Capítulo 19

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Miguel

— Onde está minha mulher?— Gustavo pergunta, assim que abro a porta.

Eu posso ver a raiva emanando dele e eu não dou a mínima, esse filho da puta acabou de foder com a minha noite de sexo com a Marina.

Ele não poderia esperar até amanhã?

Não é como se ele não tivesse visto os noticiários e soubesse de tudo o que aconteceu nos últimos dias com a minha família e como estamos lutando com tudo.

— Se você assistiu aos noticiários, deve ter visto a merda que a minha família está passando. — É a minha resposta, quando Marina para ao meu lado e eu passo meus braços em volta dela.

Ignoro o fato dela não ter ficado onde pedi, e volto minha atenção para Gustavo, que está me olhando irritado e reprovador. Que porra ele tá pensando? Que eu vou ficar correndo de um lado a outro e chorando?

— E quem é essa? — Gustavo pergunta, agindo como um idiota.

— Eu sou Marina, a mulher dele e amiga da Dalilah. — Marina diz, ignorando o mau humor dele. — Você não me conhece, mas eu sei muito bem quem você é. E por mais estressado que você esteja, não justifica a forma como veio até a nossa casa e começou a jogar suas perguntas.

Gustavo olha chocado para ela, como se tivesse crescido duas cabeças em seu pescoço. Quando vejo que ele vai dizer alguma coisa grosseira, passo Marina para trás de mim e o encaro.

— Sugiro que olhe bem o que vai dizer, família ou não, nada vai me impedir de arrancar a sua língua por ferir minha mulher. — Aviso, e ele concorda, entendendo o que eu quero dizer.

— Por que não me disse nada sobre o que está acontecendo? — Pede, passando por mim e indo em direção a sala. — Eu tive que ver tudo isso pelo noticiário.

— O que você queria que eu dissesse? Tudo aconteceu ontem e hoje já tivemos notícias de quem está por trás, estamos com um dos homens dele no porão, e eu estou cuidando pra que ele cante como um maldito canário. — Respondo.

— Minha mulher está morta. — Ele chora, e chora muito.

Fico com dó e penso em lhe contar a verdade, mas então me lembro que é esse sofrimento que vai mostrar para todos que Dalilah está morta, e isso vai tirar os holofotes dela e dos meus filhos e deixar apenas em mim.

— Sinto muito, ela era uma pessoa especial para mim, para todos nós. — Lembro. — Dalilah foi minha melhor amiga, minha mulher e a mãe dos meus filhos, ela ficou ao meu lado nos momentos mais difíceis, entendo como está se sentindo, mas não posso me deixar abater, se não quem fez tudo isso ganha. Eu também a amava.

— Não é uma questão de ganhar, ele já ganhou quando matou minha mulher e invadiu a sua casa. — Diz com raiva, me olhando de um jeito estranho. — Minha mulher morreu por causa dos seus segredos.

Opa, pera ai, como ele sabe o motivo dos ataques?

— Como? — Pergunto, sentindo Marina tensa ao meu lado.

— Se é um inimigo seu que está por trás disso, ele deve estar atrás dos seus segredos. Não me olhe como se eu fosse o vilão por apontar isso, Dalilah era minha mulher e eu nunca faria nada contra ela ou seus filhos. — Ele diz se levantando. — Agora será que eu posso dormir aqui, amanhã é o funeral e eu não estou a fim de ir procurar por um quarto de hotel.

— Claro, eu vou preparar um dos quartos de hóspedes, enquanto vocês conversam. — Marina diz, então me dá um beijo e se afasta.

Gustavo espera ela sair e então pega um copo de uísque e volta a se sentar.

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Onde as histórias ganham vida. Descobre agora