Capítulo 07: Refugiados (Parte 1)

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 Depois deles voltarem, o velho Shang resmungou para ela, descontente: "Essa mocinha foi muito rude. Estava claro que a senhorita não estava mal-intencionada."

Depois de dizer isso, ele virou para olhar para Ah Rong. A Chen Rong que ele encontrou era uma que carregava olhos claros e sinceros, sem nenhum vestígio de rancor.

Depois de almoçarem, a companhia voltou para a estrada.

Pelo horário do jantar, a casa dos Wang ainda banqueteou tão estupendamente como outrora. Era como se eles não estivessem fugindo, mas fazendo uma viagem para se divertirem.

A excitação das meninas do clã Wang se dissipava gradativamente com o passar dos dias. Aos poucos, Chen Rong ouvia mais e mais queixas.

E também foi naquele momento em que Chen Rong descobriu o motivo pelo qual Wang QiLang não os acompanhou, já que ele tinha se separado deles para encontra-se com um outro erudito.

Não era mais tão quente, estavam no começo do outono. Mas as carruagens e as pessoas seguiam no mesmo caminho, a poeira levantando e sujando o grupo.

Quando isso acontecia, a família Wang – que sempre prezavam os bons modos da classe alta – tomaria vários banhos aos dia. Por esse mesmo motivo, eles conseguiam percorrer apenas cerca de míseros trinta a cinquenta quilômetros por dia.

Eles continuavam com essas ações por mais sete dias, quando mais e mais refugiados apareceram na estrada. Esses plebeus estavam fugindo para o sul em multidões. Depois de acabarem todos os seus suplementos, eles automaticamente começaram a acompanhar a caravana dos Wang. O motivo para isso era que sempre tinham muitos restos depois de cada uma da refeição daquela família.

A casa dos Wang começou a ficar cada vez mais irritada quando mais e mais pessoas ficaram em seu encalço. Aqueles refugiados imundos estavam cobertos de sujeira e ainda fediam. Como eles estavam atrás, o vento varria os seus cheiros e espalharia por quilômetros de distância, e isso era insuportável. Contudo, eles não ousavam fazer nada que denegrisse os seus bons nomes, como expulsar os refugiados para longe deles. Tudo o que eles poderiam fazer era diminuir o tempo que gastavam em seus banhos e aumentar a velocidade.

E nada disso tinha qualquer relação com Chen Rong.

Ela era a única mestra na casa dos Chen para ser servida. Na hora das refeições, ela ainda consumia um prato simples. Depois que terminava, ela não estendia uma grande tenda para dormir, como os Wang faziam, mas permanecia em sua carruagem.

Atualmente, ela ficava só cerca de uma hora sentada dentro da carruagem, no restante do tempo ela cavalgava ou simplesmente andava.

Por Chen Rong ser versada em artes marciais e ter um bom físico, ela poderia seguir o grupo por quilômetros sem ter que fazer uma pausa para recuperar o fôlego.

"Vamos parar para comer." Dentre o barulho do trote, um cavaleiro gritou alto enquanto cavalgava de volta para o seu grupo.

Chen Rong olhou para o brilhante sol vermelho no oeste e então desmontou de seu cavalo.

Nesse momento, todos estavam ocupados com o trabalho, seja estendendo tendas ou trazendo a comida.

Quando viu Chen Rong se aproximar, a babá Ping abaixou sua voz enquanto levava a comida para a carruagem: "Senhorita, é como você tinha previsto." Ao mesmo tempo, ela olhou para onde a família Wang estavam há centenas de passos de distância.

O sol estava no momento pairando o leste, enviando uma luz dourada nas árvores polares, que ainda estavam verdes. No momento, grossos tapetes de damasco estavam estendidos abaixo das árvores polares, acima dos quais estavam dispostas mesas, e atrás das mesas estavam os membros do clã dos Wang trajando e calçando peças luxuosas e de cores chamativas. Eles eram todos bem-apessoados, e sobre a luz do sol, pareciam ser fadas vindos do céu,

Mei Gongqing - The Bewitching CourtierOnde as histórias ganham vida. Descobre agora