2 - Gravidez

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Depois que Rose e John chegaram em sua casa do pré natal de sua esposa. Eles contaram imediatamente para seus pais, amigos sobre a gravidez. A notícia sobre eles foi se espalhando por toda pacata cidade e seu casamento ainda mais forte.

*2 meses depois*

Rose

Corro para o banheiro, me ajoelho perto do vaso e com a tampa aberta não penso duas vezes, sinto o vômito sair novamente.

– Arrgh! – me levanto e vou lavar meu rosto. – Não acredito que isso ainda não acabou. – digo a mim mesma em voz alta.

– O que foi querida? O que não acabou? – A mãe de John chega no quarto.

– Oi Betty, continuo vomitando, enjoando, e sinto meu corpo mais fraco do que o normal. Não entendo...

– Você está fazendo tudo que o Dr. Paul lhe pediu? Seguindo os procedimentos?

– Sim. E até demais. Estou estranhando o porquê eu ainda me sentir tão desconfortável.

– Como assim querida? – Diz a senhora Norton, que se senta na beirada da cama do casal.

– Como se tivesse outra coisa aqui dentro. Sabe? – Rose senta ao seu lado.

– Não sei. Você já contou ao John? – A senhora põe-lhe uma dúvida.

– Não. – Rose é direta.

– Desde quando isso acontece contigo?

– Desde do primeiro mês. – Rose diz olhando para a porta do quarto sentindo um desconforto no coração.

– Minha filha olhe, conte ao John; pois ele provavelmente vai se sentir traído por você não ter dito nada. Ele pode até te ajudar melhor. Ficar mais tempo com você e garantir a proteção que vocês merecem.

– Vou conversar com ele sim... Obrigada por estar aqui Betty. Sinto falta de nossas conversas.  – Diz Rose saindo do seu quarto. – Ah! Não diz nada para os meus pais, se não eles morrerão de ciúmes. – Rose pisca.

Depois que Rose sai do quarto, a Betty fica um tempo pensando nas palavras que Rose a tenha falado. Ela continua parada olhando para a porta e baixa a cabeça contra o peito e diz em voz alta:

– Espero que não seja o que estou pensando... – Sua expressão depois da saída de Rose era de alegria para tristeza profunda.

John

Chego em casa depois de um dia inteiro de trabalho árduo naquele escritório. Fazer as coisas para o Sr. Clinton, pagar contas da empresa, aumentar salário e ainda fazer inúmeras contas todos os dias é algo muito cansativo. Assim que estaciono o carro, vejo minha linda esposa com aquela barriguinha saliente do nosso bebê e fico admirado em ver que casei com uma mulher maravilhosa. Na verdade tenho duas. Minha querida mãe e minha esposa. Sou um homem muito sortudo e mais feliz de tudo.

– Oi amor! – Beijo carinhosamente os lábios de minha esposa. – Oi mãe! – Beijo seu rosto.

– Oi filho! – Betty diz olhando para Rose e Rose olhando para ela. Se retira e vai para o quarto.

– O que houve? – Eu olho para as duas e volto com o olhar sério preocupado para Rose.

– Nada amor. Como foi seu dia? – Ela pergunta tentando mudar de assunto.

– Foi cansativo como sempre. Mas o que houve que eu vi trocas de olhares de vocês duas. Aconteceu alguma coisa com você ou com o bebê? – Pergunto preocupado.

– Nada demais. Só uma dúvida.

– Que dúvida? Fala logo Rose, eu não gosto de arrodeio. 

– Senta que te falo.

– Okay. – Me sento com um aperto no coração.

– Liguei para o Dr. Paul hoje a tarde dizendo a ele sobre um desconforto no meu ventre. Ele disse que pode ser normal já que é a minha primeira vez grávida. Mas eu disse a ele que parece ser mais que isso. Como você não estava em casa, preferi você chegar para podermos conversar sobre isso e você me levar nele amanhã de manhã para fazer uma nova ultrassom e descobrir o que há de errado com o bebê. Estou preocupada sabe...

