37 • O reencontro na biblioteca

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Uma semana se passou e acabamos deixando os possíveis problemas de Gabriela de lado. Era claro que ela não queria conversar sobre e era grossa com qualquer um que tentasse. Embora deixado sua situação de lado, não esquecemos de jeito nenhum. 

No dia seguinte, depois da inscrição para cheerleader, já tínhamos voltado a conversar normalmente, assim como antes. Ambos fingimos que nada havia acontecido.

De manhã, antes mesmo do despertador tocar, eu já estava acordado encarando o teto profundamente. Naquela noite em especial, eu tinha dormido muito mal e, a partir da última vez em que eu acordara para ir ao banheiro, eu já não conseguia mais dormir de novo.

Tirei o celular da tomada ainda faltando quinze minutos para que eu teoricamente precisasse levantar. Liguei o Wi-Fi, que sempre era mais lento, pois o roteador ficava na sala, entretanto, o pouco de sinal que chegava ao segundo andar, muitas vezes era o suficiente para eu receber e enviar mensagens, mas não o bastante para rolar o feed do Instagram sem passar raiva.

Como já era de se esperar, haviam mensagens no nosso grupo de amizade, que agora tinha Amalie incluída. Respondi com um emoji, algo que indicava que eu havia lido e não tinha sido ignorante o suficiente para sair da conversa sem responder.

Entrei na conversa com Gabi e cheguei a digitar algumas coisas, mas acabei desistindo e apagando tudo. Tudo o que consegui fazer com sucesso foi abrir sua foto no WhatsApp e observa-la por algum tempo, enquanto relembrava de como ela era antes quando a tinha conhecido no começo do ano na palestra para novos alunos, e de como estava agora... aparentemente feliz e com problemas.

De repente apareceu uma mensagem na barra de notificações, fazendo assim com que eu me desligasse no mesmo instante da foto de Gabriela Monteiro.

"Oi", disse Thomas.

Nossa, fazia tempo que havíamos parado de conversar. Depois da viagem, conversávamos bastante, mas o "Oi, tudo bem?" se transformou num "E ae", que virou um "Oi", que acabou num silêncio infinito entre a gente. 

Estranhei ele ter mandado aquela mensagem, mas fiquei feliz por tê-la recebido, afinal isto queria dizer que ele havia lembrado de mim e que de certa forma queria conversar.

"Olá", respondi.

Ele visualizou na hora.

Thomas: Como você está, Nick?

Eu: Estou bem, mas poderia estar melhor.

Thomas: O que aconteceu?

Eu: Alguns problemas de algumas pessoas têm virado indiretamente problemas meus, e de certa maneira eles estão mexendo comigo — Pensei um pouco no que eu poderia escrever para completar o raciocínio, mas que ao mesmo tempo não colocasse fim na conversa. — O que você sugeria como solução?

Thomas: Eu colocaria na minha cabeça que... certos problemas estão fora do nosso alcance para resolve-los... e também que, muitas vezes, nós precisamos respeitar a individualidade das pessoas.

Eu: E se elas se machucarem?

Thomas: Sabe Nick, às vezes precisamos de algumas cicatrizes de batalha para que possamos nos lembrar pelo que lutamos... sejam elas lutas boas ou ruins. 

Permaneci pensando e refletindo com base no que ele havia escrito. Há muito tempo não nos falávamos, e talvez, naquela manhã, ele tenha me chamado porque o universo de certa forma queria me trazer aquela mensagem de reflexão.

Eu: Muito obrigado,Thomas, de verdade. Você me fez pensar bastante sobre tudo. Obrigado por existir.

Thomas: 😊❤

O melhor ano do nosso colegial (Wattpad Edition)Onde histórias criam vida. Descubra agora