Capítulo Três ♡

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Marcelo (1 semana depois)

Eu não teria forças para encarar meus pais, nem a família da Tainá e muito menos ela, me doía o coração, minha consciência estava pesada, mas agora eu não podia fazer nada a respeito, estava muito longe de tudo e de todos, tenho que focar em meus estudos, e quem sabe um dia ela me perdoe, estou na Itália, uma cidade linda e não consigo aproveitar tudo aquilo que o mundo tem a me oferecer, não se passa um dia que eu não bote a cabeça no travesseiro e pensei o tanto que eu sou um idiota.

Durante o tempo que eu estou aqui consegui entrar em contato com minha mãe e minha irmã somente uma vez, elas estavam bastante decepcionadas mas o que me doí mais é meu pai que não quer falar comigo, e o pior que ele tem toda razão, eu nem sei o que falar, nem sei explicar o que eu sinto, sinceramente estou completamente confuso, estou com a Fabíola mas não estou feliz como eu imaginava ficar, percebo cada dia que ela não é o que parecia ser, e isso me faz me arrepender mais e mais. Estava perdido nos meus pensamentos até que o taxista fala comigo.

T A X I S T A

— Signore, fino ad ora non ci hai detto dove stiamo andando! (senhor, até agora você não falou a onde vamos)

M A R C E L O

— Andiamo all'esercito. (vamos para o exército)

Tinha que resolver umas papeladas sobre meus estudos, como eu estava tentando ser um policial meu centro de estudos e comandos foi para lá...

Tainá

Essa foi a semana mais difícil da minha vida, o tempo parecia não querer passar. Eu estava arrumando minhas coisas, não queria ficar muito tempo naquele apartamento onde só me trás lembranças dele, eu tenho até segunda feira para esvazia o apartamento e resolvi começar pelo guarda roupa, eu abri e dei de cara com as coisas dele, as roupas dele ainda tinham seu cheiro só de sentir esse cheiro meu estômago embrulhou, peguei uma caixa colocando na maior agressividade possível suas coisas dentro. Terminei e fui arrumar as minhas, olhei para dentro e percebi que todas aquelas roupas só me traziam lembras, decidi doar todas, não queria nenhuma daquelas roupas.

No final do dia tudo já estava arrumado, eu não sabia o que fazer com as coisas do Marcelo, não sabia se doava junto com as minhas ou entregava para a família dele, no final tomei a decisão de entregar, não vou doar algo que não me pertence. Tomei um banho para relaxar e fui arrumar algo para comer, depois que eu jantei fui procurar algo para assistir, não queria assistir nada que envolva drama, de drama já basta minha vida, coloquei um filme para assistir mas acabei dormindo no sofá. No dia seguinte acordei com a Luana na minha cozinha derrubando tudo, levantei e fui em direção a cozinha.

T A I N Á

— O que você tá fazendo sua maluca?

L U A N A

— Desculpa Thay, eu tava fazendo alguma coisa para você comer, não queria te acordar.

T A I N Á

— Lua minha menstruação tá atrasada. -digo me sentando na cadeira.

L U A N A

— Meu Deus, a gente tem que fazer o exame, reza muito para dar negativo Tainá! -ela fala passando a mão no rosto em sinal de preocupação.
— Vamos na farmácia agora!

Ela saiu me arrastando até a farmácia, eu não queria ir,estava com muito medo, algo estava me dizendo que eu estava fudida, chegando lá ela comprou um teste de farmácia, voltamos para casa correndo, eu estava muito nervosa. Entrei no banheiro e olhei as instruções, fiz de acordo com que falaram, lá dizia que teria que espera o tempo estimado em 5 minutos, e parece que o tempo me odeia, os minutos pareciam horas, já estava suando frio, depois de um certos minutos olho pro teste e vejo uma segunda linha aparecendo.

Desabei em lágrimas, não consegui conter o choro, acho que a Luana se assustou e acabou entrando no banheiro.

L U A N A

— Não fala para mim que deu positivos. -ela passou a mão no rosto em forma de desespero.

T A I N Á

— Deu Luana, essa porra deu positiva! -sentei no chão do banheiro e comecei a pensar numa solução
— Não vai ter outra opção Luana, eu vou falar para nossos pais e vou ter meu filho e vida que segue.

L U A N A

— Você não vai procurar o pai do neném não? Ele precisa te ajudar é uma obrigação.

T A I N Á

— Não Luana, ele quis seguir a vida dele, eu não fazia parte dos seus planos, não quero que nem a família dele saiba e muito menos ele.

L U A N A

— Tainá isso é muita responsabilidade, sua vida nunca mais vai ser a mesma, você não acha melhor tentar entrar em contato com ele?

T A I N Á

— Não Luana, eu não preciso dele, eu vou criar meu filho sozinha, não há necessidade da presença dele na nossa vida.

L U A N A

— Não tá mais aqui quem falou. -ela diz me ajudando a levantar do chão.

T A I N Á

— Vamos para a casa do nossos pais, preciso de uma estrutura chamada mãe.

E foi isso que fizemos, chegando lá eu fui curta e grossa, minha mãe me olhava chocada, logo depois eu vi algumas lágrimas descendo do seu rosto, não sabia se ela chorava de alegria ou tristeza, isso me deixou muito aflita, mas logo depois ela abriu um sorriso me deixando mais tranquila, com o meu pai não foi diferente, ambos tiveram quase a mesma reação, a diferença é que não houve lágrimas da parte do meu pai, minha mãe me ofereceu tudo o que eu mas precisava, carinho materno e consolo...

[•••]

No final desse dia eu decidi terminar de esvazia o apartamento para por a venda, e depois de algumas horas o apartamento está quase vazio, pego as últimas caixas que são as minhas roupas que vou levar para a doação, e as roupas do Marcelo que vou devolver. Pego um jornal que foi deixado de baixo da porta e advinha quem eu vejo com capa largada na frente da igreja, o meu sangue ferve, vou até a caixa de roupas dele, pego uma tesoura e começo a cortar tudo, o celular que ele deixou aqui em casa, taco uma 30 vezes no chão para ter certeza que o celular não vai prestar.

T A I N Á

— Agora sim eu posso devolver suas coisas.

Boto tudo no meu carro e vou em direção a casa da Heloísa.

T A I N Á

— Oi, quando a Heloísa chegar fala para ela que a Tainá veio aqui deixar as coisas do Marcelo. -entrego para ele algumas caixas, não conseguia conter meus risos.

P O R T E I R O

— Tudo bem, quando ela chegar do trabalho eu entrego.

Eu não conseguia parar de rir, enfim um pouco de diversão não é mesmo, acho que a alma da Luana me possuiu só pode, isso é muito a cara dela...

Uma Rota Para Felicidade Where stories live. Discover now