Epílogo

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Epílogo

Kally

Em algum momento depois de ter sido sequestrada devo ter pegado no sono, isso faz difícil para mim saber quantas horas se passaram desde que fomos sequestrados. Meu pensamento no atual momento é que o Petrov mais velho deve estar tentando dar um susto na gente, assim pegamos o que ele nos der e desaparecemos.

Lamento informar, mas não vai acontecer.

Sinto o carro que estamos parar e então o porta-malas é aberto, tento me acostumar com a claridade em volta.

Espera!

Claridade?

Quanto tempo passamos dentro desse maldito porta-malas?

— Vamos lá, vocês dois. — Diz uma voz zangada.

Me viro na direção da voz e depois de alguns segundos vejo um homem baixinho com uma barriga enorme, ele tem dentes de ouro e uma arma na cintura. Ele é um tanto vulgar, obviamente não veio do dinheiro, não da forma que se veste.

— Como se atreve a falar assim comigo? Sabe quem eu sou? — Pergunto irritada e cruzo meus braços. — Eu sou a cunhada do Miguel Petrov, tenho certeza que ele me mandou aqui para tomar um susto, mas não vou cair nessa.

O homem que me sequestrou aparece ao lado do outro homem e ambos começam a rir da minha cara.

— Vejo que descobriu tudo. — Responde o homem baixinho e não tenho certeza se ele está falando sério ou sendo sarcástico. — Venha, vou te levar até os seus pais.

Satisfeita em ter acabado com esse teatro de merda, sigo o homem em direção a um tipo de mina, onde vários homens estão trabalhando, todos fedidos e suados. Ainda bem que estou aqui só pra pegar minha grana e ir embora, não aguentaria nem meio segundo ao lado dessa gentinha.

— Esse lugar é nojento, esses homens? São uns porcos! — Digo, enquanto sigo o homem.

Ele me leva para em direção a uma cabana simples, lá encontro meus pais amarrados em uma cadeira, quando me veem lá, os dois me encaram com raiva.

— O que está acontecendo aqui? — Pergunto, começando a ficar aterrorizada.

— Essa é a sua nova vida, e no seu lugar eu não reclamaria do cheiro dos outros, logo esse será o seu cheiro também. — Com isso ambos se viram e vão embora.

Pouco tempo depois entra um homem alto e musculoso, ele tem tatuagens por todo seu corpo, e está vestido como os outros homens por quem passamos. Quando olho em seus olhos vejo algo escuro e me sinto ficar gelada.

Ele está carregando um saco com botas e coisas que estavam sendo usadas pelos homens por quem passei.

— Vistam-se e peguem seus equipamentos, o trabalho começa agora. — Diz. — E não pensem em me causar problemas, não me importo em matar.

A forma como ele diz essas palavras mostram que ele não está brincando quando diz isso, a ameça está clara em sua voz. Meu pai como o idiota que é se levanta e caminha até a janela, olhando em volta.

— Não vou ficar aqui, aquele idiota não pode lutar contra nós dois. — Ele fala para o meu marido estúpido.

— Vamos nos enrolar e quando ele entrar o atacamos. — Diz.

Eu não vou ser burra e me juntar a eles, ambos esqueceram que tem muitos homens por perto e estaremos mortos antes de encontrar ajuda, isso claro se a gente encontrar.

Posso ser uma vadia, mas sei reconhecer quando perdi.

— O que está fazendo? — Minha mãe grita comigo, o que chama a atenção do homem do lado de fora.

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Onde as histórias ganham vida. Descobre agora