7 - Nascidos no sangue

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As luzes se acenderam quando a tempestade parou. E o caos ficou. Sangue, sangue, sangue, só o que John via. Ele estava paralisado, inerte de ver todo aquele sangue em suas mãos, corpo, rosto e apenas ele vivo do massacre que aconteceu naquela sala. Duas mulheres, enfermeiras, morta por algo, ou alguém. E John o único sobrevivente, principal suspeito!

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O que aconteceu aqui? – O Dr. Paul aparece atrás de John. Paul olha assustado pelo corredor com luzes piscando e vê uma figura ajoelhada com sangues cobertas em seu corpo. Até saber quem é a pessoa ali prostrada, Paul olha em volta e percebe o quanto de sangue se encontrava em uma única porta. Rastros de sangue marcando o local mas sem corpo algum. Imaginou ele que a pessoa prostrada esteja sangrando, chegando-o perto de um certo alguém, a pessoa se mexe e levanta o olhar. Entre uma piscada de luzes e outra, Paul recua os passos e sente um olhar muito macabro. A figura levanta o corpo e dar os primeiros passos em frente ao Paul que continua a recuar indo em direção a escada de emergência. Quando as luzes finalmente param e fixam brilhando o local, Paul consegue identificar o sujeito.

– John?? – Paul pergunta com uma interrogação em sua mente. E com mais dúvidas ainda ao ver tanto sangue, sem corpo. – Você está bem? Está machucado? – John não responde, apenas com o olhar fixo estranhamente para Paul continua indo em sua direção. Paul como amigo de John de muitos anos para e olha fixamente ao olhar sombrio dele. – O que está acontecendo? Por que você está me olhando desse jeito, John? – O pergunta. – O que aconteceu aqui? – Paul se pergunta.

John avança! Grita e com suas mãos fortes agarra o pescoço de Paul tentando fincar as unhas nele. Com o olhar sombrio de ódio, dentes cerrados de raiva e rungindo feito um lobo, ele se joga em cima de Paul e Paul lhe dar um empurrão brusco fazendo John bater sua cabeça na parede e desmaiar.

– John!!! John! – Paul grita sacudindo o seu amigo e sem entender o que aconteceu naquele corredor. – Não é possível! Será que essa lenda é verdade? – Paul questiona. 

– Com muita tristeza remeto ao inesperado em encontrar o meu amigo naquela situação. Sentado no chão na penumbra da noite, reparo o seu corpo ensanguentado, no qual me aproximo para analisar. Vejo que suas vestes estão manchadas de sangue, mas não é o seu sangue e de quem seria?! – pergunto-me enquanto tento acordá-lo.

– John! John! Levante-se precisamos sair daqui AGORA!

John se mexe sentado no chão, abre os olhos piscando duas vezes. Com sua braveza e força de vontade, acorda e dar um salto e com impulso de seus braços se levanta. 

– John meu amigo, o que houve aqui? – Pergunta enquanto tenta ajudar a me levantar.

– Não sei. – Falo secamente tendo que mentir. Como vou explicar ao meu amigo que algo não humano passou por aqui e massacrou essas mulheres?!

Nesse intérim chama pelo nome de sua mulher; – Rose.

– Rose está com dificuldades para ter os bebês. Preciso que você venha comigo para o quarto, para ajudá-la com isso, John, John. – Olho em seus olhos e enxergo uma escuridão neles. Percebo que algo nele o mudou essa noite, com todas aquelas vestes ensanguentadas, sangue pelo corredor, luzes piscando e uma vasta escuridão atravessando os seus olhos, a algo de errado e ficar mais um momento ali pode ser perigoso.

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– NÃO!! – Rose com gritos e gemidos tenta em grande pavor dar à luz a seus gêmeos. – John! – Chama por seu marido o qual não aparece para socorrê-la. Ao olhar para os lados da sala de emergência, se assusta ao ver enfermeiros tostados pelos raios que romperam a sala queimando tudo que se viu pela frente. Desmaia logo em seguida, com a queda do seu oxigênio e ali permanece os gêmeos dentro de si.

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           Com dificuldade consigo subir as escadas com John apoiado em meu ombro, já que os elevadores quebraram misteriosamente. Nesse momento paramos no saguão uns degraus abaixo da sala de emergência, onde se encontra Rose e escuto uns sussurros apagados nos lábios de John, abaixo a cabeça aproximando-me de sua boca e ouço-o chamar por Rose mais uma vez.

– Calma amigo, falta só mais alguns degraus, iremos agora até sua esposa.

– Gêmeos. Ela está morrendo. – Sussurra bem perto de mim.

– Ninguém vai morrer aqui. Seus filhos sairão vivos daqui.

           Depois de abrir a porta e chegar finalmente no corredor desabo com John no chão para recuperar o fôlego. Alguns segundos depois, John com dificuldade se apoia na parede e começa a se levantar.

– Calma John, sua esposa está com um dos melhores enfermeiros, já terminando a faculdade de Medicina para se tornar médico, está cuidando direitinho de sua espo... (John não deixando Paul terminar de falar e diz em alto e bom som: – Os bebês nasceram!

Paro me assustando com o ocorrido sabendo que não ouvi nada no corredor onde nos escontramos longe da sala de emergência. Levanto-me as pressas e corro até John parado na porta onde sua esposa se encontra sem esboçar mais nenhum movimento e daí chegando mais perto dele, abro a porta larga e entramos.

            Foi um grande choque para mim, ver os quatro enfermeiros; mortos junto com Caleb tostados como se um raio atravessasse o teto da sala e atingisse todos eles. Sabendo eu, vendo naquele momento que o teto estava intacto, não teria como o raio atravessar sem haver estragos no teto. John entra em seguida vagarosamente ficando em frente a cama de Rose e olha suas pernas arreganhadas com uma poça enorme de sangue em forma de coração com os gêmeos um em frente ao outro com as mãos entrelaçadas e Rose pálida; morta.

           Em estado de choque com aquela cena não esboço reação por alguns segundos e – Arrgh – um gemido alto e forte de Rose levantando seu corpo como se tivesse voltado à vida. Nossos olhos se arregalam surpresos ao ver Rose voltar a viver. Voltamos a olhar para os bebês que com a volta de Rose, seus corações começam a bater.

– Nascidos no sangue. – Escuto John pronunciar delicadamente.

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Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 25, 2020 ⏰

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