Pedido

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Horas mais tarde, Harry estava na cozinha ajudando Johannah a preparar o jantar, como era de costume quando ele ia para a casa dos Tomlinson. Não era nada muito elaborado, apenas um ensopado de carne cheio de vegetais que Louis torceria o nariz para comer, mas ele seria obrigado a enfiar cada um daqueles brócolis na garganta, fosse por Johannah ou fosse por Harry, não faria diferença.

De vez em quando, uma das gêmeas aparecia por ali, perguntando se podia comer bolachas antes do jantar. E, mesmo que Johannah veemente negasse, Harry sempre dava um jeito de pegar o pote de bolachas escondido, arrancando sorrisos enormes nos rostos das loirinhas. E aquilo o aquecia por dentro.

Era inacreditável como ele se sentia parte daquela família, como ele sentia que aquelas garotas eram como se fossem as irmãs mais novas que nunca teve. Assim como ele se sentia acolhido pelo carinho maternal que Jay sempre lhe proporcionou, muito antes de que ele se tornasse algo a mais para Louis. E, depois que eles desenvolveram um relacionamento, o afeto dos Tomlinson por Harry só aumentou. E foi completamente mútuo!

Não é como se Harry não amasse a sua família, até porque ele amava — e muito! Gemma era mais do que uma irmã; ela era sua melhor amiga, sua parceira. Liam era incrível, mas era com Gemma que Harry se sentia à vontade para pedir conselhos e contar até mesmo suas vergonhas. Foi ela quem o ajudou a lavar seu lençol e seu edredom quando ele teve sua primeira polução noturna. Ele ainda pensou em ligar para Liam quando viu a bagunça pela manhã, mas sabia que precisava da ajuda de alguém que já tivesse passado pela mesma situação. Por ser um alfa, seu corpo produzia muito esperma e ele acabou fazendo uma completa sujeira. Harry quase chorou só por imaginar que sua mãe poderia ver aquilo.

Quase.

Gemma era pouco mais que três anos mais velha do que Harry, porém a diferença de idade parecia desaparecer por completo quando eles estavam juntos. Foi ela quem o ouviu desabafar durante todos os anos de amor platônico por Louis. E não foram poucas as vezes em que ela ameaçou ir até a casa dos Tomlinson para conversar com o famoso ômega durão de Holmes Chapel. Por sorte ela já estava morando em Oxford, onde ela rapidamente se tornou diretora executiva de uma das filias da Styles Corporation. Harry tinha certeza de que, se ela estivesse na cidade, ela não hesitaria antes de ir até a casa de Louis.

Também havia Anne. A matriarca dos Styles era uma beta de gênio forte e punhos de aço. Pela ausência do marido, que estava sempre ocupado com assuntos relacionados à empresa, foi ela a criar dois alfas sozinha, educando-os da melhor maneira que podia. Harry sempre lhe foi obediente, mas Gemma ainda dava trabalho. Como quando decidiu se casar com um ômega mais novo do que ela, que ainda estava na faculdade. No fim, elas eram muito parecidas. E Harry as amava muito, as duas. Também permanecia em mistério para ele como Louis conseguiu domar sua mãe tão depressa naquele dia, no churrasco. Talvez a atmosfera Tomlinson fosse mesmo inebriante, até para os betas.

Harry não sabia dizer quando exatamente ele se viu enroscado na família Tomlinson, mas sabia que, mesmo amando sua própria família, ele estava pronto para ser um deles. Ele queria muito se tornar um Tomlinson. E ele se esforçaria para que Louis sentisse a mesma ansiedade para se tornar um Styles.

Naquela noite, Harry estava feliz e ansioso na mesma proporção. Não conseguia evitar o pensamento que, se tudo desse certo, nada mais o impediria de estar com Louis por inteiro. De pertencer a ele de corpo e alma. Mesmo que ainda sem uma mordida.

Era um fato que a ausência da mordida o incomodava. Harry não sabia explicar exatamente o motivo, mas ele tinha um mau pressentimento sempre que pensava em passar uma vida ao lado de Louis sem lhe deixar uma marca. Por exemplo, e se Louis entrasse no cio aleatoriamente um dia? E se houvesse outro alfa por perto?

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