Capítulo 23 - A heroína da Glock

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Eu sempre vi o amor romântico como uma piada, nunca acreditei que podíamos realmente se importar tanto com alguém, ao ponto de esquecer nós mesmos. O único amor verdadeiro que eu realmente sentia e deveria sentir era pela minha irmã e minha devoção perante a ela, o resto era besteira de marqueteiro para vender bem nos dias dos namorados.

Amar duas mulheres era insanidade demais, ainda mais para uma pessoa como eu. Eu sabia que não amava Ariana, mas não pude deixar de sentir ciúme vendo toda aquela situação, aquele riso, aqueles olhares eram todos meus. Como pode ter mudado tão depressa, justo agora que minha vida parecia ruir?

Tocou a campainha, já sabia quem era, respirei fundo tentando me preparar para o momento.

- O que está fazendo aqui? – disse ao ver Ariana.

- Acho que precisamos conversar. – ela respondeu timidamente.

- Sua namorada veio com você?

- Estou sozinha.

Permiti a sua entrada enquanto me servia de whisky.

- Quer algo para comer? – antes que ela pudesse responder, eu interrompi. – Claro que não, você deve estar bem alimentada pelo que eu vi.

- Por que você está me tratando dessa forma?

- Talvez porque você mereça.

- Quem me deixou foi você. Eu sempre estive aqui e sabe disso.

- Veja bem, agora não está mais.

- Isso é tão injusto.

- Injusto? Injusto é eu chegar na minha casa tentando ter um pouco de paz e encontrar você se esfregando com aquela vadia na minha cara.

- Para de falar dessa forma.

- Com que forma você quer que eu fale?

- Eu não estou te reconhecendo Camila...

- Então olha mais de perto... – me aproximei dela enquanto nossas respirações ficaram ofegantes. – Eu sou um puta monstro doentio e a melhor coisa que você pode fazer na sua vida é me desprezar.

- Eu odeio ser dependente de você...

Em um impulso nos agarramos e nos beijamos, comecei a leva-la para cama esfregando minha boceta na dela, deitei-a e fiquei por cima.

- Fala que você é minha... – mordiscava e beijava seu rosto e pescoço, enquanto ela gemia.

- Eu sou sua Camila, eu sempre serei sua.

Segurei sua mão firme, enquanto ela me olhava com um misto de prazer e medo.

- Você vai ser uma boa menina e vai fazer tudo que eu mandar.

Ela apenas assentiu com a cabeça, enquanto fui buscar meu brinquedinho, assim que ela viu que eu coloquei a cinta, senti um pouco de temor nos seus olhos.

- Grande demais para você princesa?

- Um pouco...

Estoquei nela enquanto ela gritava copiosamente, ia cada vez mais forte, podia sentir seu gemido de dor e de prazer.

- Vou colocar mais forte em você vadia, até você sentir que ninguém pode chegar onde eu cheguei.

Coloquei-a em meu colo e comecei a meter cada vez mais rápido, segurando sua cintura e fazendo com que toda sua boceta engolisse o consolo, ela arfava e gritava ao mesmo tempo.

- Quer que eu pare? – disse enquanto mordia seus lábios.

- Não... Quero mais forte...

Virei o seu rabo em minha direção e vi seu cu rosado, enfiei com força nela, enquanto ela tentou escapar, segurei mais forte e meti enquanto a pressionava no chão.

- Se masturba enquanto eu meto... – ordenei.

Ela começou a se masturbar, enquanto eu metia cada vez mais forte e rápido no seu cu, não aguentei por muito tempo até que gozei, tirei o consolo e deixei meu líquido escorrer no seu rabo.

- Camila... – ela suplicou olhando em meus olhos.

- Não fala nada, por favor, apenas saia daqui.

Assim que ela bateu a porta, comecei a soluçar de chorar, o que eu estava fazendo com a merda da minha vida?

(...)

Você já teve dias ruins, todo mundo já teve, o problema é quando você não consegue enxergar nenhuma luz que te tire dessa. Até o cara do boteco se sente iluminado, mas muitas vezes nós mortais não nos sentimos. Você sabe que chegou no fundo do poço quando começa a achar que a vadia da Hannah Baker com todas aquelas fitas imbecis tinha lá alguma razão.

A natureza do ser humano é ser desprezível, estamos todo o tempo tentando ensinar uns aos outros a serem mais bondosos, gentis, amorosos, porque isso não faz parte de nós. Ninguém ensina ao outro a ser ruim, as pessoas simplesmente o são.

Por muito tempo eu tentei ser quieta e ficar em resiliência, até perceber que aquilo não funcionava muito para mim. Eu precisava engolir todas as pessoas ao meu redor, precisava ser sempre mais do que eu era ou que as pessoas esperavam que eu fosse por isso eu cheguei aonde cheguei.

Sou um orgulho para todas as feministas, mas e para o meu próprio consciente? O que ele sente sobre todas as coisas que eu penso e que faço? Todas as ações que temos são consequências de atos que fizeram conosco, mas eles são justificáveis?

Eu ansiava por mais poder, por isso sabia que abrir aquela gaveta me traria uma sensação de alívio imediata, além de me sentir cada vez mais propensa a acabar com toda a dor que estava me reduzindo a nada.

E lá estava ela, o meu principal brinquedinho, a minha Glock G45, tocar em seu cano e sentir a energia que emanava me trazia um pouco de equilíbrio, queria tanto enfiá-la no rabo do Christopher e encher de disparos. Depois poderia fazer uma roleta russa de quem matar primeiro Lucy Vives ou a cabeçuda namorada da Ariana, seria realmente divertido.

A vida é sempre mais interessante nos nossos pensamentos, na realidade ela parece um emaranhado de desencontros que te fazem saciar um precipício de minutos em minutos.

Sentindo tudo aquilo, veio uma ideia um tanto quanto imbecil. Porém eu não podia me deixar perder tão fácil, sabia exatamente o que eu deveria fazer.

(...)

A casa dela inspirava confiança, assim como meu sentimento para com a mesma. Me sentia em um misto de proteção e amabilidade, sua telha e seus contornos mais antigos me lembravam da casa da bruxa má de João e Maria, tudo que eu mais queria agora era seu doce.

- Hayley! – comecei a gritar do lado de fora.

Alguns vizinhos olharam um pouco assustados, mas logo depois voltaram aos seus afazeres.

- Hayley!

- O que está fazendo Camila? – ela por fim saiu. – Já disse que não quero mais você na minha vida. – tentou falar discretamente, para não se tornar um escândalo.

- Ou você me deixa entrar para podermos conversar... – saquei a arma e coloquei apontada para a minha cabeça. – Ou eu juro pela nossa amizade que eu disparo.

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