Asas protetoras - Terceiro livro da trilogia "anjo"

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"Já me perdi tentando me encontrar,
Já fui embora querendo nem voltar.
Penso duas vezes antes de falar.
Porque a vida é louca mano, a vida é louca."
(IZA)
♥

Meu coração fervilha com cada movimento. Não importa quantas vezes eu dançasse aquilo, todas as
vezes era tomada de um amor tão forte que enchia meu coração e explodia em passos cheios de
energia. O corpo do meu parceiros entrava em sintonia com o meu e toda a melodia entrava em contato
co os movimentos e nos tornava-mos um só.
Para a maioria das pessoas, dançar a mesma coisa todos os dias poderia ser enjoativo, mas para mim,
só aumentava o amor. Ainda assim pegávamos uma coreografia simples toda semana para variar um
pouco.
Terminamos a coreografia principar e ouvimos os aplausos de Isa.
- Bravo! Bravo! - Ela gritou e completou - Dez minutos de descanso. Vão comer.
Voamos até a sacola de pão, mas quando estávamos quase chegando Isa tirou a sacola da nossa
frente.
- O que é isso? Estou com fome! - rosnou Diego ao que Isa respondeu:
- Vocês estão se alimentando muito mau. Não estão consumindo todos os nutrientes que precisam. Por
isso, em vez de comer toda essa porcaria vão tomar vitamina.
Então ela tirou de uma outra sacola, que até aquele momento era desconhecida, dois Copos grandes
transparentes com líquido rosa dentro. Parecia gostoso. Só parecia. O cheiro dava vomito e o gosto
vontade de morrer. Olhei para Diego e sua expressão facial indicava que ele estava com a mesma
vontade de pular da ponte que eu fiquei no primeiro gole.
- O que é isso? - Perguntei.
- Todas as vitaminas que vocês precisam concentradas e com corante rosa pra alegrar a vida -
explicou Isadora, e completou brincalhona - Agora bebam tudo para crescerem fortinhos.
- Você é uma bruxa! - Disse Diego a Isadora que respondeu com uma gargalhada.
Bebi tudo de uma vez e depois tomei uma garrafa d'água por cima para tirar o gosto. Sentei-me para
me recuperar daquele show de horrores e quando peguei meu celular vi que haviam onze chamadas
perdidas de Tomás. O telefone começou a tocar novamente e eu atendi:
- Oi
- Oi meu amor, como você está? Por que demorou tanto? - Respondeu Tom animado.
- Olha amor, eu não posso atender agora... - respondi rapidamente tentando soar o mais doce
possível.
- Com quem você está?
- Estou no ensaio com Diego.
- Hm sei. - Ele ainda não tinha levado a sério.
- É sério! Eu te amo e sim, eu estou bem. Mas, agora eu estou ocupada. Até mais.
- Até mais - disse ele com uma voz descontente e desligou.
Sentei na cadeira tentando organizar aquilo dentro de mim.
- O que aconteceu? - Perguntou Diego.
- Tomás me ligou e eu tive que desligar.
- Fez bem - Virei meu rosto pra ele que continuou - Você tem suas responsabilidades e ele tem que
entender isso. Não dá pra ficar conversando o tempo todo.
Fechei os olhos e respirei fundo. Sim, Diego tinha total razão. Então perguntei:
- Devo regar o cacto?
- Só um pouquinho, para ser justo - Ao terminar de dizer Diego abriu um sorriso reconfortante.
Ao chegar em casa joguei um pouco de água no cacto e algo cheio e vazio tomou conta do meu
coração.