Ela não sabia, mas eu estava gravando todo esse contato que estávamos tendo, é esta a razão pela qual sempre peço para que o trabalho seja em minha casa. Estou produzindo um vídeo que vai irrita-la e pretendo mandar para a escola toda. Se ela não vai abaixar a cabeça para mim por bem, será por mal. Ela precisa saber quem é que manda por aqui.
- Bebê - fui tirada de meus devaneios por Jung Kook. O olhei esperando que ele prosseguisse com o que ia falar - eu vou ali e já volto, tá? - perguntou olhando nos meus olhos. Assenti e ele me deu um beijo em minha bochecha antes de sair.
Eu já sabia onde era esse "ali" que ele ia todas as quintas. Ele ia para a sala de projeção se encontrar com Jimin e só Deus sabe o que rolava lá.
Todos pensam que nós namoramos, que somos o casal perfeito, com nenhum defeito, somos muito conhecidos pela redondeza e é exatamente por estes motivos que decidimos fingir esse namoro. E também porque Kook é gay e não tem coragem de se assumir, e eu como uma ótima melhor amiga, topei, relutante, mas topei. Ademais, essa forçação de barra gerava um buzz enorme para nossas redes sociais, tínhamos milhares de seguidores e até mesmo fã clubes.
Ah, e eu sou lésbica, não tenho vergonha de me assumir, quem é importante para mim sabe de minha orientação e isso que importa. Não sinto a necessidade de sair gritando por aí a minha sexualidade, sou extremamente discreta, afinal, isso é só apenas mais um detalhe de minha personalidade. E eu me deliciava com toda atenção que recebíamos e não pretendia acabar com isso tão cedo. Era um jogo que todos ganhavam.
Chegando em meu carro no estacionamento de alunos, abro a porta, me sento e quando estava prestes a ligar o motor e partir, escuto a porta de trás ser aberta.
- Que susto, merda! - me exaltei enquanto encarava os três idiotas pelo retrovisor - o que é que vocês querem? Estou com pressa.
- Hum.... Ta com pressa para chegar em casa e esperar pela Kang, né Bae? - Wendy provocou com uma expressão sugestiva em seu rosto, fazendo todos rirem.
- Garota, eu tenho mais o que fazer, me poupe - falei enquanto levava o óculos escuros até meu rosto - ou fala logo o que querem ou vaza do carro. - disse sem paciência.
- Ué, o que parece que a gente quer? A gente quer carona, oras - foi a vez de Kook de falar.
- To com cara de UberX por acaso, porra? - perguntei dessa vez me virando para eles.
- De UberX não, amor, você tá com cara de UberBLACK, aquele executivo, o mais caro, sabe? - Joy disse arrancando gargalhadas dos outros dois.
Como aparentemente eu não conseguiria me livrar deles tão cedo, o jeito era levá-los onde queriam ir. Acabou não sendo muito problema porque era caminho.
Chegando em casa, subo correndo as escadas e trato de ajeitar as câmeras esconde-las melhor para que Seulgi não as visse e nem desconfiasse. Não poderia por tudo a perder.
SEULGI POV
- Está aberta - ouvi a voz de Irene ecoar de dentro de seu quarto. Abri a porta calmamente, adentrando o espaço.
- Hum, não se atrasou dessa vez - Irene disse direcionando seus olhos á mim.
- E que bom que dessa vez, está vestindo roupas - disse me direcionando a poltrona para então me sentar.
- Ah, qual é, Kang... nós duas sabemos que você amou o que viu - Bae me provocou me fazendo rir de leve.
- Tem certeza que foi eu quem amou? - ri sarcástica - ou não foi o contrário? Afinal.. o que parece é que você amou ser observada por mim - provoquei de volta fazendo a morena me olhar com seriedade porém sem perder aquele sorriso insuportável, que sempre estampava seu rosto.
Depois do que disse, Irene nada me respondeu, poderia dizer que não esperava pela minha resposta, então apenas me olhou para logo voltar sua atenção ao seu notebook, onde digitava algo, provavelmente sua parte no trabalho de Biologia.
- Você vai ficar aí? - Bae finalmente cortou o silêncio.
- "Aí" aonde? - indaguei sem entender a encarando sentada em sua cama.
- Aí nessa poltrona, está muito longe e dificulta, achei que o trabalho era em dupla - disse repousando seu olhar sob o meu.
Eu entendi muito bem o que Irene estava tentando fazer. Mesmo tendo namorado, ela nunca perdia a chance de me provocar... ela sabe que sou a única que não beija seus pés, e aparentemente faria de tudo para que tal coisa acontecesse. Ela estava disposta a jogar todas as suas cartas e bom, eu também... mas não todas.
Sem dizer nada, levantei-me da poltrona e me sentei ao seu lado na cama, a fazendo me olhar com um pequeno sorriso vitorioso.
- Será que agora podemos dar continuidade à este trabalho? - perguntei e Irene positivou com a cabeça me passando umas anotações.
Depois de terminar o que tínhamos para fazer, seguimos para a sala de jantar pois, novamente, um banquete nos esperava. Se vai ser assim toda vez que eu vier, nunca mais saio dessa casa.
Enquanto comíamos, várias vezes senti o olhar de Joohyun pesando sobre mim mas diferente de ontem, eu não a olhei nem por um segundo sequer.
Para uns o silêncio entre estranhos poderia ser constrangedor mas estranhamente, para mim, pelo menos, não era incômodo. Na verdade, eu até que gostava, por que sempre que Irene abria a boca, era para soltar alguma pérola, então o silêncio era muito bem apreciado.
- Kang, você namora? - Irene aleatoriamente me perguntou enquanto passava geleia na sua torrada - espera - parou pra pensar - já sei a resposta.
- E qual seria...? - indaguei
- Que você é solteira e nunca namorou ninguém, o que é uma pena pois seria muito mais divertido se você estivesse namorando... - disse me fazendo a encarar confusa.
- O que seria mais divertido, Irene? - perguntei sem estar entendendo absolutamente nada.
Irene nada respondeu, apenas me ofereceu seu tão conhecido sorriso e continuou a comer.
Agora eu entendi.
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Not That Mean • Seulrene
ФанфикшнBae Irene era a típica mean girl do ensino médio. Reconhecida por sua beleza, popularidade e acidez, a menina era dona dos corredores de Los Angeles High e todos naquela escola a respeitavam, ora por medo, ora por admiração. Mas um belo dia, uma al...
5. game
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