Sempiternal

𝓥𝓸𝓬𝓮̂ 𝓹𝓻𝓸𝓶𝓮𝓽𝓮𝓾...

Jeon Jeongguk tinha somente quinze anos quando declarou-se totalmente apaixonado por Park Jimin.

Eram amigos de longa data, totalmente fiéis e verdadeiros um com o outro, mas a cada ano que se passava, Jeongguk se culpava cada vez mais por já não vê-lo mais como um simples amigo. Aquilo já se seguia há dois anos. E, agora com dezessete, não podia se sentir menos apaixonado por aquele serzinho a qual ele denominou como seu “mochi”, ainda no começo da longa amizade.

Se tornara, desde os treze, uma tarefa imensamente difícil não se apaixonar por Jimin. Ele era lindo, possuía uma personalidade doce, e era orgulhosamente inteligente e bondoso. Um sorriso e já derretia mil corações de gelo. E Jeongguk, um dos que se denominavam “o príncipe de gelo”, deixou-se derreter drasticamente pelo pequeno hyung, de dentinhos fofamente tortos e bochechas gigantes. Eram realmente um casal admirável.

Mas em contrapartida, haviam alguns pequenos empecilhos que lhes impediam de viver um namoro corretamente.

Por ser um ano mais novo e por não ter um mínimo interesse em assumir as empresas da família, Jeongguk não se tornara uma pessoa realmente boa na escola. Não possuía as melhores notas como Jimin, não estava sempre presente e por vezes parara na diretoria por mal comportamento, diferente do namorado, a qual era tão centrado e focado nos estudos. E o pai de Jimin, que além de não saber nada sobre o relacionamento dos dois, planejava um futuro minuciosamente escolhido por si para o único herdeiro, e esse futuro não incluía Jeongguk.

Ambos não queriam pensar no depois da escola, mesmo que soubessem que já não possuíam mais tempo algum. Jimin estava no terceiro e ele, no segundo, um ano a menos para enfim poder alcançá-lo. E, se fosse para ser sincero, ele não fazia a mínima ideia do que poderia chegar a acontecer depois que tudo se finalizasse, a única certeza que ele tinha era de que queria continuar com Jimin.

— Vamos pra sua casa? — Jeongguk indagou, ao final da última aula do dia, quando ambos já estavam na saída do colégio. Àquele dia, Hoseok — o único primo de Jimin e cinco anos mais velho — não estaria em casa, pois estaria viajando a negócios por três longos dias. O pai de Jimin, Park Jihyun, atualmente morava no exterior, e por isso deixara como “guarda”, “guia” ou qualquer tipo de nome que aquele cuidado pudesse ter, Hoseok, mais conhecido como empata foda do casal. Além do mais velho fazer cara feia para a imagem de ambos deitadinhos juntinhos no sofá da sala, ele atrapalhava e muito a interação do casal. Se você compreende, é claro. — Appa volta cedo pra casa hoje. — E choramingou, abraçando o menor carinhosamente.

Jimin riu, acariciando o peitoral largo coberto pelo uniforme. Não que Hoseok não gostasse de Jeongguk — ele e o pai de ambos eram ótimos amigos e ele gostava imensamente de Jeongguk como pessoa —, mas aprovar um namoro entre os dois, ele não aprovava de forma alguma. Para Hoseok, Jimin tinha um imenso caminho pela frente: de muito sucesso e brilho. Era um aluno exemplar que seguiria o caminho do pai. E Jeongguk somente atrapalharia aquele processo.

Se o Jeon fosse alguém minimamente interessado em algo útil, talvez ele pudesse pensar sobre o assunto, mas nem mesmo havia como: Jimin passava as horas que poderia estar estudando, namorando com aquele menino no sofá da sala. Que futuro ambos teriam? Jeongguk não seria um bom caminho para seu primo, a qual ele orgulhosamente já quase possuía um caminho pronto para ele trilhar. Apenas Jimin não sabia.

— Claro, temos a casa inteira para nós. — Sussurrou, sorrindo malicioso. Jeongguk o fitou incrédulo, mas logo verteu-se em risadas incessantes e de brinde teve um pequeno hyung adoravelmente coradinho em seus braços. — P-Pabo. Não faço mais essas brincadeiras com você. — E fez bico.

— É brincadeira, meu amor. — E acariciou o rostinho gordinho com devoção, os olhos escuros brilhando em amor pelo serzinho a sua frente. Jimin voltou-se a mão que lhe acariciava como um belo gatinho atrás de carícia. — Eu te amo.