Capítulo 16 - Meu jogo, minhas regras

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Quão metódica uma pessoa precisa ser para enxergar o véu que cobre nossas vistas? Quanto mais imaginativo você é, mais a vida te pune e te cobra um lugar que não te pertence. Um cigarro ou um copo de whisky, nada mais é do que a frustração física em sua legitima defesa. Por mais desesperados que parecemos ser em diversas situações, isso não significa nada enquanto tem um gatilho puxado sobre seu lóbulo. A questão da vida ou morte afeta mais do que nossos corações acabados. Afeta nossas escolhas.

- Desde quando você escuta Lana Del Rey? – Hayley perguntou no carro.

- Duas palavras, um nome e um sobrenome, meu inferno pessoal.

- Só espero que você saiba o que está fazendo.

- Eu nunca sei e essa é a graça da vida. – eu disse com uma risada maléfica.

- Preciso que você se concentre, nossas vidas dependem de você.

- Sinto muito, mas estarão todos mortos.

Assim que saímos do carro senti Hayley me encarar, por mais que muitas vezes ela me olhasse com desconfiança, sei que tem uma admiração enorme por mim e confiaria a vida de seus filhos de olhos fechados a minha pessoa, filhos esses que ela não possui, obviamente.

- Christopher, meu garoto prodígio. – abri o sorriso mais cínico do mundo.

- Você prefere que a empresa tenha prejuízo, contanto que eu perca minha cabeça. – ele respondeu aturdido.

- Assim você me ofende Chris! – levei uma das minhas mãos ao peito fingindo constrangimento.

- Por ora tudo que resta é confiar na Camila. – Hayley ocupou o espaço da fala dando fim ao meu ciclo de brincadeiras, o que era uma pena, pois estava me divertindo muito.

- Você tem a minha benção garoto, vamos fazer conforme o combinado!

Ambos me olharam confusos, mas logo o ambiente foi preenchido com um Christopher sorridente, que veio me abraçar e pronunciar vários obrigados, como se isso me tornasse a melhor pessoa do mundo.

- Obviamente que não irei fazer de graça. – Nesse momento ele parou de me abraçar e me olhou confuso.

- O que você quer?

- Algo que você negou em minha residência.

Senti o clima pesar em sua pequena sala, ele suspirou fundo e bateu firme em sua mesa.

- Droga Camila, você é mesmo o Diabo!

- E como um bom Lúcifer só trabalho com pactos.

- Eu te odeio com toda a minha alma. – seus olhos lacrimejaram e quase senti pena.

- Estamos combinados?

Christopher não tinha escolha e as palavras pareciam não sair mais de sua boca. Apenas balançou a cabeça que sim, era o bastante.

- Ótimo, pode providenciar a duplicata Hayley?

- Já estou indo limpar essa bagunça! – ela respondeu sorrindo.

- Só uma coisa, assim que concluir quero que traga os papeis a minha mesa.

- Posso te perguntar o por quê?

- Quero entrega-los pessoalmente a Lucy Vives.

(...)

Os heróis nunca me encantaram. Por mais que tenhamos milhares de pessoas obcecadas por eles e nenhum filme faz mais bilheteria do que eles fazem, nunca me vi nessa multidão. Entendo a beleza e o encantamento de todos os efeitos especiais, mas o bem sempre vencer o mal nunca me convenceu. A ideia de alguém completamente bom é tão absurda quanto comer pizza com ketchup. O anti-herói sempre fez mais meu tipo, se o Deadpool fosse uma mulher, com certeza já estaria na minha cama.

Control (COMPLETA)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن