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Emily’s POV

Acordei a meio da noite, não por ter tido um pesadelo mas sim por sentir o meu telemóvel a vibrar. Olhei à minha volta e encontrava-me no quarto de Luke, e estava sozinha na cama. Bem, o Luke deve ter-me trazido para aqui, visto que adormeci nos braços dele enquanto estávamos no sofá. Olhei para o relógio e eram 3:00 da manhã. Mas quem é o inteligente que me está a ligar a esta hora? Atendi sem ligar ao nome que aparecia no ecrã do telemóvel.

-Juro que se é a Ash, ou o namorado ou um dos amigos que amanhã estão feitos!- disse assim que atendi o telemóvel.

-Emily, querida, sou eu.- respondeu. Oh merda, aquela voz!

-Mãe?!- perguntei surpreendida.- Estás a chorar?

-Não, estou só constipada.-Respondeu.

-Não me mintas, o que se passa?

-Nada.

-Então por que me ligaste?- inquiri.

Silêncio, foi tudo o que consegui obter.

-Mãe?- chamei.

-Desculpa.- pediu.

Ouvi alguém chamar por ela.

-Estás acompanhada?- perguntei desconfiada.

-É só o teu tio que me veio buscar ao aeroporto, eu tive que voltar para Portugal.- respondeu-me.

O meu tio? Impossível! Ele está a viver em França! Ela está a esconder-me algo, eu sei que sim.

-O tio? Mãe, ele está em França.

-Ele veio cá de férias, e veio buscar-me ao aeroporto só isso.

-Ok, tudo bem.- cedi, embora aquela história não me parecesse verdade.

-Tenho que ir, falamos um dia destes. Amo-te muito, não te esqueças disso filha e sê feliz.

-Credo mãe, parece que te estás a despedir.

-Nunca se sabe o dia de amanhã Emily. Amo-te.

Eu ia para responder quando comecei a ouvir o barulho irritante que indicava que ela tinha desligado a chamada. Boa! Está a escapar-me algo, mas eu não sei o quê.

Pousei o telemóvel na mesa-de-cabeceira e tentei dormir outra vez. Fechei os olhos mas a única coisa que me vinha à cabeça era uma imagem da minha mãe cheia de sangue, e com bastantes ferimentos e nódoas negras.

Virei-me vezes sem conta naquela cama, abri e fechei os olhos repetidamente para ver se aquela imagem desaparecia da minha mente, mas cada vez que o fazia ela ficava mais nítida.

Mas que merda é esta? Por que é que me veio aquela imagem à cabeça? Talvez seja só preocupação. Sim, eu não me preocupo com ninguém, mas ouvir a minha mãe, meio que a despedir-se de mim, causou-me um aperto no coração e um nó na garganta.  Eu não estou habituada a esta sensação, fodasse que merda!

O tempo parecia não passar, olhei para o relógio e este marcava 4:00. Merda, já estou nisto à séculos.

Levantei-me, reparei que estava vestida com uma t-shirt do Luke. Mas? Anh? T-shirt do Luke? Aquele TARADO TROCOU-ME DE ROUPA!  Quando ele acordar já vai ver como elas lhe mordem.

Fui até à casa de banho, enchi a banheira de água e sem me preocupar com o facto de estar vestida, fui para dentro da banheira na tentativa de acalmar os meus demónios e afastar aquela imagem. A água quente em contacto com a minha pele ( e com as roupas do luke) relaxava-me os músculos. Fechei os olhos e deixei-me levar pela sensação de descontracção que aquele banho me estava a proporcionar. Mas é claro, que tinha que vir alguém estragar com o paraíso.

DarknessWhere stories live. Discover now