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"This innocence is brilliant
I hope that it will stay"

(Avril Lavigne)

 ♥

Entramos na floricultura e um sensor na porta fez um barulho irritante indicando nossa chegada. Não tenho que ser sempre amável, esse barulho é muito irritante! Qual é a dificuldade de alguém ficar na recepção vigiando a porta? Uma mulher alta, de cabelos longos negros e lisos, pele morena e olhos misteriosos veio em nossa direção.

– O que desejam?

Disse ela com um sorriso amigável

– Mini cactos!

Eu disse devolvendo o sorriso

– Sigam-me

Falando isso virou para trás movendo o cabelo sedoso para o lado. Olhei para trás para me certificar que Diego estava me seguindo. Então continuei a seguir a moça. Paramos na frente de uma mine estufa cheia de cactos. Ela disse que o preço vareava de cacto para cacto e que eu podia escolher um. Parei para pensar qual eu levaria. Eram todos fofos e ornamentais. Pensei em usar um critério para escolher. Escolheria o que tivesse o maior nível de semelhança com nossa relação.

– Achei fofo da parte dele – disse Diego interrompendo meus pensamentos – Sabe essa ideia de comprar o cacto. Ele é muito cuidadoso com você, e o respeito e admiro muito por isso.

Sorri, mas logo me lembrei do que Tom havia dito um dia antes sobre Diego: "Tolero Diego porque tenho que tolerar". Eu não sabia como tinha tolerado ele dizer isso. Diego é uma parte da minha própria pessoa. Então se Tom TINHA QUE TOLERAR Diego, ele TINHA QUE TOLERAR uma parte de mim . Mas talvez, pelo amor de amigo ser diferente do amor romântico eu tolerava Tom dizer isso. Aliás eu também toleraria Diego dizendo o mesmo de Tom.

Olhei mais uma vez para os cactos ali. Havia um, que tinha uma flor em cima. Aquilo me lembrou que eu e Tom passamos por muitas dificuldades No entanto, nossa história é linda e cor-de-rosa, como aquela flor crescendo por cima dos espinhos. Peguei e disse: "É esse", para a moça que sorriu e respondeu: "Ótima escolha". Ela pegou a plantinha da minha mão e colocou em uma pequena cacheta azul. Então olhou nos meus olhos e disse:

– Muito sol, pouca água. Deixe-o em um lugar arejado. Tente mudar o vaso de lugar com certa frequência. É isso...

– E como sei que ele morreu? – Perguntei.

– Ele vai ficar sem cor... você vai saber quando acontecer, mas espero que não aconteça.

– Eu também!

Despedi da vendedora e saímos da floricultura. Começamos a andar em silêncio. Paramos na faixa para esperar o semáforo. Diego disse:

– Então a coisa é ainda mais séria. Se vocês vão regar apenas quando conversarem esse cacto é um termômetro.

– Por quê? Seria um problema conversarmos muito?

– Uma vez eu conversei com uma moça que passou por uma situação parecida com a sua. Sabe o que ela disse pra mim? Que atualmente ela vê que se tivesse continuado a ter contato com o rapaz, eles não estariam juntos hoje. Por essa razão, acho que uma vez por mês já está de bom tamanho. Mas, conversas mais frequentes, tenho medo que estrague as relações de vocês.

– Então é mesmo um termômetro.

Naquele momento eu não via sentido algum naquilo.

Asas protetoras - Terceiro livro da trilogia "anjo"Where stories live. Discover now