capítulo 15

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Renato Russo

De tarde quero descansar, chegar até a praia e ver se tempo ainda estar forte vai, se vou subir Nas pedras sei que faço isso pra esquecer e vejo a onda me acertar e o vento Vai levando tudo embora..

Acordo com o sol no rosto. Droga eu esqueci de fechar às cortinas! Meu corpo doía como se eu estivesse sido espancada, o ar não estava tão frio assim. Oque é que está acontecendo? Me sento na cama relembrando de ontem e para minha desgraça não era um sonho. Era mais real que a próprio moeda, ainda mais pelo fato do cão estar dormindo ao meu lado com a arma na cabeceira da cama e ainda por cima de cueca e totalmente sem noção de espaço. A vontade de ir embora me consumia, eu só queria chegar na minha casa que parecia estar do outro lado do mundo depois de Tudo. Mal dá para fugir não dá tempo nem de chegar em casa, e fugir para aonde? Mesmo eu querendo ir para casa a vergonha de encarar a minha tia é tão grande quando a vontade de sumir daqui.

Acordar sabendo que o dia vai ser difícil e imprevisível não é nada agradável. Nada que um bom café da manhã resolva! Será? Pego meu celular e pelas horas ainda é bem cedo. Me levanto da cama com a maior dificuldade do mundo, eu não queria acordar ele e muito menos tomar um tiro a arma já estava bem ali, pertinho dele. Vou até minha bolsa e procuro um comprimido, eu estava sentindo dores musculares e não é nada legal, a raiva me sobe só de lembrar que esse embuste me bateu daquela forma. Vou até o banheiro pedindo a Deus que ele não acordasse nunca mais, e pedindo perdão logo em seguida pelo pedido contrário. Eu pelo menos tinha que por uma roupa descente já que não tenho mais liberdade para mais nada, não vou me dar ao luxo de desfilar de roupa íntima na frente desse maluco, mesmo que nós já tenhamos tido relação, coisa que eu não quero que aconteça nem tão cedo. Agradeço pelo fato de ter várias mulheres muito mais belas que eu por aí, que daria fácil para ele. Me poupa e me livra ao mesmo tempo.

Calço meus chinelos e desço, quase tenho um Ataque quando vejo a porta aberta. Será que tem mais alguém aqui? Fico esperando alguém aparecer mais não encontro ninguém, até que percebo que o bonito esqueceu a porta aberta, só que como ele é o "Dono da porra toda" ele é quem ponhe medo nas pessoas, e não o contrário. Mais ainda sim fico incomodada e a fecho. Nunca vi isso dormir de porta aberta nem que essa fosse a cidade mais segura, pra mim isso é coisa de louco. Ou coisa de bêbado já que ele havia bebido ontem, talvez tenha esquecido de fechar. Meu estômago quase grita reclamando de fome e sabendo que não tinha muitas opções na geladeira resolvo procurar de novo mesmo sabendo que não tem nada de gostoso. Havia algumas louças na pia mais estavam no escorredor. Me lembro de ter guardado tudo ontem depois que jantei .. Hum acho que alguém comeu minha comida e ainda lavou o próprio prato, bom pelo menos ele serve para alguma coisa. Eu já imaginava comer um delicioso pão com queijo e presunto e nem era pedir muito, minha barriga estava no buraco, não adiantava olhar para dentro da geladeira porque nada ia aparecer como mágica eu precisava dar um jeito de arrumar alguma coisa para comer.

Volto para o quarto e o cão ainda dormia feito pedra. Pego minha carteira na bolsa, e saio de fininho. Abro o portão com a maior delicadeza, portão que por sinal não vê óleo um século. Saio quase correndo, não queria que ninguém me visse mesmo estando bem cedo, uma cidade de verdade nunca dorme. Mais na verdade de que adianta fingir para os outros se agora às pessoas já sabem e o Pior, minha tia sabe. Quase tropeço na rua por pensar Demais, mais não precisei andar muito havia uma padaria logo na esquina, comprei o essencial, manteiga, pão, queijo, presunto, e um bolo de cenoura com chocolate não resisti. Café da manhã só tem graça quando tem variedades, e com a fome que eu estou eu quase comi um pão no caminho. Quando chego abro a porta com o coração na mão, pedindo ao pai que ele não tenha acordado. E Deus tem me ouvido bastante porque ele ainda dormia para meu alívio; Na vida eu nunca fiz um café tão rápido só deu tempo de colocar na cafeteira e arrumar a mesa como minha tia faz toda manhã, o que me fez sentir falta delas. Eu fiz um bom trabalho arrumando tudo, ajeitei meu café e comi vendo a fartura das coisas que eu havia comprado, eu comi um pouco de tudo, para minha felicidade interna. Bebo ainda mais do meu café quando escuto barulho de chinelos vindo da escada, o café de tão quente quase queima minha garganta no momento em que eu me engasguei. Sentada eu estava, sentada eu fiquei, mais tomei meu café no silêncio; Quando ele chega na cozinha e se senta a minha frente eu fico ainda mais tensa mais não deixo transparecer. Ele olha por toda a mesa e depois para mim, pegando a cafeteira ao meu lado.

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