Vencer ou vencer.

O apito final em uma decisão pode ser sua ruína ou sua prosperidade. Um simples ato que te arranca lágrimas, de tristeza ou felicidade.

E pela quarta vez, as lágrimas nos olhos de Sergio eram de pura felicidade, alívio e de mil sentimentos que nem em anos ele saberia descrever com precisão.

As lágrimas que faziam com que se lembrasse do quanto foi difícil.

O estádio ia loucura, torcedores berravam em plenos pulmões palavras desconexas.

Mais uma vez, a orelhuda seguiria até a capital espanhola, consagrando anos que jamais seriam esquecidos.

Jornalistas se aglomeravam pelo campo, tentando a todo custo capturar o melhor ângulo, obter a melhor entrevista, registrar o grande momento que acontecia.

Ramos abraçava seus companheiros, e vez ou outra brincava com a torcida merengue que estava tão eufórica.

— Continuo completamente invicto nesse time. — ouviu Casemiro murmurar entusiasmado ao lado de Marcelo, que não conseguia conter as lágrimas.

O zagueiro riu do comentário, lembrando que o companheiro realmente venceu todas as Champions League que disputou pelo Real Madrid. Algo surpreendente.

— Um verdadeiro Rei da Europa, Case. — brincou com o amigo, que esbanjava um falso sorriso convencido.

Alguns minutos se passaram, enquanto a preparação do protocolo era feita: preparação da taça, medalhas, montagem e posicionamento de todos os componentes.

A festa seguia pelo estádio e os jogadores blancos, ainda injetados pela adrenalina de todo o momento, procuravam rostos familiares nas arquibancadas, enquanto aguardavam até que a entrada dos mesmos no gramado fosse liberada.

Ao erguer aquela taça, após toda a cerimônia necessária, o sentimento que preencheu Serio era o mesmo do qual nunca se cansaria. De dever cumprido, orgulho e uma felicidade que parecia transbordar.

Logo estava envolvido nos braços da mãe, que chorava e dizia que ele era seu maior orgulho. Seus familiares estavam ali, assim como os de todos os jogadores, espalhados pelo campo e fazendo uma grande algazarra.

Algumas crianças corriam, vestidas com pequenas camisas merengues, homenageando algum jogador.

Sergio abriu um sorriso ao notar a alegria que parecia preencher cada um no local. E ao ver tantas famílias unidas e comemorando, notou a falta tremenda que alguém fazia naquele momento.

O quanto a saudade parecia apertar o peito e gritar o quanto queria ela por perto.

— Parabéns, capitão.

E ao ouvir as duas palavras, praticamente cantadas atrás de si, teve certeza de que estava delirando. Não podia ser real, podia?

Arabella estava bem ali, em sua frente.

— Não é possível que esse time tenha tanta sorte assim. — Paulo comentou embasbacado, após Sergio erguer a décima terceira taça do Real Madrid.

Lara revirou os olhos pela sexta vez nos últimos minutos.

— Você não consegue nem fingir que não está morrendo de inveja. — a espanhola falou dando de ombros, arrancando um olhar mortífero do jogador.

— O Sergio vai sair daqui em uma maca hoje, é emoção demais para o homem. — Isis desconversou, na esperança de que fazer com que os outros dois não voltassem a se alfinetar.

EpiphanyWhere stories live. Discover now