
- Zayn, que bom ver-te. - Sorriu-me. Sophia sempre foi uma rapariga na qual se disponibiliza para tudo quando lhe peço.
- Não me queres fazer companhia até casa?
- Tens carro?
- Tenho.
- Então vamos nos teu e depois trazes-me, pode ser?
- Claro. - Caminhei ao seu lado enquanto nos encaminhávamos para o meu carro.
- Que te traz por aqui?
- Vim trazer a minha irmã. E tu?
- Passear mas agora até me soube bem. - Entrelaçou os seus dedos nos meus e sorriu.
- Era essa a minha intenção. - Pisquei-lhe o olho e entramos no carro e eu conduzi até casa e coloquei-o na garagem.
Estava pronto para sair mas ela travou-me.
- Está alguém em casa? - Perguntou.
- Não.
- Perfeito. - E saiu do carro para eu depois sair também. - Para onde queres ir? - Perguntou.
- Para onde queres ir? - Brinquei e ela sorriu, puxou-me pela camisola para junto de si, beijou-me e eu beijei-a levando-a para o sofá que tinha mais perto.

A Deep Regret Z.M.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora