Capítulo 17 - "Preciso que venhas ao hospital"

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- Estás a olhar para o quê? - Criticou a loira raivosa.

- Para a tua cara de cão assustado.

- Estás a chamar-me cadela?

- Pois... Se te serve a carapuça... - Disse sorrindo e saindo do quarto.

Vi Ross a sair do seu quarto com o seu casaco, de certeza que ia sair, nem sequer um "Obrigado" da sua parte mas o que se pode esperar de uma pessoa tão fria como ele? Desci as escadas e vi-o entrar no seu carro. Fui até à cozinha, onde tinha deixado Rydel, a menina estava a comer um gelado de morango muito tranquila.

- Está bom o gelado? - Perguntei entrando na cozinha.

- Sim, posso ir comê-lo para o meu quarto? Quero comê-lo enquanto desenho.

- Bom, vai lá - autorizei.

A menina saiu da cozinha, agora estava sozinha, tirei uma maçã e sentei-me a comê-la.

Eram oito e meia da manhã de domingo, levantei-me, estava de mau-humor, sentia-me sozinha nesta casa, fui tomar um duche, vesti-me e fui para cozinha, sentei-me numa das cadeiras e tomei o pequeno-almoço, uma chamada telefónica tirou-me dos meus pensamentos, tirei o telemóvel do bolso e atendi.

- Sim?

- Sara como estás? - Perguntou a minha mãe.

- Bem mãe e tu como estás? - Disse enquanto mordia a torrada.

- Filha preciso que venhas ao hospital - disse desesperada.

- O que se passou? - Disse deixando a torrada de lado.

- A tua irmã sofreu um ataque cardíaco e não está bem.

- Como? - Gritei - Como está? O que é que lhe estão a fazer? Mãe responde por favor não fiques calada.

- Está mal, está em coma. Os médicos estão a fazer o possível - explicou-me chorando - Por favor Sara a tua irmã precisa de ti.

- Daqui a pouco estou aí não te preocupes.

Desliguei a chamada e saí a correr de casa, apanhei um táxi, em dez minutos já devia estar no hospital.

- Bom dia, procuro o quarto da paciente Marta Leão - disse à rapariga.

- Corredor 26, quarto 8 - respondeu amavelmente.

- Muito obrigada.

Corri pelos corredores até que cheguei ao número 26 e encontrei a minha mãe sentada ao pé do quarto número 8.

- Finalmente chegaste - disse levantando-se e abraçando-me - Tenho medo Sara.

- Tem calma mãe ela é forte e vai recuperar, ela não nos pode fazer isto - disse chorando - Não pode. Quem está com ela? - Perguntei secando as lágrimas.

- O médico, ele já sai daqui a pouco - respondeu - Como fizeste para sair daquela casa?

- Nada, estava a tomar o pequeno-almoço e saí, ainda estavam a dormir - respondi.

Um médico de idade avançada saiu do quarto com um papel nas mãos, olhou para nós.

- Bom dia - cumprimentou o médico.

- Bom dia, como está a minha irmã? - Perguntei nervosa.

- A pequena está melhor, quando sair daqui não a mantenham fechada o tempo todo, isso faz com que o seu corpo se agite e junto com ele o coração e provoque um ataque cardíaco.

- Está bem, mas ela está acordada? - Perguntou a minha mãe.

- Não, agora está a dormir - respondeu o médico - Com licença, tenho mais coisas para fazer.

Estava sozinha com a minha irmã no quarto, a minha mãe tinha ido beber um café, estava a dar-lhe a mão e fazia suaves festinhas nela enquanto dormia, não aguentei e comecei a chorar. Estive pelo menos três horas com ela até que achei que já eram horas de voltar para a casa da família Lynch, tinha-me ido embora sem avisar e esperava-me um puxão de orelhas por parte de cada um, olhei-me ao espelho e arranjei o meu cabelo, tinha os olhos vermelhos, notava-se a léguas que tinha estado a chorar durante três horas, saí do quarto, despedi-me da minha mãe e apanhei um táxi.

Tive tanto medo de perder a minha irmã, senti que não tinha aproveitado o tempo para estar com ela mas tudo o que estava a fazer ia ajudá-la, trabalhava para poder comprar-lhe coisas e pagar a terapia que se vai suspender por um tempo enquanto ela recupera totalmente.

O táxi parou à frente da casa e entrei na porta traseira que dava para a cozinha, não estava ninguém, fui para a sala e encontrei Riker, Rydel e Ross a tomar o pequeno-almoço, eles tinham preparado o seu próprio pequeno-almoço, olharam para mim, todos ao mesmo tempo dando-se conta da minha presença na sala.

Just a MaidWhere stories live. Discover now