Quando encontrei minha mãe, ela analisou meu braço e achou melhor irmos ao hospital, pois ele aparentava está quebrado. Fomos e lá a hipótese dela foi confirmada. Tive que colocar um gesso no meu braço e perdi a aula por isso.

Agora estou me preparando para dormir novamente, são 00h30min da madrugada. Eu sentia novamente aquela sensação de estar sendo observado. Meu quarto estava frio mesmo com as janelas fechadas. Acho que fiquei impressionado com o meu sonho da noite anterior e por isso estava sentindo essas coisas, tudo devia ser fruto da minha cabeça. Mesmo não acreditando muito no sobrenatural, eu não conseguia deixar de sentir medo. É... Essa será uma longa noite.


Ponto de vista de Margot Johnson.

Acho que graças ao Evan minhas noites tem sido tranquilas, sem nenhum tipo de entidade ou ser maligno entrando em meu quarto.
Respirei fundo e levantei da cama indo tomar meu banho, hoje era sábado, graças a Deus, mas sinceramente eu não sei se eu preferia estar em casa, minha mãe acha que eu estou louca, depois da cena de ontem papai veio até mim e disse que mamãe ainda esta triste e abalada por causa da morte da Madison, e que eu tinha que tentar entende-la. Eu tento, porque eu também sinto muito a falta da minha irmã, embora eu conseguisse vê-la, mas não é a mesma coisa, não a partir do momento em que ela quis me fazer mal. Sai do quarto e fui em direção a cozinha, meus pais estavam sentados á mesa da cozinha, como toda manhã.

– Bom dia, filha. - minha mãe me cumprimenta, me lançando um sorriso triste.

– Bom dia, mamãe, papai. - falei sentando-me á mesa com eles.

– Luise... – chama meu pai olhando para minha mãe

– Filha, eu queria me desculpar por ontem, eu não sei o que deu em mim, eu não acho que você esteja louca, foi um momento de desespero. – minha mãe se desculpava segurando a minha mão.

– Tudo bem. Mamãe. – respondi e voltei minha atenção para a xícara de café em minha frente.

Eu havia escutado meus pais discutindo durante a noite, quer dizer, eles andam discutindo muito desde que Madison morreu, um fica culpando o outro e eu acho isso horrível.

– Sabia que o Peter se machucou? - perguntou meu pai, do nada, tirando minha concentração.

– Se machucou como? - minha mãe perguntou o fitando.

– Não sei bem, foi bem estranho, o Marlom me disse ontem que ele apareceu no meio da noite no quarto deles com o braço machucado. Acho que deveria visita-lo, filha. – fala ele direcionando o olhar para mim.

–Eu vou papai, ele sempre foi legal comigo e... - dei uma pausa pensando se deveria mesmo completar. – com a Madison.

O resto do café foi em silencio, assim como o resto da manhã. Depois do almoço eu ajudei minha mãe com a louça e fui caminhando até a casa de Peter, queria saber como ele estava.

– Ele vai ficar feliz de você aparecer lá. - levei um pulo ao escutar uma voz do nada ao meu lado.

– Por que você tem que fazer isso sempre? - pergunto olhando para Evan que parecia se divertir com a situação.

– Desculpe, eu esqueço. – respondeu ele.

As pessoas me olhavam como se eu estivesse louca, lógico, eu estava falando sozinha no meio da rua. Abaixei a cabeça e segui meu caminho. Toquei a campainha e depois de alguns minutos a porta foi aberta por Peter.

– Oi. - ele abriu um sorriso e me deu passagem.

Assim que adentrei a casa dele senti um arrepio tomar conta do meu corpo a ponto de me fazer congelar no lugar, ele me olhava confuso.

– Eu vim aqui saber como você esta. - falei forçando um sorriso, apontando para o braço dele e tentando ignorar a sensação horrível que eu senti.

– Eu já estou bem, senta aqui. - ele falava apontando para o sofá.

– Como aconteceu? - perguntei sentando ao lado dele no sofá olhando ao redor da sala de sua casa.

Fazia um bom tempo que eu não ia à casa do Peter, principalmente desde que ele e minha irmã começaram a namorar. Peter me contou como aconteceu, foi algo bem estranho. Evan mantinha uma expressão séria durante toda a explicação de Peter, com certeza ele sabia de alguma coisa.

– Quer fazer alguma coisa? Meus pais irão demorar a chegar e eu não to muito a fim de ficar aqui sozinho. - ele perguntava me olhando.

Eu não tinha como dizer não, eu gostava da companhia dele, ele me fazia bem, era o meu único amigo. Jogamos alguns jogos, vez ou outra ele ficava sorrindo de modo estranho para mim, eu me sentia constrangida, aquilo estava me deixando um pouco nervosa, talvez a falta de Madison deva estar o fazendo pensar que sou ela, ou coisa parecida.

– Ganhei. – eu gritei dando-lhe um xeque mate no jogo de xadrez

Peter começou a praguejar por ter perdido e bateu sem querer o gesso no tabuleiro, fazendo o mesmo cair no chão. Ficamos catando todas as peças do jogo espalhadas pelo chão da sala. Fui pegar a ultima peça que estava próxima ao sofá e senti a mão dele encima da minha, levantei o rosto rapidamente, ele me olhava profundamente, nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguia sentir sua respiração, ele ainda me olhava estranho.

– E. E... Eu tenho que ir. - falei gaguejado um pouco e levantando em um pulo. Peter deu um sorriso tímido e levantou do chão, largando a ultima peça sobre o tabuleiro.

– Eu te acompanho. – disse ele rapidamente.

– Não precisa, de verdade, eu estou bem, gosto de caminhar sozinha. Tchau, até segunda. - falei tudo de uma só vez lhe dando um beijo rápido da bochecha e sai de sua casa.

Caminhei pela rua movimentada, era horário de pico 18h00min horas, ao longe vi uma multidão de pessoas na estrada formando uma roda. Comecei a me aproxima, havia um garoto parado, ele estava totalmente parado em meio aquelas pessoas, estava estático, parecia querer chorar.

– Margot, não. - escutei Evan me advertir.

Comecei a abrir espaço em meio as pessoas. Senti meu coração acelerar e minha respiração também, assim que eu tive acesso ao que tinha no centro do circulo. O garoto que estava parado atrás das pessoas, ele estava no chão, emerso em sangue, com as roupas rasgadas e com uma de suas pernas quase totalmente arrancada, um pouco ao lado dele uma bicicleta totalmente destroçada. Olhei mais uma vez para o garoto e, uma luz branca o cercava, Evan estava falando com ele e ele parecia prestar atenção. O garoto olhou para mim e o olhar marejado havia sumido, no lugar havia alegria, então a luz envolveu todo o garoto e ele desapareceu, foi uma cena linda, eu sai do meio daquelas pessoas, não queria ver novamente o corpo do garoto daquela forma.

– Você o viu. - uma mulher parou em minha frente, ela parecia maravilhada com algo. 

MóbileHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin