5 - Desespero

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Rose 

Acordei cedo hoje e sinceramente não estou a fim de sair para canto nenhum. Estou cansada e carregar essa barriga com dois bebês é muito exaustivo. Claro, é um prazer carregar meus filhos, amados antes de nascer, mas estou cansada e sinto minhas energias exaurindo aos poucos e olhe que, como direito todos os dias, faço alguns exercícios físicos especial para grávidas, presto atenção e faço tudo que o Dr. Paul recomenda, durmo bem, acordo cedo, como todos os dias nos horários certo e ainda assim me sinto fraca, meu físico está magro, olheiras fundas, me sinto tonta, e só de me olhar no espelho do banheiro vendo minha fisionomia horrenda vejo que estou parecendo um defunto. Não sei para onde estão indo minhas forças, só sei que não me sinto bem. 

Rose vai tomar seu café da manhã e desce as escadas um pouco tonta, chegando a metade da escada, ela desmaia e sai rolando escada abaixo. 

John acorda escutando um barulho e sai do quarto rapidamente e vê sua esposa caída no chão. Desce correndo gritando por ela e ela não o responde. Imediatamente ele liga para o hospital que Dr. Paul trabalha e o SAMU a leva para o hospital. John fala para sua mãe o que houve a acordando e pede para ela ficar em casa para receber as ligações e avisar a mãe de Rose, Marta.

Depois da chegada do SAMU, Rose foi levada para o hospital e John a acompanha com seu carro. Assim que John ainda se encontra atrás do SAMU, ele leva um susto por ainda estar de pijama e não ter lavado o rosto a tempo. 

John

– Não tem como de fato eu pensar ainda me arrumar para levar minha esposa desmaiada, fraca e grávida de gêmeos. Espero que nada de grave tenha acontecido com ela e nem com os bebês. – John pensa.

Assim que chegaram no hospital, o Dr. Paul foi recebê-los e pediu para os enfermeiros a levarem para a sala de monitoramento. 

– Dr. por favor, veja o que está acontecendo com Rose e os bebês. – John implora.

– Calma John, ela está em boas mãos. – Logo em seguida o Dr. Paul entra na sala para descobrir o que houve com Rose e se está tudo bem com ela e os bebês.

Duas horas depois o Dr. Paul sai da sala com a fisionomia tranquila e chega a John e diz que os bebês estão bem e que Rose apenas desmaiou por que ela está fraca fisicamente.

– Fraca? Como assim? Ela sempre está se alimentando bem, tanto ela quanto os bebês e ainda por cima faz tudo que você pediu para se manter saudável. Tudo isso não está servindo de nada? – John gesticula e arregala os olhos.

– Realmente eu não sei o que dizer John. Eu não entendo o que está acontecendo com ela, mas tenho uma suposição. – Dr. Paul diz preocupado.

– Qual suposição?

– Que os filhos dela estão a rejeitando. – Dr. Paul responde triste.

– O que? – John se assusta. – Como assim rejeitando? 

– Eu não sei o que está havendo, mas precisamos analisá-la melhor.

– Em quanto tempo ela precisa ficar aqui hoje para você poder fazer isso? 

– Não hoje. A semana inteira. – Dr. Paul diz. – Ela precisa ficar a semana inteira e daí faremos uma série de exames para ver o que há de errado com os bebês.

– Semana inteira?! Talvez não estarei aqui o restante da semana... – John sussurra. – Posso falar com ela pelo menos?

– Pode. Na verdade ela ainda está de olhos fechados. A fraqueza dela é grande. Mas posso acordá-la e você fala com ela. Vamos?

– Está tão mal assim? – John pergunta com o coração apertado enquanto andavam até a sala.

– Está John. Mas se você precisar viajar à trabalho, não se preocupe que ela está em boas mãos, vocês sabem disso.

– Claro Paul, você é meu melhor amigo desde o colegial, amigo de Rose também; já faz parte de minha família e o melhor médico da cidade, achas ainda que vou duvidar de sua capacidade? – John diz.

