"Such a remarkable day"

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Eu nunca imaginei que voltaria a me apaixonar depois dos 50 anos, muito menos por uma moça mais nova do que eu. E nosso primeiro encontro foi o momento menos romântico que eu poderia ter vivido. Estava no parque a contragosto levando Patricia, minha São Bernardo para passear, porque minhas filhas estavam com preguiça demais em sair de casa.

Enquanto estava andando em direção ao parque, de repente alguém se chocou comigo. Ela perdeu o equilíbrio e quase caiu sentada. Eu a segurei e percebi que ela usava uma calça legging preta com uma blusa rosa da Nike e um boné. Tinha o cabelo preso num rabo de cavalo.

"Droga", ela soltou tentando se equilibrar.

"Você está bem?", eu perguntei.

"Sim", ela disse e nesse exato momento nossos olhos se encontraram. Eu não gosto dessas bobagens de cinema de amor à primeira vista, mas algo extraordinário aconteceu entre nós naquele momento, foram segundos que pareciam que nós tivemos uma conexão, não consigo explicar. "Uau!", ela soltou, "Você é linda".

Como de costume eu revirei meus lábios e ela pareceu estar discutindo consigo mesma se culpando pelo ocorrido

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Como de costume eu revirei meus lábios e ela pareceu estar discutindo consigo mesma se culpando pelo ocorrido. Eu só ouvi ela murmurar algo como:

"Não...viu o que fez? Deixa que eu resolvo...", ou algo do tipo.

"Desculpe, eu não quis dizer isso.", ela falou com confiança.

"Ah não? Então você não me acha linda?", eu falei irônica.

"Foi um mal entendido senhora. Está tudo sob controle agora. Eu sou uma agente especial."

"Agente?", eu perguntei curiosa, sem entender a razão para ela ter trazido esse fato para a conversa, mas eu não queria que ela fosse embora. "Agente de que tipo?"

"De uma organização ultra secreta.", ela respondeu sem pestanejar.

"Ah, CIA, FBI?"

"CONTROL".

"Nunca ouvi falar."

"Como eu disse, é uma organização super secreta. Eu sou a Agente 99", ela estendeu a mão e eu apertei. Posso jurar que passou uma corrente elétrica entre nós.

"Miranda Priestly, editora."

"Muito prazer Miranda. Peço desculpas por ter esbarrado em você, mas eu preciso manter minha forma."

"Mas é claro, você tem que combater o crime", eu disse com bom humor que raramente aparece em mim.

De repente ela percebeu minha São Bernardo e mudou de atitude se abaixando para fazer carinho nela.

"Oh que cãozinho lindo!"

"É cadela. Patricia."

"Oi Patricia, você é uma menina linda. Que fofa você é", ela se abraçou com Patricia que abanou o rabo com alegria. Depois de brincar um pouco, a moça se levantou e deu um sorriso que quase me tirou o fôlego.

"Oi, eu sou Andrea", ela estendeu a mão de novo e mais uma vez a corrente elétrica passou assim que apertamos nossas mãos. "As pessoas me chamam de Andy."

"Andréa", eu disse tentando desvendar a misteriosa, porém encantadora figura na minha frente. Ela abaixou os olhos tímida e disse:

"Eu preciso ir. Bom dia" e ela saiu correndo de volta em direção ao parque. Felizmente, aquele foi o primeiro de muitos encontros que teríamos.

FragmentadaWhere stories live. Discover now