Capítulo 30 [Diana]

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Minhas palavras foram sinceras. Eu realmente quero mudar. Eu realmente quero ser aquilo que minha mãe me ensinou. Muitos, depois de uma decepção, costumam descontar em tudo e em todos. E foi exatamente isso que eu fiz. Perdi minha mãe e achava que não tinha esperança para mais nada. Que minha vida não tinha mais sentindo. Mas tinha, sim.

Eu estou feliz que fiz a decisão certa e que posso ser feliz comigo mesma, com a minha própria presença. Eu tenho muitas coisas para aproveitar ainda e sendo má não será possível.

Respiro fundo, encarando o céu azul e estrelado da janela do meu quarto. Eu moro sozinha em uma casa que eu mesma comprei, juntando o dinheiro que eu ganho na agência. E consegui, depois de muito tempo, isso. Eu queria trazer meus avós, mas não sei se eles moram no mesmo lugar e nem se vão me querer novamente. Desço as escadas e vou para a rua, enrolada em um casaco bem grande. Aqui perto tem um parque, ao qual a vista do céu estrelado é muito mais bonita do que na minha janela. Vou andando e sento na grama, fechando meus olhos e suspirando fundo. Esse é um lugar calmo, onde eu posso pensar e repensar todas as coisas que eu faço. Pensar nas minhas decisões, ações... tudo. Exatamente tudo.

Ouço um barulho no mato e me levanto rápido. Decido ir embora, já que não tem ninguém na rua. Vou andando em direção à minha casa e sou surpreendida por alguém tocando meu braço.

— Cadê o pendrive? — me viro e vejo Félix.

— Do que tá falando? — indago e ele se aproxima mais. Da onde que ele surgiu?

— O pendrive... cadê? Ele sumiu de onde eu deixei. Só você e o idiota do Troy sabiam onde estava. O Troy não foi, mas você subiu novamente porque esqueceu seu celular lá. E, por incrível que pareça, ele estava na minha sala. Eu te entreguei ele, mas quando fui ver hoje, o pendrive não estava. Então significa que você esqueceu o celular, voltou para pegar ele, mas focou em outra coisa. Me dá a merda do pendrive. — ele diz.

— Eu não estou com ele. Alguém pegou, mas não foi eu. — digo.

— Me diz logo, ou eu acabo com... — antes de ele terminar sua fala, ouvimos uma voz.

— Hey! Tá tudo bem aí? — ouvimos uma voz e nos viramos, vendo um homem com um casaco e se aproximando.

— Não, não... só estávamos conversando, cara. — Félix diz e bufa discretamente, me abraçando e sussurrando em meu ouvido: — Fica calada ou terá consequências. — ele diz e dá um sorriso falso, se afastando e sumindo do meu campo de visão. Me viro para o homem e ele diz:

— O que ele queria? Você está bem? — ele indaga, se aproximando. Ele tem o maxilar marcado, os cabelos um pouco bagunçado, mas que ainda assim dá um estilo a mais nele.

— Claro. Ele era só... um amigo. — digo, sorrindo falso.

— Ele parecia que estava gritando com você... — ele diz.

— Não... não aconteceu nada. Pode ficar tranquilo. — digo.

— Tudo bem. Você mora perto? Quer companhia até em casa? As ruas estão perigosas... — ele fala.

— Não. Minha casa é aquela. Eu estava indo até ela quando o encontrei. Mas estou bem. — digo e respiro fundo.

— Tudo bem... — ela diz e suspira. — Tchau! — ele acena e eu retribuo, andando de volta à minha casa.

Entro em casa e fecho a porta, trancando tudo. Fecho todas as janelas e subo, indo até meu quarto e trancando-o também. Sentei em minha cama e respirei fundo. A partir daí, não consegui dormir, apenas fiquei pensando no que aconteceu. O medo não me deixou pegar no sono...

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