Sofá.

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Pessoal, o capítulo é um flashback. Há coisas importantes por aqui.

Capítulo dedicado à minha queria amiga, escritora e leitora, ChiChi. Anime-se, querida! Nós adoramos te ver reluzir como um raio de sol.

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Japão, Tokyo. 21:00.





Noite do jantar.

De repente, ele se sentiu incomodado.

Midorikawa prometeu a si mesmo que não faria nada que o comprometesse, por mais que aquela sua mania absurda de resolver as coisas à sua maneira arriscada de ser não pudesse ser controlada. Inclusive, esforçava-se para ser cauteloso depois do início do namoro de Suzuno e principalmente depois dos laços entre ele e Nagumo Haruya terem, surpreendentemente, se fortificado. Porém, o surpreendente – mas inevitável – aconteceu: houve a briga. Houve um Burn aparecendo de supetão naquele jantar que até então mantinha-se tranquilo. Houve o choro, houveram os gritos, houve um ferido. Midorikawa achava que as coisas poderiam manter-se do jeito que estavam; um ignorando outro, e fim. Isso não era de todo bom, mas também não era ruim. Era bem melhor do que ter dois caras se estapeando o tempo inteiro por um motivo que ninguém, até o momento, conhecia. Ao menos dessa maneira eles conseguiam aturar, de fato, todo aquele clima extremamente pesado quando Nagumo e Tatsuya resolviam permanecer no mesmo ambiente.

Mas de repente, tudo pareceu fazer sentido, para o desgosto de alguns e a felicidade parcial de outros. Em um momento, viu-se concentrado em dar fim à confusão que se tornara um baita caos, mas quando as palavras começaram a sair da boca do ruivo sem controle algum, Midorikawa teve de parar. Talvez fosse egoísmo seu. Talvez devesse dar prioridade à um Tatsuya banhado à sangue abaixo de um Burn completamente alterado, mas parou. A prioridade agora chegava aos seus ouvidos por meio de palavras e, ah; tudo se encaixou como um quebra cabeça prestes a formar-se. E lhe assustava, como lhe assustava, lhe assustava tanto quanto lhe surpreendia. Por Deus, não podia negar que desejou DE VERDADE que aquilo tudo não passasse de uma besteira. Bem, quem sabe no início ele não estivesse realmente atrás de uma boa bomba para compartilhar com seus amigos próximos, afinal de contas, ter uma informação tão intensa de dois grandes empresários da cidade nas mãos significava muito. Mas não. Ele via a felicidade de Gazel ao lado de Tatsuya, ele via a satisfação de Gazel tendo Nagumo como amigo ao invés de um mero conhecido. Midorikawa poderia ser mal às vezes, mas seu coração amolecia de uma vez quando se tratava de seus amigos. Não pôde deixar de cessar as investigações sobre tal, até porque Gazel também desejava tanto quanto ele tirar satisfação de toda aquela inimizade sem sentido. Queria que fosse besteira. Queria que tivessem brigado por conta da porcaria de uma borracha furtada ou uma bolsa amarrada na cadeira, coisas de colegiais. Mas infelizmente, chegaram aos seus ouvidos, da boca do próprio Nagumo Haruya, que a coisa era mais séria do que pensava. Isso só o fez confirmar mais ainda de que assuntos envolvendo sentimentos assim doíam bem mais do que os que envolviam tão somente bens materiais.

Talvez porque bens materiais não fazem diferença para a alma.

Não suportou sentir-se impotente depois de tudo. Aquele caos na casa do amigo bagunçara seu peito, e agora ele sentia-se extremamente culpado por tudo. Por que? Ora, se houvesse sido mais cuidadoso... Se ao menos tivesse conseguido descobrir tudo e contado para Gazel, ele não seria obrigado a lidar com tudo daquela forma. Suzuno não merecia. Agora ele estava arrasado, e Midorikawa sabia que parte daquilo era culpa sua. Sentiu-se na necessidade de pegar a moto e tentar resolver o que poderia, afinal de contas, ainda dava tempo, não dava? De ao menos amenizar aquela situação, pelo menos uma parte dela. Então o fez; saiu da casa de Suzuno, deixando-o aos cuidados de Clara Kurakake. Não demorou para que partisse até a casa de Tatsuya Kiyama, recolhendo as informações de endereço com Yagami Reina durante uma ligação enquanto pilotava apressado – imprudente de sua parte, ele bem sabia. -. Reina quis saber o motivo. Ele não lhe contou, mas teve de lhe prometer que em breve ela estaria à par de toda a situação. Só assim conseguiu a confiança da amiga, que lhe explicou cada detalhe rapidamente, mas claro, em troca das informações necessárias, já que aparentemente Reina não sabia de absolutamente nada.

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