Supernatural: Fobia

Quando os gatos saem, os ratos fazem a festa

Cá estamos em mais uma nova etapa desta saga sobrenatural. Antes de iniciar, vejam o vídeo que fiz com muito amorzinho <3

E se você não leu a primeira temporada, segue o link abaixo para Supernatural: Réquiem: https://www.wattpad.com/story/153976674-supernatural-r%C3%A9quiem

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A fumaça cinzenta subia pelo ar como se dançasse em torno da janela minúscula do banheiro feminino, o cheiro forte do cigarro se misturava com perfume cítrico, balas de menta e desinfetante. A última aula estava prestes a acabar e os alunos novos se reuniriam na quadra aberta para o trote anual dos veteranos, evento organizado pela terceira vez consecutiva na faculdade Estadual de Galveston. 

Ajeitei uma mecha do cabelo negro para trás da orelha e me voltei novamente para Marianne, que estava tagarelando há cinco minutos enquanto o resto das garotas chegava para a reunião.

— Barth James ultrapassou o território reservado pela segunda vez. Depois de ser avisado. — contou a loira de cabelos cacheados e suéter cor-de-rosa assim que a última das quatro passava pela porta e a trancava por dentro.

— Barth James é o cara que estaciona o Camaro atrás do meu Chevelle? — questionei recordando da pintura amarela impecável do veículo que meu colega de classe ostentava, um sorriso fugaz se formando no meu rosto conforme pensava na melhor maneira corretiva para fazê-lo respeitar os limites. Território reservado era como as garotas chamavam a parte que ia da quadra aberta até o prédio da biblioteca, lugar que sempre fora frequentado pelos mais populares desde... Bem, desde sempre. — Redecorem o carro dele. — dei de ombros. Uma brincadeirinha inocente não faria mal, não é mesmo? 

— Acho que uns adesivos de flores e tinta glitter ficariam uma gracinha. — comentou America com perversidade, recostada contra a pia enquanto lixava suas unhas compridas e vermelhas. Marianne anotou no pequeno caderno que tinha em mãos, como sempre fazia, e logo Jessica se pronunciou.

— A Carla foi fazer fofoca para o diretor sobre as nossas reuniões. — disparou a morena com tanta rapidez que pensei ter visto seus olhos repuxados ficarem maiores.

— Todos sabem que você não gosta dela porque a pirralha de meio metro roubou seu namorado, Jess. — America apontou um dedo para a outra, aproveitando que tinha se virado de lado para encarar seu reflexo no espelho e ajeitar as mechas ruivas que pendiam logo abaixo dos ombros.

— Marianne, vai deixá-la falar assim da sua irmã? — provocou Trina, que tinha a bolsa aberta em um canto da pia e um amontoado de maquiagens espalhadas pela superfície de granito. Eu podia dizer que havia certa tensão entre as duas, pois uma estava sempre cutucando a outra e boa parte dos insultos começava quando Trina decidia ressaltar a baixa estatura de Marianne, que conseguia ser vários centímetros menor que eu.

A loirinha estreitou os olhos para lançar uma expressão mortal para a colega que tinha um sorriso debochado enquanto passava o batom rosado nos lábios carnudos. Apaguei o cigarro na parede e joguei o resto pela fresta da janela.

— O que vocês acham? — questionei antes que as duas começassem a se estapear, desviando a atenção e assim evitando brigas.

— Ela tem um cabelo bem bonito. — incitou America, arqueando a sobrancelha de um jeito que eu logo entendi como sendo a linha tênue entre crueldade e futilidade. — Um corte bem curto seria adequado. — ela continuou e eu assenti em aprovação. Nós já havíamos passado por coisas bem piores antes e, bem, cabelo cresce. De soslaio percebi Marianne levar uma das mãos para tocar os cachos enormes na altura dos ombros.