♡Chapter Sixty-one♡

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Só quem já viveu esse momento, entende toda a dor que estamos sentindo. Naquela hora, em que parece que tudo desaba sobre você. Talvez se todo aquele hospital gigantesco caísse em cima de mim, a dor em meu peito passasse. Mas não adiantaria. Nem a mais terrível dor física poderia superar a minha dor psicológica.

Quando, do lado de fora do leito, naquela madrugada maldita, eu consegui escutar aquele som agudo e contínuo do medidor de pulso cardíaco, eu queria morrer ali mesmo. Aquele som desgraçado que eu nunca queria ter ouvido.

Mark foi o primeiro a me abraçar.

- Sunji, eu...

- Shh. Não fala nada. Só me abraça.

Minha tristeza era tão grande que eu nem conseguia chorar.

Abracei os pais de Jinyoung quando eles saíram do quarto. Eles me contaram que agora ele seria levado ao IML, e que amanhã o corpo seria liberado pro enterro.

Agora não havia mais nada a fazer. Ele havia ido embora de vez. Apenas um milagre seria possível, mas nem nisso eu quero acreditar agora.

Ainda na madrugada, fomos pra casa de Yugyeom, dizer o que era preciso para o filme. Poucas palavras, mas que significavam muito.

- Era realmente um anjo. - Dahyun disse - Sempre disposto a nos ajudar. Era um conselheiro nas horas ruins, e certas coisas que ele me disse, eu vou levar pra minha vida, assim como a minha eterna saudade.

- Eu me arrependo amargamente de todas as vezes que quis sair de perto dele, mesmo que fosse só uma brincadeira. - Yugyeom chorava, era doloroso pra ele - Meu hyung foi uma das melhores pessoas que eu conheci. Cuidou de mim até o fim, e eu me sinto feliz de poder ter cuidado dele quando ele precisou de mim.

- Se me pedisse pra descrevê-lo em 3 palavras, eu diria: pessoa mais foda. - Bambam disse - Desculpa a palavra, mas é verdade. Ele mereceu o mundo, mas o mundo não o mereceu.

- Um amigo, um confidente, um parceiro, um irmão, e mais um monte de adjetivos podem descrever o que ele era. Ele pode ter partido, mas vai continuar bem vivo na nossa memória, e em nossos corações. - Mark falou, triste.

Quando chegou na minha vez, eu me sentei na frente da câmera e na hora, me calei. Demorou um tempo até que encontrasse as palavras certas.

- Tristeza é muito pouco pra descrever o que estou sentindo. Mas Jinyoung estava certo. Eu preciso continuar minha vida, assim como todos nós. Viver com esse sentimento de saudades será muito ruim, mas iremos precisar aguentar. Era o que ele queria, que seguissemos em frente. Mas nunca te esqueceremos, Jinyoung. Obrigada por todo o amor que nos deu.

Pedi pra Mark desligar a câmera. Dahyun me abraçou e disse:

- Não sei como deve estar sendo tudo isso pra você, amiga. Mas você vai superar.

- Obrigada, Dahye.

- Melhor você ir pra casa descansar, Sunji. - Bambam me abraçou - Você, mais do que todos nós, precisar dormir.

- Vou tentar.

...

No dia seguinte, bem cedo, eu liguei para Jackson, para contar o ocorrido. Eu nem havia conseguido dormir. Ainda estava muito sobrecarregada. Ele ficou muito triste ao saber, e me desejou boas energias.

Mais tarde às 9h, eu fui ao velório dele. Estava toda a família, os amigos, colegas de classe... Até alguns professores.

Todos desejando os pêsames à família, e passando por Jinyoung para um último adeus.

- Sunji, meu bem. - A mãe dele veio me cumprimentar - Fico feliz de ter vindo.

- Eu não perderia por nada. Eu quero me despedir dele pela última vez.

- Fique à vontade, querida. - Ela gesticulou para o caixão.

- Obrigada.

O caixão era de mogno marrom lindíssimo. Ele estava deitado, usando um terno negro, com as mãos unidas sobre a barriga. Vê-lo assim, sem seu peito se mexendo, era uma visão agoniante.

Cheguei bem perto, e toquei seu rosto delicadamente. Mesmo naquele estado, e naquela situação, me peguei pensando no quando ele era bonito.






Eu tô triste pra caralho ;-; desculpa

My Heart Is Your ♡ [Park Jinyoung]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora