Capítulo 27

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Assim que Pedro despertou, Amália e Ramon foram depressa para junto do rapaz, ansiosos, e ouviram que tinha dado tudo certo, e que Renato havia levado o doutor Ernesto.

O trio passou a discutir como iriam agir. Tentariam localizar o paradeiro de Ernesto. Renato era homem de muitas posses e, ademais, podia alugar qualquer casebre para usar de cativeiro. Sendo poucas as opções, decidiram pesquisar na internet e redes sociais. Amália encontrou postagens com imagens de Renato no centro de Porto Alegre, cuja data atribuída era justamente o dia anterior. Antes que ela pudesse levantar o questionamento Pedro se antecipou, dizendo que só podia ser um álibi, o que reforçava mais ainda a possibilidade de sequestro. As buscas continuaram e, de tanto fuçar, descobriram uma casa de campo, próxima à Criciúma, e uma bela casa de praia em Dunas do Sul.

– Será que ele está num desses lugares? – Cogitou Pedro.

– É o que temos, né. – Disse Ramon. – Mas, e aí? Vamos lá perguntar se eles têm algum refém?

– Temos que pensar: como chegamos no doutor, minimizando as chances de erro? – Ponderou Amália. – Não podemos fazer campana em todos os imóveis, nem nos limitar à internet. O Renato não seria burro de ficar divulgando os próprios movimentos e fazendo selfie com a vítima.

– Certo, Amália. – Concordou Pedro. – O Renato esteve aqui, está diretamente ligado ao fato. Levaram a mini Katetiras. Eu acredito que ele esteja cobrando ao doutor, querendo saber o real estágio da pesquisa e como funciona o equipamento. Deve estar orbitando o Dr. Ernesto. Então, acho que devemos monitorá-lo e, em breve, saberemos onde está o chefe.

Amália e Ramon concordaram, e voltaram às pesquisas.

– Achei algo, aqui. – Anunciou Amália. – É um arquivo meio antigo, um convite para uma palestra. Renato é um dos palestrantes, mas... o evento é no mês que vem.

– Vamos continuar, acho que é o caminho. – Incentivou Pedro.

– Não sei. – Interveio Ramon. – Acho que não vamos encontrar muita coisa. Quanto mais buscamos, parece que menos precisos são os retornos.

– Daí ficamos sem opções. – Lamentou Amália.

– Como disse o Pedro, Renato deve estar rondando o cativeiro. – Ponderava Ramon. – Sugiro irmos imediatamente montar campana na porta da casa do Renato, em Criciúma. – Hora ou outra ele vai chegar ou sair de lá. Então, grudamos no calcanhar dele.

– Pode ser isso, mas... temos que descobrir... – Pedro não concluiu o pensamento. Ramon apresentou, na tela do celular, uma imagem da mansão, com endereço e rota. Combinaram que Amália ficaria em Uruans, em casa, para qualquer eventualidade. Pedro e Ramon fariam a campana. Eles foram no carro de Ramon até Criciúma e, com muita cautela, se posicionaram cerca de cem metros da entrada da mansão, num pondo onde havia outros carros estacionados, para não chamar atenção. Naquela distância, uma projeção para o interior da mansão era inviável.

Passaram-se horas sem que algo acontecesse. A noite se aproximava e os dois, cansados, já admitiam a derrota. Decidiram ficar um pouco mais. Amália, também impaciente, queria notícias. Eles quase perderam o momento em que uma camioneta de cor escura veio do outro extremo da rua, deu seta e entrou pelo portão. O veículo estava bastante sujo, parecia ter enfrentado um atoleiro. Os dois rapazes pesquisaram as condições de acesso nas praias próximas. Quase todas tinham acesso asfaltado ou, senão, em boas condições. Porém, o clima chuvoso castigava o acesso para duas praias, uma delas, Dunas do Sul. Ambos concordaram que o indício era forte, embora insuficiente.

– O que a gente faz? – Perguntou Ramon.

– Vamos continuar, porque, se for o Renato, ele pode sair a qualquer momento. Mas precisamos comer.

KatetirasWhere stories live. Discover now