50

61 7 0
                                    

ELIZON

Eu apenas assisti quando Allocen adentrou na sala e caminhou até uma garota. Primeiro ela olhou para ele surpresa, depois uma dor cruzou seus olhos e então ela pareceu indiferente. Imaginei que tipo de tortura ela havia sofrido para pensar que aquilo era uma alucinação.

Allocen passou a mão pelos cabelos castanhos avermelhados dela e sussurrou algo em uma antiga língua. Então retirou uma corrente de ouro do pescoço dela.

Eu quase perguntei se ele estava louco, ou por que ele estava fazendo aquilo. Mas então eu vi. Eu vi o pingente em forma de violino preso a corrente.

Allocen beijou a testa da garota, que agora chorava incontrolavelmente e pedia para aquilo parar.

A dor que atingiu os olhos dele sumiu em um piscar de olhos e logo ele estava caminhando de volta para saída.

— Não vai implorar para que eu acabe com o sofrimento dela? — pergunto.

— Ela está perdida. Não sabe mais distinguir a realidade da ilusão. — ele responde. Seus dedos apertando a corrente.

— Mais ela soube guardar isso pra você.

— Sim, ela soube. — seus dedos contornam o violino. Ele parecia perdido em pensamentos quando disse — Agora que sou seu arquiduque vamos precisar sela o acordo.

— E como faremos isso? Um corte na mão como um pacto? Um beijo do demônio?

— Mais ou menos isso. — em um segundo ele estava dando um sorriso carismático para mim, no outro seus dentes estavam gravando o espaço entre meu pescoço e meu ombro.

O ato foi tão repentino que eu não consegui me esquivar. Seus dentes gravaram até eu senti o sangue quente no meu pescoço. Então eu senti a língua dele pegando aquelas gotas que ameaçaram escapar. Ele estava bebendo de mim? Empurrei ele tão forte que suas costas fizeram um estralo quando se chocou contra parede.

— O que você fez? — pergunto com a mão no pescoço. A mordida dele queimava.

— Apenas fechando um acordo majestade. — então ele sorriu para mim e passou a língua pelos lábios limpando o pouco de sangue que tinha ficado ali.

Caminhei apressada e furiosa. O que ele havia feito comigo? Me mordido daquele jeito como ninguém nunca fez, me senti invadida. Violada. Eu queria quebrar os dentes dele.

Abri o portal apressada e atravessei, que ele ficasse preso no inferno.

Caminhei tão irritada e confusa que demorei um segundo para perceber o que estava acontecendo. Para perceber os gritos ao meu redor, o cheiro pungente de sangue e morte.

Corri até a ponte do castelo. Os elfos estavam nos atacando. Elfos do reino da Kira.

Enquanto eu estava parada tentando entender que bagunça era aquela, alguém passou apressado trombando em mim.

— Não fique ai parada majestade — os olhos do Azael me encaram com um brilho de divertimento. O brilho só vacilou quando seus olhos pousam na mordida do meu pescoço, ele me encara com incredulidade. Mas então joga uma espada na minha direção. — Não desonre essa espada matando com pena.

Um sorriso perverso surgi nos lábios dele quando seguro o punho da espada. Era uma celestial. Feita da lâmina mais afiada e dura de todos os reinos.

— Não se preocupe Azael, sua espada esta em boas mãos. — respondo enquanto abro as asas e voou em direção a luta.

Os elfos estavam atacando sem piedade, mas ainda não tinha cruzado a ponte e não podíamos deixar eles cruzarem.

Eu não sabia o porquê deles estarem nos atacando assim, tínhamos uma aliança. Eu não queria mata-los. Mas não podia deixar eles arruinarem meu castelo. Então quando desci decapitando três elfos no caminho, eu não me permiti sentir remorso.

Herdeira do Submundo 2 - Coroa InfernalWhere stories live. Discover now