Capítulo 47 - "Vens comigo ver a Marta?"

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Com delicados e lentos passos subi as escadas com a bandeja nas mãos, na qual levava pequeno-almoço para duas pessoas, abri a porta do quarto com o pé já que as minhas mãos estavam ocupadas, Ross olhou para mim e acomodou-se na cama preparando-se para disfrutar de um bom pequeno-almoço comigo.

- Já está – disse pondo a bandeja na cama, Ross moveu-se um pouco fazendo um espaço na cama.

- Senta-te.

Juntos comemos entre risos e conversas, numa ocasião Ross deu-me um bocado à boca, o que fez com que eu baixasse a cabeça, envergonhada. Senti como uns dedos tocaram no meu queixo, obviamente eram os dedos de Ross, quem levantou o meu rosto e me deu um lindo e terno beijo nos lábios.

Os lábios de Ross eram suaves, se eu pudesse beijava-os até que o mundo acabasse, mas isso era completamente impossível. Ainda bem que tínhamos posto a bandeja num móvel, se não a esta hora já estava tudo derramado na cama. O beijo começou terno, agora estava-se a tornar mais apaixonado, estávamos a deixar-nos levar pelo que sentíamos. Ross deitou-me na cama ficando em cima de mim, sempre procurando não me magoar. Há muito tempo que não beijava uma mulher como estava a fazer agora.

- Ro-Ross – sussurrei entre os seus lábios – Ross – ele olhou-me nos olhos – Acho que estamos a ir muito rápido.

- Desculpa – disse levantando-se da cama, estendeu-me a mão para me ajudar a levantar, eu aceitei.

- Não tens de te desculpar… A culpa foi dos dois.

- Tens razão… Espero não te ter pegado a gripe.

Eu sorri, estava a preocupar-se comigo, era muito fofo quando se mostrava assim protetor.

- Bom tenho de ir, devias deitar-te, aí parado duvido que consigas descansar – recomendei.

- Vou fazer isso.

Poderão duas pessoas que se odiavam, amar-se? Sim, sim podem, ninguém manda no coração, nem mesmo o destino que é o encarregado de escrever o futuro. Agora tudo estava a mudar, já não nos podíamos ver sem sentir uma enorme vontade de nos beijar.

O amor é o sentimento mais belo que uma pessoa pode sentir mas mesmo assim tem vantagens e desvantagens. Quais? Pode ser lindo e tudo perfeito mas, o que se passa quando a chama do amor se apaga? Só fica o sofrimento.

O amor, era algo que Ross já tinha experimentado, ele sabia o que era estar apaixonado, mas, o que se passou? A sua namorada morreu. E o que ficou? O sofrimento. Aquele doloroso sentimento que pouco a pouco estava a desaparecer com a minha chegada.

E o amor para mim… Bem esse sentimento nunca tinha experimentado, mas agora, agora estava a senti-lo mas também tinha medo. Sempre me tinha deixado levar por livros, filmes ou novelas de amor mas nem todas tinham um final feliz e tinha medo disso, de que a minha história não tivesse um final feliz. Mas como se costuma dizer, se queres obter a felicidade procura-a e luta por ela. A felicidade é algo que se ganha.

- Rydel – chamei entrando no seu quarto.

- Estou aqui, Sara – disse saindo da casa de banho.

- Vens comigo ver a Marta? – Perguntei.

- Sim, sim Sara! – Ela estava entusiasmada e via-se nos seus lindos olhos. Como podia não estar entusiasmada? Nunca tinha tido uma amiga e agora que a tinha conhecido sentia que devia cuidar dela e nunca mais a deixar ir.

Juntas passamos por minha casa para ir buscar Marta e agora íamos as três a caminho. Quando chegamos a médica já estava à espera. Foram precisas três horas de terapia, Marta já estava cansada mas feliz pelo seu grande avanço, tinha dado uns passos sozinha, eu tive de ir a um canto chorar, foi algo lindo ver a minha irmã parada de pé sozinha e a dar alguns passos. As esperanças que tinha que a Marta voltasse a andar eram tremendas, tinha esperanças que a minha irmã pudesse correr e fazer a sua vida como uma menina normal. Rydel estava debruçada a ajudar a Marta no seu tratamento, era algo novo para ela mas mesmo assim amava ajudar a sua nova amiga.

Passei por casa para deixar a Marta. Agora estava a abrir a porta de casa dos Lynch.

- Vou para o meu quarto tomar banho – informou Rydel.

Só assenti com a cabeça e vi como a pequena subia as escadas.

Fiquei a olhar para o vazio, a minha mente estava em branco, pestanejei firmemente e voltei à realidade, como um flash, a primeira coisa que me veio à cabeça foi “Ross”, tinha que ir vê-lo, tinha de saber se já se sentia melhor ou se estava na mesma.

Caminhava lentamente pelas escadas, estava esgotada, se calhar podia relaxar falando com Ross, ele era o único que conseguia fazer com que me esquecesse dos problemas.

Quando abri a porta do quarto de Ross vi-o na sua cama a dormir. Era extremamente lindo. Acordava-o ou não? Por um lado queria acordá-lo porque precisava de ouvir a sua voz mas por outro lado não, era melhor ele descansar já que não se sentia muito bem.

Just a MaidWhere stories live. Discover now