Capítulo Um - Três Décimos

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— Boas férias, Harry! Tente não morrer de saudades de mim! — Grita Louis já no final do corredor.

— As notas ainda não saíram! E eu fiquei na sua frente sim! — Berra Harry em resposta enquanto apanha o livro que falhou em acertar a cabeça-oca de Louis Tomlinson.

[...]

Harry Styles nunca foi bom em nada que não seja estudar.

Tudo começou na terceira série, quando, após uma prova onde tirou nota máxima, Harry ganhou uma estrela dourada da professora.

Era possível ganhar as estrelas se tivesse bom comportamento, fizesse as tarefas, tirasse notas boas e não faltasse.

No final do ano, quem tivesse mais estrelas iria ganhar um prêmio.

Harry guardou todas as malditas estrelas feitas de cartolina amarela, pensando que, apesar de sua mãe dizer que ele não sabia fazer nada, pelo menos na escola era possível mostrar que ele sabia fazer alguma coisa.

No auge de seus oito anos de idade, Harry não sabia mesmo fazer as coisas, quaisquer que sejam estas "coisas" que sua mãe dizia.

Seja como for, a incapacidade de Harry fazer qualquer coisa era a desculpa perfeita para sua mãe sair à noite e deixá-lo sem uma babá.

Essas noites eram passadas com a televisão ligada e qualquer coisa que Harry conseguissem encontrar para comer.

Pouco à pouco, a escola se tornou a única coisa na vida pacata de Harry. A recompensa pelas estrelas, sua única obsessão.

Mas ele viu seu castelo ruir no dia da contagem das estrelas. Talvez ele esteja sendo dramático demais, mas somado a decepção de não ver sua mãe entre os pais de seus colegas, Harry sentiu-se bobo e infeliz.

Ele conseguiu trinta e sete estrelas douradas, contudo, outro aluno também conseguiu o mesmo número.

— Em primeiro lugar temos Harry Styles e...

Harry lembra-se de levantar em um pulo do lugar onde estava, no chão cercado por seus colegas.

— Louis Tomlinson!

Em algum lugar a sua esquerda, um garotinho se levanta, ele sorri na direção de Harry. Falta um dente na frente, porque ele correu quando não deveria e escorregou, batendo de boca no chão. Harry nunca corria quando não podia, por isso ele tinha todos os dentes e o prêmio.

Aquilo estava errado, Harry sabia disso e iria provar.

— Conte de novo — pede a professora estendendo a mão cheia de estrelas.

— Senhorita professora — diz alguém parando ao lado de Harry —, eu não trouxe as estrelas, perdi o prêmio?

— Perdeu — responde Harry na lata.

— Oh, querido, claro que não — responde a professora mostrando eu caderno a eles —, anotei tudo bem aqui.

Na página que ela mostra, está uma lista de quantas estrelas cada aluno conseguiu, no topo, o nome de Harry vem acompanhando com o de Louis W. Tomlinson.

A barra de chocolate é divida ao meio depois que Harry e Louis Tomlinson tiram uma foto segurando-a, a professora fica atrás deles e coloca uma mão no ombro de cada um, sorrindo orgulhosa.

A foto é colocada no mural na sala. Um lembrete diário de que Louis Tomlinson é o maior trapaceiro da Inglaterra.

A primeira vez que ganhou foi puramente golpe de sorte, dessa forma, ele passou a copiar tudo que Harry fazia.

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