Foram necessárias aproximadamente oito horas de viagem até que nós chegássemos em casa. Anne e meu pai me ajudaram a subir as escadas enquanto minha mãe carregava cadeira de rodas à nossa frente. Me levaram para o meu quarto, joguei meu casaco na cama e esperei que Anne preparasse meu banho.
Alguns minutos depois eu já estava pronta para dormir. Anne me pôs na cama e eu senti algo espetar minhas costas. Peguei o casaco que estava embaixo de mim, o sacudi. Houve o barulho de algo caindo no chão.
-O que caiu?- Perguntei curiosa.
-Vou ver.- Disse Anne se abaixando para procurar o objeto- Foi isso aqui.
Ela segurava uma corrente dourada com um pingente no formato de um coração com um pequeno brilhante no meio. Era lindo e reluzente, mas não me lembrava de ter um objeto como aquele.
-Isso é seu?- Perguntei confusa.
-Não. Isso é seu.- Disse Anne enquanto se aproximava para colocá -lo em mim.
-Mas eu não me lembro dele.- Respondi tentando achar fragmentos dentro da minha memória sobre aquela corrente.
-Quando Liam te abraçou hoje no hospital eu o vi colocando algo no bolso do seu casaco. Por isso a mão dele ficou presa.- Sua expressão era estranhamente contente.
-Ah sim- Sorri espontaneamente.
Ela pôs a corrente em mim, me cobriu e se retirou. Fiquei acordada mexendo no pingente da corrente e pensando em Liam, estava ansiosa para abraçá-lo novamente e agradecer pelo presente. Dormi com um sorriso no rosto.
Acordei com o barulho de alguém no meu quarto, abri os olhos e era Anne mexendo nas minhas roupas que estavam no armário.
-O que ta fazendo?- Perguntei esfregando os olhos.
-Procurando uma roupa pra você.- Ela falou sem ao menos me olhar.
-Vamos sair?- Perguntei animada.
-Sim.- Seu tom de voz soava melancólico.
Fiquei quieta por um longo tempo. Ela me arrumou e descemos para o café. Todos à mesa estavam calados. O silêncio estava me deixando agoniada, pois não era um silêncio como qualquer um, era possível sentir a tensão da minha família a quilômetros de distância.
-Gente eu não estou morta, podem conversar.- Disse enquanto tomava um pouco de suco.
-Você não está.- Pode ouvir Anne murmurar, mas não entendi o motivo pelo qual ela deu ênfase a palavra "você".
-Como assim?- Perguntei intrigada.
Minha mãe discretamente lançou um olhar para Anne para que dela se calasse.
-Não é nada, querida. Depois nós iremos conversar.
Voltamos a comer então. O silêncio voltou a ser dominante naquela sala. Não aguentava ficar nem mais um minuto naquele ambiente sufocante. Me retirei educadamente da mesa e me Movi até a varanda para tomar um ar.
Fiquei parada na varanda observando a rua morta. Algumas horas depois avistei vindo de longe a caminhonete velha do avô de Joey. Ela parou em frente a minha casa, de dentro dela saíram Joey, Mike e Jake. Estavam muito bem vestidos com roupas sociais, estavam todos de preto, achei que fossem para alguma festa, da qual eu não havia sido convidada então preferi não comentar sobre o assunto. Joey veio correndo em minha direção, ele estava se afogando em lágrimas e me abraçou.
-Eu sinto muito.- Disse ele me apertando em seu forte abraço.
-Ta tudo bem.- Afaguei seu cabelo.
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青少年小说PLÁGIO É CRIME! (Art. 184 - Código Penal) "Os finais felizes são para poucos." Beatriz Lourenço