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23 anos antes

( Chae-rin, 11. Yoongi, 5)

A vida pacata da rua de classe média da área afastada de Seul era em geral bastante agradável.

Todos ali tinham uma ótima relação, se conheciam desde sempre. Todos excerto a família Park. Eles viviam a apenas três meses, mas já despertavam interesse em vários dos Min's.

O caçula Park Jimin chamava atenção da vizinhança pelas bochechas fofas e constantemente apertadas pelas senhoras, assim como Yoongi. Uma amizade selada por biscoitos com leite na casa da senhora Kang, que sempre os mimava quando os garotos colhiam as amoras para ela. Um favor bem recompensado.

Cada passo porém, era supervisionado pela senhora Min, uma senhora de origem paupérrima, tendo que procurar comida no lixo para alimentar os irmão. Orfã cedo demais. Era uma meta pessoal formar os filhos com uma imagem e reputação perfeitos. Filhos impecáveis. E não é como se ela não fosse repreendida pelo marido, mas o pobre mal tinha tempo para ver os filhos.

Nesse comando da senhora Min, Chae-rin e suas canelas magras sofriam com os gravetos finos do quintal em qualquer paço em falso. A Sr. Min jamais desejou filhas, não em sua lógica conservadora em que filha mulher era uma perda de investimentos. Ela não permitiria que seu erro errasse .

A garota de cabelos negros sempre bem arrumados e olhos felinos olhava melancólica  janela grande da sala entre os intervalos das lições de saxofone. Ela odiava saxofone mas era um orgulho aos Min's, a família de prodígios musicais. Ela vivia a olhar porque sempre que possível a pequena e moleca Park Bom estava do outro para retribuir os olhares, geralmente com os joelhos e terra nas bochechas, e claro, sua janelinha atrasada, que insistia em não crescer dente algum após a extração dos de leite. No auge de seus nove anos. Ela sempre sorria para Chae-rin, e Chae-rin sorria de volta tímida, arrumando o laço do cabelo.

E a tradição se repetiu até incomodar a Sra. Min, a obrigando a comprar uma cortina blackout. E assim se seguiram os dias lentos dos Min's. Um atrás do outro torturando a cabeça nova de Chae-rin. Até que seus dezesseis anos se completassem e a Sra. Min recebesse os primeiros confrontos da mais nova. Respostas curtas e batidas de porta tomaram o espaço da garotinha doce e submissa dos Min, e para cessar os conflitos e ganhar tempo, abriu espaço para Chae-rin sair e falar com as meninas da rua, mas estranhamente o único lugar ao qual a filha ia era a casa dos Park, onde a Sra. Park, uma mulher de bochechas fartas e sorriso doca servia bolo todos os dias, e emprestava suas maquiagens para as meninas se pintarem sem o conhecimento da mãe de Chae, mulher de igreja e contra esses crimes contra o presente de Deus.

E elas riam, dançavam e se maquiavam a tarde toda. Às vezes nadavam na piscina e a puberdade instigava os olhares curiosos. Eram genuínas no que sentiam. Tão genuínas que quando Park Bom  fingiu namorar com Kim Junmyeon, a Min ficou tão enciumada que roubou um selinho da amiga. E muitos outros selinhos vieram, escondidos ou não da Sra. Park. Agora elas viviam mais juntas que nunca, com Chae-rin passando noites na casa dos Park para supostas festas do pijama que chamavam atenção e comentários que a Sra. Min não gostava.

Meses foram como semanas. Mãos entrelaçadas e promessas juvenis que jamais viriam a ser cumpridas. Park Bom prometia que no aniversário de dezenove dela ambas fugiriam para a Busan, na casa que era dos avós da Park. E Chae-rin sonhava acordada com a liberdade juvenil que nunca conquistou.

E quando o inverno chegou com suas chuvas gélidas e neve morbidamente monótona, as garotas decidiram ousar mais do que podiam, indo passar a tarde na casa dos Min enquanto a mãe de Chae estava no salão. Roubaram um copinho de Whisky do Sr. Min e dançaram com os discos velhos de Soul nos vestidos bonitos da Sra . Min. Não haviam chances de ela chegar antes das 18h00 mas infelizmente a carteira foi esquecida e o que aconteceu em seguida marcou forte as lembranças de Chae-rin. Sua vida nunca mais foi igual.

Sentiu seu cabelo ser puxado com força, a levando pelas escadas até o sótão enquanto gritava. Park Bom havia fugido a tempo. Chae-rin gritou e chorou até não haver mais voz, e no dia seguinte o carro do reformatório católico de Seul estacionara na porta da rua pacata dos Min e Chae-rin foi tirada do sótão direto para seu confinamento onde passou longos anos, ainda sentindo o gosto Whisky e do proibido fomentando sua liberdade. Mas quando Park bom fez dezoito ela não a buscou. Ela nunca buscou, e ela se deu conta das consequências de desejar algo tão caro quanto a liberdade. Quando foi liberada com aval de sua mãe já não era mais a mesma. Ela jamais seria a mesma. 

Ela faria de tudo para proteger seu irmão do mesmo destino, mesmo que ele não lembrasse de seu passado. Era seu dever de honra.

Alo mo's. O passado vai se abrir mais agora. datas e idades que não batem favor avisar.

espero que estejam gostando já que os comentários só caem, estamos quase em 20k agora e nem sei como lidar, apenas 3k galerous

  

Not Your Princess「☽」Yoon.SeokWhere stories live. Discover now