Herdeira do Submundo 2 - Coroa Infernal

25

ELIZON

Alguns diriam que eu estava em estado de negação, que não queria aceitar a perda do Adriel. Mas não era isso, eu simplesmente sentia que ele tinha que estar vivo, um guerreiro como ele não poderia morrer assim.

Ele não podia me deixar assim.

Então, voltei para o meu castelo e corri o mais rápido que pude até o escritório.

Peguei papel e tinta.

Quando acabei, torci para que minha carta chegasse a tempo.

KIRA

Eu estava sozinha na sala de reuniões quando Troy entrou.

— Você é um colírio pros meus olhos — elogio sorrindo — Você não imagina como é exaustivo ser rainha, principalmente agora com esses ataques.

— Você deveria relaxar. Nosso reino ta seguro, o resto é problema da Elizon — ele diz se aproximando.

— Não é tão simples, a Elizon é minha irmã.

— Sua meia irmã, e ela te odeia — ele comenta parando atrás da minha cadeira. Sem perder tempo suas mãos vão para meus ombros em uma massagem lenta e relaxante.

— A Elizon mudou muito, pensei que você gostasse dela.

— A única coisa que me faz tolerar ela ainda, é imagina-la se engasgando no próprio sangue com uma lâmina gravada no pescoço.

As palavras saíram tão carregadas de ódio que imediatamente abri os olhos para encara-lo.

Mas ele não era mais o meu Troy. Ele havia se tornado outro homem, um de uma beleza impressionante.

Seus olhos eram de um azul puro e ardente, e quando ele sorriu pra mim, senti vontade de correr.

— Tenha bons sonhos alteza! — É a última coisa que ouço antes dele estalar os dedos e o mundo ficar sombrio.

ELIZON

Eu ainda não tinha me recuperado do choque quando a Tâmara entrou no escritório com mais noticias ruins.

— O Reino dos Elfos foi atacado. Troy foi encontrado morto no jardim do castelo e a Kira desapareceu.

— Mas que dia infernal — exclamo

— Tenho quase certeza que ela foi levada, mas por quê?

— Provavelmente ele vai torna-la uma escrava e depois vai mandar ela nos matar. E seremos obrigados a revidar, o que pode resultar no assassinato dela. E ela morta pelas mãos de uma de nós significaria um ato de guerra contra o reino dela. Então perderíamos o apoio do exercito de elfos e envés de amigos, eles se tornariam nossos inimigos — concluo — Ele é bem inteligente na verdade.

— Como assim fazer dela uma escrava? — ela me encara como se eu tivesse acabado de falar em uma língua desconhecida.

— Tâmara, tem muita coisa que eu não te contei. Então, por favor sente-se.

E naquela hora resolvi seguir o conselho da minha mãe, não afastar as pessoas que eu amava. Então contei quase tudo a ela, omitindo apenas alguns detalhes.