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Pouco ou nada se sabia de concreto sobre a psiquê humana, mas menos ainda poderia ser desvendado dos sentimentos de Hoseok naquela sala de espera que cheirava a sentimentos ruins.

Não gostava do gosto amargo de morte que batia forte em sua boca quando a ambulância soava e mais um corpo era conduzido às pressas. Já vivera tempo suficiente disso em Seul, quando a irmã tinha sérios problemas pulmonares. Hoje só lhe restavam as lembranças borradas e meio amareladas com o tempo, como uma foto da infância mal cuidada.

Mas, de uma coisa Hoseok tinha certeza, a agonia da espera nem por longe se comparava à aflição que Yoongi passava lá dentro. Sentia seu estômago revirar só com aquele cheiro exagerado de limpeza, mas tinha certeza de que não era um problema para o moreno. Mas, quando as duas cabeleiras morenas conhecidas cruzaram a porta, Hoseok sorriu aberto e correu ao encontro de Yang.

— Oi meu bem! Você está melhor? Alguma coisa dói? Aqui? E aqui?— Hoseok soava exasperado, tentando se livrar dos demônios em seus ombros o pesando as costas.

— Jesus, Seok, você vai matar o garoto.

E então Yang-Mi sorriu, mesmo adoentado. E mesmo que Hoseok sentisse que não dormiria naquela noite se sentiu tranquilo. Se sentiu bem. Estava tudo bem.

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Chae-rin sentia os ombros tensos, dando tremidas de acordo com que tímidas lágrimas negras pela maquiagem escorriam pela pele pálida, como é de praxe entre os Min's.

Um encontro mais prolongado com Park Bom era tudo o que ela mais queria e não queria naquele momento. Seu apreço pela figura de cabelos longos e escuros era imensurável de fato. Suas lembranças doces e tímidas da adolescência ofuscavam em parte as memórias turvas de seus quinze anos.

Sentia por dentro o putrefação de uma liberdade reprimida por uma vida inteira começar a dar seus sinais também tímidos de existência.
E mesmo que não quisesse, projetava um pouco de sua dor em Park Bom.

Ela sim era livre. Aos catorze falou com os pais sobre bissexualidade e foi aceita sem maiores problemas. Vivia do que amava e não se preocupava com os questionamentos que perturbaram a cabeça da Min por uma vida.
Em seu âmago invejava a Park. Mais que isso, a cobiçava.
Por Deus, o que elas viveram fora muito mais que uma paixão adolescente, até a mãe da Min desconfiar e a dar uma bela surra, a mandando para um internato onde só voltava aos fins de semana. Um internato católico.
A mãe a dizia que, se descumprisse as escrituras não só ela como o irmão seriam punidos severamente por Deus. E Chae-rin achava Yoongi tão pequeno e delicado que temia que ele não suportasse uma punição divina. Era só uma criança, não deveria ser punido por suas imundices. E desde então manteve-se fechada. Presa a um armário empoeirado, numa caixinha escondida de sua cabeça.

Agora com Hoseok, Park Bom e... Yoongi. Tudo estava confuso. Aguardava os pensamentos acalmarem em sua mente, mas eles só se agitavas mais e mais, tal qual a água de sua banheiras branca, com pés dourados.

Queria se livrar da situação de Yoongi e Hoseok o quanto antes, para que não chegasse aos ouvidos da Sra. Min.
Ele não merecia aquilo.

Chae-rin temia se afogar por completo em si mesma naquela banheira. Pensando no internato, em Yoongi e nos cabelos enrolados por uma caneta de Park Bom. Precisava se manter flutuando naquela água ímpia até que tudo se resolvesse.

Vai ficar tudo bem.

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Yang-Mi mexia de maneira concentrada no celular de Hoseok, enquanto o mesmo o fazia uma sopa.
De maneira concentrada o suficiente a levantar suspeitas a Yoongi, que tentava espiar pelo canto do olho enquanto mantnha uma conversa rasa para não roubar as atenções de Hoseok do forno.

Yang, que pouco ou nada tirava os olhos da tela também trincada, como a de seu pai, mais uma obra sua, olhava diversos nomes na internet.
Um atrás do outro,e então voltava. Avançava maid uma vez e então, Oh! Esse parece bom! Mas rima com uma palavra feia...

Na cabeça de Mi se passava como era difícil escolher um nome. Sabia que não o levaria a sério se permanecesse com aquele nome, jamais.

Um garoto com nome de menina. Que idiotice.

Então assim que se chegou em casa se pôs a procurar nomes bons para garotos. Queria achar um adequado para si. Nem curto nem longo. Um nome bonito.

Mas parecia que toda a Coreia decidira se unir para criar nomes que Yang-Mi não gostasse.

Dentre todos Yang-Mi sorriu para um.

Era aquele sem dúvida alguma.

— Appa! Tio Hoseok!— Gritou chamando a atenção para si.

— O que foi? Algo te dói?— Hoseok perguntou preocupadíssimo, correndo até ela.

Não. Appa, Tio Hoseok, agora eu sou Hyunjin.

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Att dupla pq o Wattpad é isso. Sumir por um mês pra publicar duas vezes no mesmo dia.

Novamente passando para pedir DEEM AMOR AOS MEUS NOVOS NENÊS TODOS DISPONÍVEIS NO MEU LINDÍSSIMO PERFIL. JURO QUE NÃO SÃO PÉSSIMAS.

Not Your Princess「☽」Yoon.SeokWhere stories live. Discover now