| Capítulo Seis | pérola

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Pérola

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Pérola

Paro de sorrir quando o seu corpo some da minha visão, indo em direção à sala. Provavelmete o grande e atraente homem está indo esconder-se em seu quarto.

Suspiro observando a cozinha a minha volta com atenção.

Esse lar não é meu, penso. Por mais surpreendentemente confortável que eu me sinta aqui, não consigo parar de pensar em meu lar, em meu povo, e principalmente, em minhas crianças. Meu coração se aperta e eu repito mentalmente as palavras de Saint dizendo que eles estão bem e protegidos. Queria que fosse o suficiente.

Penso em como a minha vida mudou de uma hora para outra. Em um dia eu estava com medo em Gana, em outro eu estava segura nos Estados Unidos. Nego com a cabeça, ainda sem acreditar. Meu coração se aperta um pouco mais quando penso em minha querida avó que agora está protegida com os deuses. Sorrio tritemente. Um turbilhão de sentimentos parecem me atravessar a cada segundo.

Sempre fui uma mulher astuta e arisca. O tempo e as condições em que sempre vivi, obrigou-me a crescer antes do tempo. Com doze anos fui alfabetizada por mim mesma e aos treze alfabetizei minha vó, então tomei gosto pela coisa. Fiz o possível e impossível para que pudesse me formar e exercer de forma legal a profissão que amei desde sempre. E eu consegui.

Agora, com vinte e dois anos, eu faria três anos de profissão, meu maior orgulho, mas meu sonho foi destruído sem que eu pudesse fazer nada. Eu só perdi tudo, assim como todo um país, todo o meus país. Mas eu não perdi a fé, eu persisti... Mas então um dia tudo saiu do meu controle. Eu não sabia o porquê de tantas mortes, o porquê de tantas crianças estarem se perdendo em seus caminhos, não por escolha, mas por obrigação.

Quando foi que o mundo se tornou tão cruel?

Mas então eu penso em seus desenhos. Não, tatuagens. Prendo o lábio inferior entre os dentes, sem forças para conter quaisquer pensamentos.

Penso em como os seus fortes braços me seguram e como eu me encaixo perfeitamente em seu abraço. Sua voz tem o timbre mais gostoso que já escutei e quando ele diz meu nome é como se eu pudesse derreter em seu calor.

Levanto-me e coloco o banco no seu lugar.

Observo a máquina que faz um pouco de barulho ao lavar o prato e sorrio. Do que adianta uma pia se, por aqui, máquinas fazem tudo por você?

Americanos...

Arrumo a camisa que cobre as minhas coxas desnudas. Sigo em direção ao corredor e, ao chegar na sala, surpreedo-me ao vê-lo jogado sobre o sofá.

O homem que me atormenta em sonhos e quando estou acordada.

Observo o seu olhar distraído, perdido na televisão que passa um esporte que não reconheço. Ele sorri quando o jogador de uniforme vermelho bate a bola com um taco, a jogando longe. Paro de prestar atenção nas imagens e volto os olhos à Saint, capturando a sua reação feliz.

Ele é realmente bonito.

Seus braços, pernas, tronco, pescoço e abdômen são cobertos por tatuagens, até mesmo uma parte de seu couro cabelo. Imagino o quão dolorosa foi a sensação de fazê-las. Observo a sua posição relaxada, suas pernas afastadas e como as suas costas estão bem contra o encosto do sofá. Às vezes tenho um desejo insano de percorrer os dedos por cada um dos seus desenhos e descobrir se tem mais alguns escondidos onde meus olhos não alcançam. Sorrio, sacudindo a cabeça, tentando me livrar desses pensamentos.

Nunca fui impulsiva, sempre mantive a cabeça no lugar, mas, agora, o olhando... Pergunto-me como seria fazer um loucura, ao menos uma vez na vida.

Dou passos suaves em sua direção, ou melhor, em direção ao sofá espaçoso. Seu olhar se ergue, observando-me sentar ao seu lado. Ele se afasta um pouco, dando-me ainda mais espaço.

—O que você está assistindo? -aponto para a televisão.

—Uh... -ele tosse, limpando a garganta. -Um jogo de beisebol.

—Beisebol? -pergunto-lhe, curiosa.

—Você não conhece? -ele me observa com seus bonito olhos atentos.

Gosto do jeito como ele me olha, é diferente. Faz-me sentir importante, desejada. Mulher.

—Não? -ele insiste quando eu não o respondo.

—Não. -sorrio em sua direção. —Mas também não sou boa com esportes, de qualquer forma. -dou de ombros.

—Eu posso te ensinar. Claro se você quiser. -ele completa, sorrindo em minha direção também.

—Claro, eu adoraria. -ele concorda com a cabeça e volta a fitar a televisão à nossa frente.

Faço como ele, relaxo as minhas costas no estofado, mas enrolo as minhas pernas, cruzando-as em meu colo.

Passamos o resto da noite silenciosamente, na compahia um do outro. Ele sorria assistindo ao seu jogo de beisebol e eu apenas observava o seu perfil distraído e relaxado.







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Hey! Voltei rápido, hein!
Queria ter postado antes, mas estou nas primeiras semanas de aula, acabei de entrar no ensino médio e já estou sendo sugada por tanta matéria!

Esse capítulo curtinho pra vocês conhecerem a Pérola! Não terão muitos capítulos com ela narrando, mas vocês precisam saber o que ela pensa dele também!

Vocês gostaram?

Deixem seu comentário e estrelinha.

BurnWhere stories live. Discover now