Capítulo 5 - O som da sua voz

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N/A: Nesse capítulo usarei a música West Coast da Lana del Rey, quem estiver afim de escutar quando for o momento, segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=o3SqUUoJjW8.

Antes de começarmos gostaria de agradecer especialmente ao @FicPediaCamren pelo apoio inicial que tem me dado, não tem ideia do quanto é importante para mim.

Divirtam-se!

~~~~*~~~~

Logo que entrei fui envolvida pelo ar adocicado, era como estar em volta de rosas, mas preocupar-me com meus pés descalços sobre espinhos. O sofá vermelho onde incontáveis vezes passei chorando, dia após dia desejando que o anjo da morte tivesse misericórdia da minha pobre alma, mas ele aparentemente não teve. A lareira estava acesa, o que aumentou ainda mais o momento nostálgico e quase me permitiu chamar onde eu estava de lar.

- Ela começou a chorar descontroladamente, tremia muito, chamando pela senhora... – Rose disse quebrando meus pensamentos.

- Por mim? – respondi com pesar.

- Você sabe, por Sofia, mas que ela acredita ser a senhora...

Engoli em seco, a sensação era de um coração queimante e a falta de ar começava a preencher minhas narinas. Tinha que me manter calma, afinal minha mãe precisava de mim, mesmo que pensasse que eu estava morta. Muitas vezes na verdade eu achava que ela tinha razão.

- Oi mãe, estou aqui, pode me dizer o que a senhora tem? – me dirigi finalmente a Sinu.

- Estava com saudade e acordei angustiada, desculpe por incomodar você, mas coração de mãe nunca erra. – ela respondeu.

- Sem problemas, vou passar a noite aqui tudo bem?

Seu sorriso se alastrou e quase me permite pensar que eu ainda era capaz de fazer alguém feliz, de cuidar de alguém sem medir meu egoísmo, preocupando-me apenas com o bem estar daquele singelo e pequeno ser. Mas essa não sou eu, essa é a Sofia, eu nunca poderia fazer tal ato de bondade.

- Claro Sofi, não sabe o quanto me faz feliz! Eu adoro a companhia da Rose, mas nada se compara a você! Por que você demora tanto a vir filha? – Sinu perguntou.

Talvez mãe, por que o meu nome você não sabe ao certo? Talvez por que cada vez que você me chama de Sofi eu tenho vontade de cortar os meus pulsos e colá-los com um motosserra? Fiquei tentada a dizer, porém como uma pequena covarde que sou, dei de ombros e me levantei, dirigindo-me a cozinha.

- Olá velho Scotch, é sempre uma honra te encontrar. – disse colocando whisky em meu copo e inundando-me de prazer que só o álcool pode me proporcionar.

- Senhora Cabello? – Rose mais uma vez me tirou os pensamentos.

- Sim, Rose...

- Você sabe que não é culpa dela certo?

- É minha culpa? – respondi levantando a voz, o que causou tremor em Rose.

- Claro que não, o que eu quero dizer...

- Eu sei Rose e francamente não é para isso que eu te pago.

Por um momento pude apenas escutar o som do líquido no copo, enquanto eu o chacoalhava e ele descia rasgando em minha garganta, queria ao menos sentir uma dor física palpável para tranquilizar as cicatrizes em minha alma podre.

- Vou ficar na sala com a sua mãe, assim que puder junte-se a nós, ela ficará muito feliz. – Rose disse.

- Quem sabe daqui a pouco. – respondi.

Control (COMPLETA)Where stories live. Discover now