Capítulo 20 - "Vai-te embora e não voltes"

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Entrei dentro de casa, vi Ross a sair no seu carro mas não dei importância. Cheguei ao meu quarto e vesti o pijama tranquilamente e abri delicadamente os lençóis para me poder deitar. Não pude deixar de pensar naquele beijo, foi tão... Na realidade nem sei como explicar mas foi um beijo repentino, que jamais esperava muito menos pela parte de Ross, o ser mais frio que alguma vez tinha conhecido. Perguntava-me a mim mesma como se sentiria ele, o que lhe tinha passado pela cabeça para me ter beijado.

Na segunda-feira levantei-me às oito e quarenta e cinco, abri as cortinas e o sol chegou diretamente ao meu corpo, o dia estava lindo, um dia completamente solarengo, os belos pássaros a cantar e as típicas borboletas a voar, dei um pequeno sorriso ao ver a paisagem maravilhosa, depois caminhei até à casa de banho e tomei um relaxante duche para depois vestir alguma coisa cómoda para poder trabalhar.

Dirigi-me à cozinha onde tomei um leve pequeno-almoço de frutas e depois disso pus-me a picar mais fruta para os outros, o meu relaxado trabalho foi interrompido pelo som da porta a abrir-se e a fechar-se, dirigi o olhar para ver quem era e vi Amanda a olhar para mim com um ódio que até deu medo, esta fechou a porta à chave, estranhei essa atitude...

- Amanda o que fazes aqui? - Perguntei enquanto limpava as mãos com um pano húmido.

- Venho esclarecer umas coisas - respondeu aproximando-se.

- Então diz lá que coisas são essas - disse com um sorriso.

- Ontem à noite vi uma coisa que me deixou atordoada - disse aproximando-se muito mais de mim.

- Não... - disse nervosa - Não percebo.

Olhei para ela, esta só olhava para mim com muita mais raiva e aproximou-se ainda mais, por instinto retrocedi um pouco.

- O que se passa Sara tens medo de mim? - Perguntou levantando uma das sobrancelhas.

- Se te visses neste momento acho que também terias medo de ti própria - respondi um pouco nervosa.

- Ai Sara, não sejas cobarde por favor - criticou.

- Não sou cobarde e tenho muitas coisas para fazer e se quiseres depois podemos falar.

Tentei andar mas Amanda deu-me uma chapada que me deixou a andar às voltas, não sabia a razão por me ter feito aquilo.

- O que é que se passa Amanda? - Perguntei com a mão na cara.

- O que se passa? - Gritou puxando-me o cabelo - O que se passa é que não te suporto Sara - disse com raiva.

- Amanda estás a magoar-me, solta-me - queixei-me - Por favor.

Amanda atirou-me ao chão fazendo com que caísse com muita força, quando me viu ali estendida lançou-se para cima de mim para me bater.

- Amanda deixa-me - disse enquanto me defendia.

- Odeio-te Sara - disse com raiva e arranhou-me na cara - Se a Ashley não foi feliz com o Ross tu também não vais ser.

Dito isso percebi o porquê do seu comportamento, ela tinha visto o beijo que Ross me deu. Eu gritava, não conseguia tirá-la de cima de mim. Ouvi alguém a tentar abrir a porta da cozinha mas não conseguiu porque estava fechada à chave, não me conseguia defender muito já que Amanda tinha um pouco mais de força do que eu e estava com medo, Amanda estava completamente descontrolada. Vi Ross entrar pela porta da cozinha que foi derrubada para que ele pudesse entrar.

- Amanda o que estás a fazer? - Disse aproximando-se dela e agarrando-a para que não me continuasse a bater.

- Deixa-me - pediu Amanda gritando.

- Estás totalmente descontrolada Amanda - critiquei levantando-me do chão.

- Podes explicar porquê que lhe estavas a bater? - Perguntou.

- Solta-me nojento - disse conseguindo que Ross a largasse - Não sabem o quanto vos detesto.

- Posso saber o motivo do teu ódio contra nós? - Perguntou Ross.

- E ainda por cima tens o descaramento de me perguntar, tu mais que ninguém. Não te deu nojo beijá-la ontem à noite? Se a Ashley estivesse viva tinha ficado muito dececionada.

- Informo-te que a Ashley já não está viva e a ti não te interessa quem beijo ou não.

- A Ashley era a minha melhor amiga Ross. E tu... Tu tens a culpa da sua morte.

- Não, eu não tenho culpa de nada - gritou.

Ross aproximou-se dela para lhe bater pelo que disse.

- Ross - disse agarrando-lhe no braço - Não - olhei para ele.

- Faz o que a tua nova e nojenta namorada diz - disse - Eu nesta casa já não faço mais nada, vou-me embora.

- Sim, vai-te embora - disse Ross - E não voltes, já que não vais ser bem recebida.

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