– *Suspiro triste* – Não deve ser nada de ruim amor. – Me aproximo dela e a abraço forte e beijo sua testa. – Te amo e claro que irei sim com você. Até vou avisar ao Sr. Clinton que chegarei um pouco mais tarde no trabalho. Quero ver o que realmente é para não ficar preocupado lá sem saber do que se trata.

– Obrigada amor! – Diz Rose aconchegada em meus braços.

– Agora vou tomar banho e jantar. Estou faminto. – Digo me retirando.

John sai e Rose fica na cozinha alisando sua barriga com o ar de preocupação.

[Dia seguinte]

John e Rose acordaram e tomaram seu café da manhã junto com Mariah, mãe de John. Eles terminam e vão em direção ao carro para irem para o hospital de Mafra, pequeno na cidade pacata para a tão esperada consulta que Rose marcou para descobrir se a algo de errado com o seu bebê. Mariah permanece na mesa ainda tomando o seu café esperando ansiosa pela notícia. Preocupada ela com essa gravidez estranha de Rose, ela continua a esperar por qualquer notícia que o filho prometeu liga-la para não a deixar muito ansiosa.

– Olá Dr. - Diz Rose para o Paul.

– Rose, já falamos que não precisa de tanta formalidade.

– Aah Paul, mil desculpas. Eu realmente estou tão acostumada em te chamar assim desde que você se formou em medicina. Acho que todos nós da turma 7 esperávamos que você, pelo menos você tivesse uma graduação. 

– Bom, graças também a oportunidade que eu tive em ganhar aquele concurso para ir a Espanha e estudar por lá. Meu espanhol é ruim demais, mas pelo menos eu aprendi bastante e tenho o maior prazer em trazer um hospital para um lugar que é muito excluído do mundo. Espero que um dia essa cidade decole.

– Todos nós esperamos. – Disse Rose. – Vamos logo saber o que houve com meu bebê?

– Claro! – Diz Dr. Paul. – Me acompanhe... Cadê o John?

– Ah ele está procurando um lugar no estacionamento. 

– O lugar nem é tão grande assim e só tem eu de médico com carro. – Diz Dr. Paul rindo.

– Está tudo bem conosco. Vamos entrando e adiantando, que ele nos acompanhe depois.

John

Estou aqui eu parado nesse estacionamento enrolando, enrolando, e não saio desse carro com medo do que eu possa ver naquele ultrassom. O estranho é ver Rose tão calma com a situação que começo a perceber que ela é mais paciente do que eu. Além de uma mulher confiante já que ela que carrega nosso filho e não aparenta ter tanto medo assim. Saio do carro e entro sem parar para voltar e desistir e vou direto a sala que minha esposa se encontra. Não digo uma só palavra e vejo minha esposa deitada na maca, olhando para tela e vendo meu filho ou filha ali já com os bracinhos e pernas bem pequenas ainda, mas que vemos com toda a clareza de sua existência sem a aparência que algo está errado. Olho os olhos dela brilhando, chorando de felicidade. Entrelaço meus dedos na sua com força mostrando a ela todo o meu apoio. Paul fica admirado com tudo aquilo. Ele sempre brincou com nós dois em nossa juventude que iríamos nos casar e acabarmos juntos com filhos. Disse que eramos o par perfeito, e olhe que ele tem razão. Depois de parecer que estava em transe com meus pensamentos, Paul olha assustado para mim e Rose também. Saio de meus pensamentos quando olho para a tela e vejo o tal incômodo que Rose falava ontem, mas não sei bem se seria incômodo ou surpresa. Outro.

– Parabéns!! Vocês vão ter gêmeos. Um menino e uma menina. – Diz Paul olhando para a tela.

Olho para Rose e tento sorrir mas não consigo. Fico em estado de choque pois sempre acreditamos que para ter gêmeos, alguém de nossa família teria gêmeos, mas como isso é possível se nem na minha família e nem da Rose tem irmão gêmeo? Tanto de ancestrais quanto dos que estão vivos hoje. 


***


15/06/2018



Manchas de SangueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora