Capítulo 15 - Nossa Morada

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Acho que postarei diariamente, já que provavelmente voltaremos para a clandestinidade depois dessas eleições :) #RindoPraNãoChorar

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Luccino colocava rápido sua farda, pois cada segundo contava. Otávio disse que havia uma criança perdida na floresta e ele tinha lhe chamado para as buscas. O italiano já tinha se perdido uma vez quando era mais novo e ele sabia como era assustador estar sozinho sem saber aonde estava.

-Tem certeza que não precisa de mais soldados, major? – Luccino chegava no pátio e ouviu o questionamento de Randolfo ao major.

-Creio que não será necessário. – respondeu Otávio com uma voz tranquila. – Pricelli me disse que conhece bem a região, então acredito que até a hora do almoço estejamos aqui.

-Pronto, Major Otávio. – Luccino se mostrou presente e ficou em posição em sentido.

Randolfo viu Luccino, que claramente se segurava para não sorrir, e Major Otávio, que mexia os bigodes de maneira suspeita, mas nada disse. Ele tinha que estar feliz pelo seu amigo finalmente estar se entendendo com o seu major.

Luccino e Otávio subiram em seus cavalos e saíram do quartel. Eles galopavam rápido, talvez porque Otávio, sem dizer nada para seu soldado, começou uma pequena corrida, e Luccino aceitou o desafio. Era lindo ver o sorriso nos lábios de Otávio, principalmente porque ele não tentava esconder nada; era um sorriso de plena alegria, sem reservas. Luccino tinha que aprender a admirar a Otávio e olhar para onde ia, pois eles se perdia em alguns segundos ao ver aquele sorriso tão...apaixonante.

A medida que Otávio ia diminuindo a velocidade, Luccino entendeu que era ali onde o menino poderia estar. Mas ele se surpreendeu ao perceber que estava em uma área densa da floresta, onde nem ele mesmo sabia onde estava, e ele já tinha perambulado com Mariana várias vezes por aquelas bandas. Otávio desceu do cavalo e o amarrou em uma árvore, Luccino fazendo o mesmo.

Antes mesmo que Luccino lhe perguntasse para onde eles iriam, Otávio se aproximou, segurou-o pela cintura e lhe beijou. Era um beijo intenso, onde Otávio comandava, puxando o lábio superior do soldado e apertando sua nuca. Luccino correspondeu, colocando suas mãos nas bochechas de Otávio e fundindo mais seus lábios, aproveitando o sabor arrebatador do major.

Se não fosse pelo fato idiota de que eles precisavam respirar, ambos não teriam parado aquele beijo. Eles recuperaram o fôlego, dando alguns selinhos, Luccino mordiscando o pescoço de Otávio, e finalmente ele entendeu. O italiano estreitou os olhos e perguntou para seu major:

-Não há criança alguma, não é, Otávio?

Otávio levantou as mãos e deu um sorriso culpado, e Luccino quis fazer um discurso sobre como era errado brincar com esse tipo de situação, mas ele deixaria para mais tarde, pois tinha outras coisas para pergunta-lo.

-Mas porque me trouxe aqui, então? – perguntou Luccino, olhando ao redor. Ele não fazia ideia de onde estava.

-Hoje acordei e me deu uma vontade repentina de sair com você, e para algum lugar que eu pudesse lhe beijar. – respondeu Otávio.

-E como conheceu esse lugar? Eu moro aqui a minha vida inteira e não conhecia esse lugar.

-Você não foi o único que já se perdeu nessas matas... – e Otávio riu ao ver Luccino abrir a boca, surpreso. – Randolfo me contou a uns dias atrás, e foi daí que veio a inspiração para esse momento. Agora venha, quero lhe mostrar uma coisa. – Otávio estendeu a mão para Luccino, que pegou e entrelaçou seus dedos. – Não se preocupe, agora já sei o caminho de volta.

Luccino estava nervoso com esse suspense que Otávio fazia, pois mesmo que ele tenha passado cinco minutos lhe perguntando para onde eles estavam indo, o major não cedeu. Não que ele estivesse com medo do major, não. Se Otávio tivesse lhe dito que vendaria seus olhos e ele teria que se guiar apenas pela sua voz, ele aceitaria sem reclamar. Mas o soldado estava curioso com o que seu major tinha aprontado para eles.

