Capítulo 25 - "Não precisavas de ser tão mal educado com o Dallas"

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Quando Riker e Rydel saíram de casa junto com Dallas fiquei sozinha em casa com Ross, não sabia onde estava, se calhar estava a dormir, a tomar banho ou a comer, não sei.

Estava a picar cenouras quando uma dor imensa percorreu a minha cabeça e fez com que largasse a faca e me sentasse. Aquelas dores de cabeça já me estavam a aborrecer, queria descansar como me tinham dito mas não podia deixar as coisas a meio, lamento que Glória não esteja para me ajudar.

Ross entrou na cozinha, olhou-me de revés, tirou uma maçã que havia no cesto e lavou-a para depois comê-la. Levantei-me para ir buscar um copo de água mas quando me levantei tive uma tontura, consegui agarrar-me na mesa.

- Estás bem? – Perguntou limpando os lábios com a mão.

- Sim, sim – respondi sentando-me novamente – Só… Deixa.

- Ficaste pálida de repente, tens a certeza que estás bem? – Insistiu – Queres um copo de água?

- Sim, obrigada.

Não me sentia nada bem, aquelas dores de cabeça eram muito fortes, era como se estivessem a espetar-me milhares de agulhas nela.

- Toma – disse entregando o copo de água.

- Obrigada.

- Queres que chame um médico? – Perguntou.

Um médico? Porquê que estava preocupado comigo agora? Desde quando é que se preocupa? Nunca ia acabar por conhecer o verdadeiro Ross.

- Não, não é preciso, já me sinto melhor – respondi olhando para ele.

- Vejo que sim, já recuperaste a tua cor normal.

- Isso é bom – acrescentei.

- Quem foi deixar a Rydel e o Riker no colégio? – Perguntou.

Percebi que Ross não sabia nada sobre a chegada de Dallas.

- O Dallas foi lá deixá-los.

- Quem é o Dallas? – Perguntou fazendo uma cara estranha.

- É o novo motorista que a tua mãe contratou – informei.

- Ah, deve ser um velho amargado – disse dando uma mordidela na sua maçã.

- Enganas-te – disse levantando-me da cadeira – O Dallas deve ser da tua idade, tem cabelo castanho, olhos castanhos e é bastante simpático, conheci-o esta manhã, é uma pessoa muito humilde… Ah – aproximei-me dele – E vejo que aparenta ser ele mesmo, não outra pessoa que não é verdadeiramente – dito isso saí da cozinha deixando-o sozinho.

Ficou sozinho na cozinha, ele era sempre assim, aparentava ser uma pessoa e se fosse preciso no segundo a seguir já aparentava ser outra, totalmente bipolar. E não sei qual é o verdadeiro, mesmo que adorasse o Ross preocupado e carinhoso de há bocado, oxalá estivesse assim sempre.

Varria o pátio quando um carro descapotável estacionou. Olhei para ele, o carro desligou-se e dele saiu Dallas, este olhou para mim e sorriu de longe.

- Olá Sara – disse aproximando-se.

- Olá – cumprimentei de volta.

- Queres que te ajude nalguma coisa? – Perguntou amavelmente.

- Estás a falar a sério?

- Sim porquê?

- É que nesta casa nunca… Bom, quase nunca me tinham perguntado isso… Acho que só uma vez.

Lembrava-me perfeitamente daquela vez, cada vez que me faziam lembrar disso só me lembrava de: Sótão + Ross = Beijo.

- Podes trazer-me alguma coisa para pôr o lixo – pedi – Se não te importares.

- Claro que não, vou buscar, trago já.

Rapidamente apareceu com um saco do lixo, juntos pusemos aquelas folhas no saco.

- Então tu é que és o Dallas.

Dallas e eu viramo-nos para ver quem era apesar de eu já o saber porque tinha reconhecido a voz, era Ross.

- Boa tarde, sim eu sou o Dallas – apresentou-se e estendeu-lhe a mão.

- Que bom – disse ignorando Dallas e deixando-o com a mão esticada – Sara serve-me o almoço – ordenou.

- Está bem – respondi e dirigi-me à cozinha.

Porque tinha de ser assim? O Dallas cumprimentou-o amavelmente, porquê que não o podia ser também? Por acaso não lhe tinham dado educação?

Numa bandeja levava o prato com comida do “Senhor Ross” que estava já sentado à mesa à espera.

Eu não disse nada, só tirei o prato da bandeja e pu-lo na mesa para que Ross comesse.

- Não precisavas de ser tão mal educado com o Dallas – critiquei enquanto servia sumo de laranja.

Just a MaidWhere stories live. Discover now