27 • O começo de uma última aventura

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Acordei ciente de que hoje voltaria para a cidade grande, porém, convicto de que isto aconteceria de tarde, portanto, poderia fazer as minhas últimas coisas antes de voltar para casa.

Nesta noite, eu sonhara com Thomas, aquele malditinho. Alguma vez você já sonhou que foi comprar um cupcake e o seu atendente era uma pessoa da qual você já tinha beijado? Provavelmente não deste jeito, talvez sonhado com algumas variações... mas CUPCAKES??? Quem sonha que está comprando cupcakes? Certamente, tal situação em meu sonho surgiu devido os bolinhos que vovó cozinhara na tarde de ontem, estavam espetacularmente deliciosos.

Thomas... eu precisava aproveitar meu último dia no interior e conhecê-lo um pouco melhor... e não, não é da maneira que você está pensando... Thomas é um menino um tanto quanto misterioso e exótico, de modo do qual jamais saberei explicar, então, quando eu digo que tenho o desejo que conhecê-lo melhor, estou falando sobre descobrir mais coisas a seu respeito, tais como: hobbies estranhos, combinações de cores prediletas numa parede, ou até mesmo qual cômodo da casa ele seria (isto pode dizer muito sobre a personalidade de alguém, experimente com seus amigos!)... enfim, todo tipo de informação seria bem vinda, afinal, eu gostaria muito de ter Thomas como um amigo próximo para sempre.

O cheiro do café por si só já me acordou com um alegre "Bom Dia!". 

Levantei da cama e antes que eu fosse até a cozinha, permaneci de pé no centro do quarto admirando a paisagem que era a janela do quarto de Thomas. Ele estava se exercitando com seus fones brancos no ouvido e iPod na cintura como praticamente toda manhã, mas desta vez, ele me viu, e quando o fez, mostrou um sorriso e deslizou sua mão pela barriga, indicando estar conseguindo atingir a meta de deixar seu tanquinho mais definido. 

Caminhei até a frente da janela e ajoelhei na espécie de sofá que permanecia encostado na parede, então apoiei meus cotovelos no batente e com os dedos da mão entrelaçados apoiei meu queixo, tudo para que pudesse admirar a beleza daquela cena do modo mais confortável possível.

"Caramba, sortudo eu ter conseguido beijar um menino desses...", pensei.

Thomas me viu o espiar e então caminhou de frente para a sua janela, assoprou o vidro e pelo vapor acumulado na superfície desenhou uma figura que remetia a de um pênis. Ele riu e eu revirei os olhos antes de mostrar o dedo do meio logo em seguida. Ele estava muito suado, seu cabelo estava tão molhado que não pude deixar de notar que muitas vezes isso o acabava incomodando, então, decidi usar isso como desculpa para que pudéssemos continuar com este "diálogo" que estávamos de alguma forma tendo.

Com a minha mão, imitei uma tesoura cortando meu cabelo, acompanhado de um sorriso de deboche perante a situação.

Thomas riu e mostrou o dedo do meio, então com uma mão, eu fiz um círculo e com a outra abaixei todos os dedos, menos o indicador, em seguida introduzi o dedo indicador de uma mão no círculo da outra, indicando para que Thomas fosse tomar no cú. Em seguida, ele cerrou o punho de uma das suas mãos e — juntamente com uma expressão raivosa —, socou a palma da sua outra mão, querendo passar a mensagem que fosse me bater. Depois, eu peguei minha mão, deixei apenas o dedo do meio levantado e usei ele como se fosse um batom. 

Depois de muitas trocas de sinais, percebi que éramos bons de mímica e que Thomas era uma das poucas pessoas debochadas tanto quanto eu no mundo a ponto de ir até o final de uma troca de farpas comigo, algo considerado difícil por muitos...

No fim, ele me mandou um beijo assoprado em minha direção e eu retribui com novamente um dedo do meio.

Desci as escadas correndo e me sentei à mesa, surpreso por não ter sido chamado até então.

O melhor ano do nosso colegial (Wattpad Edition)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora