28 • O fim de uma última aventura

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— As damas primeiro! — Thomas disse, abaixando sua cabeça em reverência.

— Vá se foder.

Ambos entramos no caminho apertado e que fazia nossas pernas coçarem quando as plantas encostavam nelas. Fui na frente.

— Espera aí — eu disse — você não vai me sequestrar nem nada do tipo, né?

Thomas riu, algo do tipo que diante tal pergunta você se assustaria com tal reação.

— Não acredito que você descobriu!

Arregalei os olhos, minha barriga doeu, meu estômago embrulhou e meu cérebro pareceu se divertir enquanto me causava vertigem.

— Calma, Nicholas! É brincadeira! — Ele revirou os olhos e passou por mim, agora sendo o primeiro da fila, se é que posso chamar duas pessoas andando uma atrás da outra de fila.

— Tenho que desconfiar, né! — justifiquei enquanto me dividia entre andar e coçar minhas pernas. — Hoje em dia o mundo está muito perigoso. — Um silêncio se instalou rapidamente entre nós, porém não durou muito tempo. — Já pensou se você realmente vai me sequestrar e só disse isso para eu achar que não e acabar seguindo com seu plano?

— Bom, você só vai descobrir quando chegarmos! Quer pagar pra ver? E não precisa ser apenas com dinheiro, hein.

— Você é uma pessoa difícil, Thomas!

— Ha... ha — ele debochou, — e você é a pessoa menos complicada que eu conheço! — ironizou.

— Sou um quebra-cabeças! — assumi.

— Você não é um quebra-cabeças, Nicholas... é um destrói-vidas!

— Também não é pra tanto.

Chegamos num terreno plano com gramas que pareciam não ser cortadas há séculos, entretanto, seu verde vivo trazia uma certa vida para aquele lugar. No centro, uma casa grande e abandonada — cujas paredes contavam histórias interessantes sobre toda a sua existência — tornava o lugar ainda mais interessante.

De longe era possível ouvir sons de carros, porém, não se via nenhuma estrada por perto. Se ouvia sons de pássaros, mas não se viam nenhum sobrevoando os céus. Os galhos das árvores ao longe balançavam, entretanto, não se sentia brisa alguma em nossos braços.

O sol parecia jamais ter brilhado durante toda a sua existência até hoje, afinal o suor em nossas testas deduravam as altas temperaturas e mínimas nuvens brancas espalhadas pelo céu azul.

— Achei que íamos numa ruína, não numa casa abandonada. — Eu finalmente comentei sobre a situação.

— Não deixa de ser uma ruína! — Thomas explicou, convicto de sua percepção.

— Para mim uma ruína são aquelas típicas construções antigas de pedra que facilmente nos remetem a uma imagem de castelo em nossas mentes.

— Ambos são construções abandonas, então ainda não vejo diferença alguma... agora para de reclamar e vamos explorar lá dentro!

— Explorar? — perguntei com as sobrancelhas arqueadas. — Explorar? Mas você já não entrou lá antes?

— Não! E antes que pergunte o por quê... eu sempre quis entrar lá dentro, mas nunca tive coragem para entrar sozinho, e também ninguém nunca se mostrou muito interessado nesta aventura.

— Hum, você com medo, Thomas? Onde está toda aquela sua masculinidade, hein?

— Você não vai querer descobrir...

O melhor ano do nosso colegial (Wattpad Edition)Onde histórias criam vida. Descubra agora