– Obrigado meu amigo! Não sabia que era tão querido assim por vocês. Vocês são minha família também e farei o possível e impossível para descobrir e amenizar o problema. 

Assim que os dois chegaram à sala de monitoramento que Rose se encontrava, John começa a chorar pois não imaginava que Rose estava tão debilitada. Sua aparência estava esquelética, mais pálida que o normal, seus olhos fundos de olheiras, seu corpo mais magro do que de costume, sua boca branca perdendo a cor natural deles. Paul vê a reação de John e tenta segurar as lágrimas para poder ser mais forte que John e mostrar a ele toda a confiança que ele precisa ter nele em resolver o problema de Rose.

O Dr. Paul a acorda injetando um medicamento Lanexat. John olha e o questiona.

– Paul por que esse medicamento tão forte para acordá-la? – John pergunta parando de chorar.

– Porque ela precisa justamente desse forte para ficar o tempo necessário com você. 

– Amor? – John olha para Rose que o corresponde bem fraca. – Você pode falar comigo agora? – John chega mais perto do seu ouvido.

– Posso sim John.. – Diz Rose um pouco.

– Queria primeiro saber, o que houve com vocês?

– Não sei exatamente. – Diz Rose abrindo mais os lábios. – Só sei que, me deparei com o meu estado físico no espelho do banheiro que fica em nosso quarto e depois fui em direção as escadas, descer para tomar café quando fiquei muito tonta na metade da escada e apenas vi meus olhos embaçados, um clarão estranho passou em minha visão e desmaiei. Não senti, não vi e muito menos ouvi quando isso aconteceu. Como vim parar aqui? – Ela diz um pouco atônita.

– Eu escutei o barulho de algo caindo e saí correndo do quarto para ver o que era. Fiquei muito assustado quando a vi desmaiada no chão e imaginei que tinha caído da escada. Acordei minha mãe e chamei a ambulância e foi o tempo que tive para vir aqui com você e Paul já tentar resolver o problema. 

– Está tudo bem com meus bebês? – Ela pergunta preocupada.

– Está sim. – Diz Dr. Paul sorrindo. 

– Que bom! – Ela fica feliz. – Amor? 

– Diga. – Diz John.

– Minha mãe sabe o que houve? 

– Deve estar sabendo já. Deixei minha mãe em casa para contá-la. 

– Quando poderei sair daqui e falar com ela? – Rose olha para o Dr.

– Na verdade como falei com John, você ficará aqui por uma semana para fazer uns exames e descobrirmos o que está havendo com você. – Dr. Paul diz sem dizer a ela que os bebês possivelmente está a rejeitando.

– Tudo bem. 

– Rose! Preciso falar com você. Sobre...

– Já sei amor. Pode ir começar a gerenciar a empresa em New York. – Ela diz feliz.

– Mas amor, não vou te abandonar aqui. Agora mesmo você precisa muito de mim.

– Não se preocupe. Eu tenho sua mãe aqui, minha mãe, a Meg, o Dr. Paul, ficarei em boas mãos. Quero que você não decepcione seu chefe e seja aqui que sei que você é; líder. Lidere-os e sempre respeite os liderados também. Eles são importantes. – Rose diz ainda fraca nas palavras, mas o encorajando.

– Tudo bem amor. Mas ligarei para todos para saber como você está. E a visitarei o mais breve possível. Melhore e venha morar comigo o mais rápido que você puder. – John fica triste, mas a consola.

– Ficarei sim. Saiba que te amo com todas as minhas forças. Nós te amamos na verdade! – Ela diz tocando na barriga. 

– Também te amo com todas as minhas forças. Também os amo! – Ele diz colocando a mão sobre a mão dela.

Acaba o efeito da droga e Rose volta a dormir. John sai da sala junto com o Paul e ambos vão conversar nos corredores.


***

Manchas de SangueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora