Capítulo 28

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Marina

Kaleb está caído no chão, morto com um tiro na cabeça, enquanto isso os cinco segundos da bomba estão em seu momento final e tudo o que fazemos é dar as mãos e esperar pelo final, mas ele não chega. E eu sinto a mão do Miguel apertar na minha, ele também não está acreditando no que está acontecendo, é quando um telefone começa a tocar, e Miguel pega no bolso para atender.

— O que está acontecendo? — Pergunta Alexa em voz alta. — Achei que essa porra ia explodir.

Todos estamos nos perguntando a mesma coisa, mas nesse momento, respostas não é a nossa principal preocupação.

— Enquanto não explode, precisamos tirar Dalilah daqui e sair da clínica antes que exploda. — Falo, e todos começam a se mexer em torno do cadáver do Kaleb.

Miguel vai na frente, falando no telefone, enquanto Shane carrega Dalilah para fora da clínica, Tayler e Alexa vem ao seu lado, ajudando a carregar os tubos e medicamentos que estão presos a ela. Todos estão se ajudando e em uma questão de minutos, saímos da clínica em segurança.

— Não consigo entender. — Willow murmura, a mão acariciando a barriga de forma protetora, Erick se aproxima dela e passa seus braços em sua volta.

— Não precisa entender, tudo o que importa é que estamos vivos. — Ele sussurra para ela. — Todos estamos em segurança.

Kalel está em estado de choque com tudo o que aconteceu, não sei como é se sentir dessa forma, ver seu pai, o homem que você pensava estar morto, pronto para te matar e matar tudo aquilo pelo qual você lutou para encontrar.

— Você está bem? — Pergunto, passando a mão em suas costas.

— Não sei como estou, acabei de ver o meu pai… quero dizer, o homem que me criou apontar uma arma para mim e pra minha irmã, ele estava pronto para matar a todos nós em nome de uma vingança. — Chora. — Mas acima de tudo, ele destruiu algo que eu amava por causa disso.

Quando ele fala em algo que amava, seus olhos vão em direção ao Shane, que está cuidando da Dalilah. Shane tem se mantido longe do Kalel para se proteger da dor do passado, enquanto Kalel acredita que já é tarde de mais para lutar por esse amor. Talvez não seja tarde para nenhum deles e tudo o que eles tem que fazer é deixar o medo e a mágoa de lado e lutar pelo que querem.

— Talvez ainda não seja tarde pra vocês, as vezes o tempo ajuda a gente a amadurecer, a tornar as coisas algo melhor do que era suposto ser. — Falo.

— Quem sabe outra hora, Shane deve ter seguido com a vida dele e eu não sei o que fazer com a minha nesse momento, tudo o que o velho jogou em mim hoje, ver ele ali, vivo depois de tantos anos e tão tomado pela raiva. — Lamenta. — Ele não era assim antes, pelo menos não que eu e lembre. Houve um tempo onde ele era o meu melhor amigo, estávamos sempre perto e prontos para proteger um ao outro.

Não sou o tipo de pessoa que abraça os outros para confortar, não gosto quando uma pessoa com quem não tenho intimidade toque em mim, mas Kalel é da família e ele precisa de um abraço, então é exatamente isso que eu faço, abraço ele e o deixo chorar, como o homem ferido e quebrado, que precisa de amor e carinho.

Enquanto abraço Kalel, meus olhos encontram com os do Miguel, que sorri para mim e volta sua atenção para o telefone, ele parece estar em uma discussão com quem quer que esteja do outro lado da linha. Seja quem for não está cedendo ao pedido dele e explicando o que Miguel quer, ou melhor, o que ele precisa saber.

Miguel passa algum tempo no telefone, e quando ele desliga um carro do esquadrão antibombas se aproxima da entrada da propriedade.

— Parece que alguém chamou o esquadrão antibombas. — Murmuro e Kalel ri, olhando na direção do Miguel.

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Onde as histórias ganham vida. Descobre agora