Capítulo 31 - "O quê? Pensas que estou morto?"

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Chorar era a única coisa que podia fazer. Bateram à porta mas não tinha vontade de a abrir, mas aqueles toques eram insistentes, sequei as lágrimas, olhei-me ao espelho e tinha os olhos vermelhos.

Abri a porta lentamente e encontrei-me com Ross. Tinha de ser ele?

- Sara, estás bem? - Perguntou entrando no meu quarto.

- Sim.

- Não parece - comentou fechando a porta à chave.

- Não estou bem, mas é algo que a ti não te importa - disse, umas pequenas lágrimas escorreram pelo rosto abaixo.

- Vejo que tens caráter - sentou-se na cama ao pé de mim - Percebo que me odeies e isso tudo mas não sou uma má pessoa, só achas isso porque me tenho portado mal contigo.

- Eu não te odeio.

- Bom, se não me odeias não gostas de mim.

- Não te odeio e gosto de ti - disse olhando-o diretamente nos olhos - Só me custa perceber-te, as tuas atitudes confundem-me, um dia és um, noutro dia és outro e na realidade nunca sei quem é o verdadeiro Ross.

- O que estás a ver neste momento - disse olhando-me nos olhos docemente - Mas não quero falar de mim mas sim de ti, porquê que te foste embora assim do quarto da Rydel?

- Porque me doeu a cabeça - menti.

- Acho que não és boa a mentir, vá lá diz-me, porquê que saíste assim? - Perguntou novamente.

- Se estivesses fechado numa casa como eu estou, sem poder ver a tua família, estarias igual a mim, ias ter muitas saudades - disse com os olhos cristalizados - Podes não ser muito chegado aos teus pais mas eu sou.

- Eu percebo, então queres ir vê-los? - Perguntou.

Ainda estava a alucinar, estava a falar com o Ross sobre a minha vida pessoal, a minha família, o meu lar...

- Se me deixares... - Disse baixando o olhar novamente.

- A princípio não gostei de ti mas se pusermos as nossas diferenças de parte podemos vir a ser bons amigos - expressou ele com um leve sorriso.

- Gosto que penses assim, sempre soube que dentro de ti estava alguém vivo - brinquei.

- O quê? Pensas que estou morto? - Perguntou.

- Nunca disse isso - defendi-me.

- Bom, vou ver se a Rydel já se levantou - disse levantando-se da cama e indo para a porta - Ah! Sara... Quando quiseres podes ir ver a tua família - piscou-me o olho e saiu.

O que era isto que sentia no estômago? Sentia um tipo de cócegas nele. Simplesmente estava a sentir uma coisa que nunca tinha sentido. Aquelas borboletas no estômago.

Como ele me tinha dado autorização para ir ver a minha família resolvi ir, não podia despedir-me, já não me conseguia separar de Rydel, gostava imenso dela. Também não podia deixar Riker sozinho que apesar dos seus estudos também precisa de ajuda. Mas não queria ir especialmente por um só motivo, esse motivo tinha nome e apelido... "Ross Lynch", queria conhecê-lo mais, queria dar-me bem com ele e ter uma boa amizade também.

Just a MaidWhere stories live. Discover now