E então eles chegaram em uma clareira, com altas árvores ao redor, e uma lagoa de água clara. O vento batia ali, fazendo algumas folhas caírem e a brisa bagunçar os cabelos dos dois.

-Eu achei esse pequeno paraíso durante meu...erro de rota. – eles riram juntos, Luccino balançando a cabeça diante da bobagem do major. – E acredito que poucas pessoas conhecem esse local, então pensei... – Otávio deu um sorriso carinhoso para Luccino, enquanto acariciava a bochecha do soldado com o dedão. – que poderia ser o nosso lugar.

-Otávio, eu adorei. – Luccino disse, dando um beijo no mais alto.

-Então, que tal tomarmos um banho? A água deve estar deliciosa.

Eles tiraram a farda, até ficarem apenas de ceroulas (Otávio preferiu ficar com sua regata), e se jogaram na água. Ela estava um pouco fria, mas dava para aproveitar o mergulho, e Luccino sentia a água passando pelo seu corpo, sem se preocupar com nada. Otávio também apreciava o momento, nadando sem pressa. Quando eles emergiram, se olharam e trocaram um sorriso.

-Porque não tira essa camisa? – perguntou Luccino, curioso.

-Ah, eu... – Otávio olhou para baixo, mas Luccino logo colocou a mão no queixo do major e levantou-o, fazendo seus olhos se encontrarem mais uma vez. – É porque eu não me sinto bem sem camisa. Sou magro demais.

-E tem vergonha que eu lhe veja sem camisa? – Otávio apenas balançou a cabeça. Luccino nadou até ele e passou as mãos na cintura do major, e aos poucos foi levantando sua camisa, até finalmente passa-las pelo pescoço. Otávio era magro, mas seu peitoral era duro e definido e sua barriga era lisa e reta, mostrando sensualmente a curva que ia até seu baixo ventre. Luccino jogou a camisa de Otávio para perto das fardas e disse: - Viu? Sem camisa e continua lindo.

-Jura?

-Juro. Otávio, eu posso tocar?

E mesmo sem receber resposta, Luccino estendeu a mão e tocou no peito desnudo de Otávio, mexendo nos pêlos de Otávio, com um sorriso travesso e infantil no rosto. Era como se o sonho tivesse virado realidade, e só a confirmação do tato lhe daria a absoluta certeza. O major observava aquela cena sem nada falar; mesmo não entendendo o que significava, Otávio sabia que era importante para o italiano, então ele aguardou em silêncio.

Só após o toque Luccino respirou fundo e seus olhos brilharam, e ele disse, com uma voz carregada de emoção:

-Isso é real.

-Muito real, Luccino. – sorriu Otávio, e ele beijou seu soldado.

Havia algo de mágico naquilo que acontecia, pois um vento forte passou pela clareira, e seus lábios tinham um gosto diferente, como se fosse melhor do que fora a minutos atrás.

Depois do beijo, Otávio deu um sorriso malicioso e entrou novamente na água, Luccino olhando o reflexo dele do lado de fora, e quando o major saiu, ele apenas jogou uma peça de roupa perto da sua camisa. Luccino lhe olhou espantado.

-Você teve vergonha de tirar sua camisa, mas não teve para tirar suas peças íntimas? – foi a vez do soldado ficar tímido.

-Por favor, Luccino, você já me viu sem roupa. – riu Otávio.

Luccino então me remexeu dentro da água e segundos depois também ele jogou sua ceroula para fora. Otávio olhou para baixo, e parece ter gostado do que viu, pois ele mordeu lentamente o lábio inferior.

-Tenho um soldado muito corajoso. – disse Otávio, antes de colar seus corpos.

Luccino sentia tudo. Tudo. Ele não tinha mais como se enganar, pois não era mais sonho. O pênis de Otávio tocava no seu, mesmo que fosse debaixo d'água, e mesmo que não estivesse rígido. E para piorar sua vergonha, ele sentiu as mãos de Otávio, que estavam nas suas costas, descerem até chegar em suas nádegas, e ele sentiu um significativo aperto.

-Você sabia que eu te odeio, Otávio? – Luccino tinha os lábios trêmulos, mas ele não sabia mais se era por frio ou por excitação.

-Eu tenho certeza que você não sente isso. – Otávio disse isso, antes de roubar um selinho do italiano.

EncantoWhere stories live. Discover now