— Vamos pra sua casa, quando chegar lá eu explico. — Miguel diz.

Curiosos com o que Miguel tem para nos contar, todos vão em direção aos carros e depois de uma complicada divisão de lugares, estamos a caminho da casa do Ahmar.

— Por que eu sinto que estamos devendo um favor a alguém? — Sunny murmura para Ahmar no banco de trás.

— Aquela bomba não falhou, não é? — Ahmar pede. — Eu conheço algumas bombas e detonadores e a chance que tem de falhar são pequenas, o detonador que o Kaleb usou é de um tipo que o sinal pode ser interceptado, acho que foi isso o que aconteceu.

— Você está certo sobre o detonador e errado sobre estarmos devendo um favor. — Miguel responde.

— Como? Eu posso não estar nessa vida há muito tempo, mas eu conheço as pessoas e elas não fazem esse tipo de merda de graça. — Responde Ahmar.

— Estamos quase chegando, seu pai vai explicar tudo. — Digo, o que faz com que o resto do trajeto até a casa dele seja mais tranquilo.

Assim que chegamos lá, Arthur vai nos receber na porta, ele olha para o Miguel, que balança a cabeça de forma negativa e faz um sinal para ele nos acompanhar até a grande sala.

— Vá ficar com os seus irmãos, não quero você metido nisso, filho. — Ahmar diz.

— Na verdade ele precisa ficar. — Miguel interrompe. — Ele é parte do que aconteceu hoje.

— Parte do ataque do Kaleb? — Sunny pergunta preocupada com o filho, ela anda até Arthur e passa os braços em volta do rapaz. — Meu filho não está…

— Mãe, ele não quer dizer nesse sentido. — Arthur diz, abraçando ela.

— Então, no que…

— Ele foi a pessoa que me entregou o celular, no inicio eu não entendi o que tinha acontecido para a bomba falhar, mas então o telefone tocou e eu me dei conta que o celular que ele me deu era um bloqueador de sinal. — Miguel explica. — E a pessoa que ligou, era quem estava esperando para evitar a explosão.

Ahmar e todos nós olhamos para Arthur chocados com o que esse garoto fez, ele salvou a nossa vida e desconfio que nunca contaria se não fosse pela ligação de quem projetou o bloqueador.

— Explique. — Ahmar manda, com a sua voz de pai.

— Quando você me ligou e pediu pra que eu desse o recado pro Miguel, você me falou o que tinha acontecido no SPA, eu não queria arriscar que quem tivesse tentado matar elas, não fosse tentar de novo. Se nada tivesse acontecido eu pegaria o celular de volta, mas se algo acontecesse… Vocês estariam em segurança.

Sunny está chorando nos braços do filho, enquanto todos olhamos para o garoto que salvou as nossas vidas.

— Quem te deu esse telefone? — Dimitri pergunta.

— Um velho amigo da escola, ele é bom com essas coisas, quando eu parei de ir ele me entregou o telefone e disse que era pro caso de eu estar em perigo. — Admite.

— Foi por isso que ele me ligou, logo depois da explosão. — Miguel conta. — Ele achou que Arthur estava com problemas.

— O que você disse pra ele? — Pergunta Arthur.

— Eu disse que eramos a sua família e que se ele estivesse interessado me ganhar muito dinheiro, a família Petrov estava disposta a contratar ele. — Miguel sorri.

Todos sabemos de quão difícil era a vida do Arthur antes de entrar na nossa família, pelo menos sabemos parte do que esse jovem rapaz passou, mas ele nunca vai nos contar tudo, não sei se para se proteger ou nos proteger das coisas ruins pelas quais passou.

— O que ele disse? — Pergunto.

— Ele estará aqui amanhã de manhã para falar com Dimitri. — Miguel sorri.

— Bom, não queremos perder talentos como os dele. — Fala Allyssa.

Sei que ela não está falando sobre o que o jovem desconhecido pode fazer por nós, mas sim pelo que ele já fez, que foi garantir que nossos filhos cresçam com a presença dos pais em sua vida.

— Agora que tudo foi esclarecido, o que vamos fazer? — Pergunto.

— Esperar Dalilah acordar e garantir que ela saiba que todos a amamos e que tudo vai ficar bem. — Miguel responde.

Não precisa ser nenhum gênio para saber que dessa vez, todos vão escutar sua história do começo ao fim, afinal as vezes uma história parece apenas isso uma história que podemos saber o final a qualquer hora. O que ninguém espera é que a vida as vezes se encarrega de nunca nos permitir saber seu fim.

— Você quer um casamento grande ou pequeno? — Pergunto ao Miguel enquanto ele se prepara para se deitar.

— Qualquer coisa que te deixe feliz, não me importo com esse tipo de coisa diz. — Colocando as calças do pijama.

Por mais disposta feliz e disposta a comemorar o fato de estar viva, nosso dia hoje foi muito cansativo, o que nos leva direto para cama, com a probabilidade alta de fazer sexo ao amanhecer, afinal, quase não vemos o começo de um novo dia.

Assim que Miguel deita e apaga a luz, a porta do nosso quarto é aberta pelo Dimitri, que está com um olhar vidrado.

— O que aconteceu? — Pergunto, dando graças por não estar nua.

— Mamãe acabou de acordar.

Estou antecipando a postagem de amanhã, espero que tenham gostado.

Beijos

Carol...

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Where stories live. Discover now